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Novo estudo mostra que o cérebro é muito mais dinâmico do que se pensava

Novo estudo mostra que o cérebro é muito mais dinâmico do que se pensava

24.08.2022

Como lidam os circuitos cerebrais com mudanças abruptas de comportamento, como por exemplo um obstáculo na trajetória? Um estudo do Instituto Weizmann de Ciências em morcegos, sugere uma resposta que não se encaixa no pensamento clássico sobre a função cerebral.

Usando dispositivos em miniatura de gravação sem fio para monitorar os neurônios no cérebro de morcegos que tiveram que evitar colidir uns com os outros enquanto voavam em direção contraria ao longo de um túnel a (soma das velocidades) 50 quilômetros por hora, o novo estudo mostrou a maneira como o cérebro lida com as necessidades.

O estudo liderado pelo Prof. Nachum Ulanovsky e publicado na revista científica Nature sugere que os neurônios não são programados para uma única tarefa, como se pensava, mas que, em resposta a uma rápida mudança nas necessidades, os neurônios se alteram para a realização de uma função totalmente nova. As mudanças acontecem em uma décima de segundo. “Mostramos em nosso novo estudo que o cérebro é muito mais dinâmico do que se pensava.” – disse Ulanovsky

Adoçantes afetam o corpo humano de maneira inesperada

Adoçantes Adoçantes afetam o corpo humano de maneira inesperada

18.08.2022

Ao contrário do que se acreditava, adoçantes não são inertes: eles têm efeito sobre os trilhões de microrganismos que vivem em nosso intestino de uma forma que pode mudar os níveis de açúcar no sangue de uma pessoa. A pesquisa  foi realizada com voluntários que consumiam sacarina, sucralose, aspartame ou stevia, e grupos controle.

A pesquisa teve uma outra etapa, na qual se transplantou microbioma intestinal dos participantes em camundongos.

O estudo demonstrou que os efeitos que os adoçantes produzem variam muito entre pessoas diferentes.

O estudo liderado pelo Prof. Eran Elinav do Departamento de Imunologia de Sistemas do Instituto  Weizmann de Ciências, foi publicado na revista Cell.

Saiba mais: Sweetness That Comes at a Price: Sugar Substitutes May Affect the Human Body in Unanticipated Ways

Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, visita o Brasil e destaca a importância dos investimentos em ciência

Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, visita o Brasil e destaca a importância dos investimentos em ciência

“A ciência nunca pode parar, movida pela curiosidade e pelo investimento. Cada dólar investido em pesquisa gera 10 para a sociedade”, destacou Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, que esteve no Brasil entre os dias 31 e 3  de agosto.

Acompanhado do CEO para a América Latina Daniel Schmit, ele participou de diversas reuniões e encontros com a proposta de estreitar laços, firmar colaborações científicas e de dar visibilidade à bolsa integral de pós-doutorado “The Weizmann-IDOR Pioneer Science Fellowships”.

A  “The Weizmann-IDOR Pioneer Science Fellowship”, está com inscrições abertas e resulta de uma parceria do Weizmann com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). Trata-se de uma bolsa integral de pós-doutorado exclusiva para brasileiros das áreas de Matemática, Física, Química e Biologia que desejem desenvolver projetos de pesquisa com interfaces com as Ciências da Vida e da Saúde.

As bolsas têm duração de três anos no campus do WIS, em Rehovot, Israel, onde há estudantes de cerca de 45 países e o inglês é o idioma predominante. A ideia é promover o treinamento avançado de jovens cientistas no exterior e  oferecer condições atraentes de carreira  para os pesquisadores que optarem por retornar ao Brasil após a conclusão do treinamento. As inscrições vão até 14 de outubro e podem ser feitas pelo site do Instituto Weizmann, que também traz mais detalhes sobre o programa:

Weizmann-IDOR Pioneer Science Fellowship Program

Uma das atividades de sua agenda no Brasil foi o encontro com  os  Amigos do Weizmann Brasil  (associação brasileira sem fins lucrativos que visa apoiar o Instituto Weizmann de Ciências) promovido pelo Instituto Oncoclínicas. Bruno Ferrari recepcionou o Prof. Alon Chen que brindou os convidados com um panorama sobre o Instituto Weizmann, mencionando alguns projetos e áreas de atuação que vêm ganhando foco, como meio ambiente e sustentabilidade, inteligência artificial, imunologia, e a pesquisa do cérebro com o a criação do novo Instituto do Cérebro e Neurociências. Ele destacou o desenvolvimento do primeiro computador quântico de Israel e as pesquisas em câncer que oferecem benefícios aos pacientes, além do projeto espacial “Fronteiras do Universo”.

Alon ChenNeurocientista, ele também falou a respeito de  suas pesquisas  sobre  estresse e  ansiedade. Seu trabalho  estuda como os mecanismos de resposta são ativados em diversas desordens psiquiátricas.  Prof. Chen e seus colegas descobriram genes, proteínas e circuitos de processamento da informação no cérebro ligados a ansiedade, depressão, transtornos de alimentação e síndromes metabólicas. Na palestra explicou como a pesquisa básica, ligada à ciência de dados, é cada vez mais eficiente e rápida em provocar mudanças, por exemplo no desenvolvimento de novas drogas ou na seleção das melhores terapias para cada paciente. Chen também destacou a interdisciplinaridade e a liberdade que permeia a filosofia do Instituto. “Fazemos ciência em prol da humanidade. Nossos cientistas têm total liberdade acadêmica”.

No Instituto Weizmann de Ciências, a grande maioria dos pesquisadores mora com suas famílias no Campus (que conta com mais de 60 centros multidisciplinares  e  cerca de três mil cientistas). “Muitas parcerias entre cientistas de diferentes áreas acontecem até mesmo no tanque de areia enquanto as crianças brincam”,  complementou o professor.

Ao final do evento, Alon Chen agradeceu o importante trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Amigos do Weizmann, capitaneado por Mario Fleck, que aproveitou para convidar todos os apaixonados por ciência e saúde a se tornarem Amigos do Weizmann.

Saiba mais sobre o Weizmann

O Instituto Weizmann de Ciências é um dos principais institutos multidisciplinares do mundo, contando com mais de 3.000 cientistas, técnicos de laboratórios e estudantes. A instituição possui uma cultura internacional vibrante. Há mais de 70 anos reúne esforços que incluem a busca por novas formas de combater doenças e proteger o meio ambiente através do conhecimento e da inovação tecnológica.

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Tem colite ulcerativa ou doença de Crohn?

Tem colite ulcerativa ou doença de Crohn?

04.08.22

Seu próximo remédio pode ser um cocktail de vírus. Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências demonstraram a viabilidade de uma terapia que mata as bactérias intestinais causadoras de inflamação. A terapia usa um cocktail de vírus denominados bacteriófagos, que as infectam de forma específica sem danificar os microrganismos saudáveis. Os ensaios clínicos da fase 1 já mostraram que é seguro.

“É a primeira abordagem ‘bala de prata’, que promete uma supressão precisa de micróbios intestinais causadores de doenças, sem prejudicar o microbioma circundante.”- disse o Prof. Eran Elinav, do Departamento de Imunologia de Sistemas do Weizmann, que chefiou a equipe de pesquisa. “Nossa visão é, eventualmente, desenvolver terapias personalizadas para uma variedade de distúrbios, nos quais serão identificadas em cada paciente as cepas das bactérias intestinais causadoras de doenças e depois será definido o coquetel de vírus bacteriófagos que mata apenas essas cepas”, diz Elinav.

Os estudos para estas doenças inflamatórias intestinais foram realizado em colaboração com outros pesquisadores incluindo o BiomX Inc., uma empresa que investe em terapias para bactérias patogênicas com base na pesquisa do WIS,  sob licença de Yeda Research & Development Company Ltd., o braço de transferência de tecnologia do Instituto Weizmann de Ciências.

Saiba mais: The Viruses That Fight Disease

Como funciona o CEP dentro das células

Como funciona o CEP dentro das células

26/07/2022

Cada célula vive de acordo com instruções emitidas pelo seu DNA na forma de moléculas de RNA, mas ainda não se sabe bem como.  Agora pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências descobriram um sistema que funciona como “código postal” celular e tem até moléculas que servem como funcionários cujo trabalho é vincular-se às moléculas de RNAs, “ler” o CEP e remeter os RNAs para que cheguem ao lugar certo, bem na hora.

Os cientistas investigaram cerca de 8.000 segmentos genéticos e descobriram que algumas dúzias deles realmente servem como códigos postais. Um mesmo CEP envia o RNA a um local diferente, dependendo se é linear ou circular.

Além de lançar uma nova luz sobre o funcionamento do genoma, essas descobertas podem ser úteis na concepção de terapias baseadas em RNA. Na natureza, apenas uma pequena porcentagem de RNAs são circulares, mas são cada vez mais utilizadas no design de terapias.

Saiba mais: “Zip Codes” Tell RNA Where to Go

 

Cândida: novidades sobre como o corpo luta contra este fungo


 Cândida: novidades sobre como o corpo luta contra este fungo

27.06.2022

Uma arma do sistema imunológico não conhecida anteriormente, mas indispensável para orquestrar uma resposta eficaz contra a infecção por Cândida, foi descoberta recentemente por pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências. Este conhecimento abre novas direções de pesquisa para desenvolver tratamentos para candidíase grave e outras infecções fúngicas.

Leia mais: Curbing Candida: The Cells That Keep Fungal Infections at Bay

 

O olfato desempenha qual papel nas escolhas sociais?

 O olfato desempenha qual papel nas escolhas sociais?

24.06.2022

Estudo que conclui que pessoas com um odor corporal semelhante têm a tendência de formar laços de amizade instantaneamente. Com um dispositivo denominado eNose, ou nariz eletrônico, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências foram capazes de prever a qualidade das interações sociais entre estranhos simplesmente cheirando os indivíduos.

 

Leia mais:  Scent of a Friend

Com tecnologia de última geração, cientistas descobrem as evidências mais antigas do uso controlado do fogo

  Com tecnologia de última geração, cientistas descobrem as evidências mais antigas do uso controlado do fogo

13.06.2022

O uso controlado do fogo por antigos hominídeos dataria de pelo menos um milhão de anos, mas as evidências arqueológicas mais distantes se remontavam a 500.000 anos atrás. A história mudou quando pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências desenvolveram um método avançado e inovador para detectar traços não visuais de fogo.

Evron é um sítio arqueológico na Galileia Ocidental descoberto na década de 1970 e onde os arqueólogos encontraram fósseis de animais e ferramentas paleolíticas que datam entre 800.000 e 1 milhão de anos atrás.  Através de técnicas da IA, que permitem encontrar padrões ocultos, os pesquisadores compararam a composição química dos materiais até o nível molecular. Conseguiram assim estimar a temperatura ao qual 26 ferramentas de pedra encontradas no local há quase meio século foram aquecidas, – algumas superiores a 600°C.  E, usando uma técnica diferente, descobriram que o dente de um elefante extinto também apresentava mudanças estruturais resultantes do aquecimento.

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Filipe Natalio do Departamento de Ciências Ambientais e Botânicas do WIS, acreditam que este método avançado e inovador para detectar traços não visuais de fogo vai nos ajudar a entender melhor as origens da história humana.

Leia mais: The Heat Is On: Weizmann Institute Scientists Uncover Traces of Fire Dating Back At Least 800,000 Years

 

 

Como funciona o tratamento de efeito rápido para adultos com depressão

  Como funciona o tratamento de efeito rápido para adultos com depressão

31.05.2022

A cetamina é o primeiro tratamento de efeito rápido para adultos com depressão. Esta droga faz as pessoas se sentirem melhor em poucas horas e sua ação antidepressiva dura dias. No entanto, o uso está  limitado a pacientes que não tiveram sucesso com outras terapias, em parte porque o seu mecanismo de ação é ainda pouco compreendido.

Beneficiando-se de recentes avanços tecnológicos que tornaram possível avaliar a expressão genética em um nível de resolução da célula única, o estudo conduzido sob a orientação do Prof. Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, mapeou no cérebro de camundongos, uma subpopulação de neurônios com uma assinatura genética característica. Em uma série de experimentos elaborados, descobriram a parte da membrana celular em que a cetamina exerce seu efeito antidepressivo duradouro, os canais de potássio Kcnq2.  Com este conhecimento, os pesquisadores ainda testaram os efeitos da cetamina em combinação com uma droga para a epilepsia. Os efeitos antidepressivos melhorados abrem caminho para testar sua ação combinada em humanos.

A  pesquisa, realizada em colaboração com centros da Alemanha, foi publicada na revista Neuron. “O conhecimento aprofundado de como os antidepressivos funcionam pode levar a uma melhor compreensão da depressão e ajudar a melhorar os tratamentos existentes”, resume o Prof. Alon Chen.

A pesquisa do Prof. Chen é apoiada pelo Laboratório de Pesquisa em Neurobiologia do Estresse da Família Ruhman e pela Família Licht. Ele é o titular da Cadeira Professora Vera e John Schwartz em Neurobiologia.

Saiba mais: Changing the Channel: Study Sheds New Light on a Promising Antidepressant

Novos dados revelam que mudanças climáticas podem ser mais rápidas do que o previsto

 Novos dados revelam que mudanças climáticas podem ser mais rápidas do que o previsto

26.05.2022

 

 

 

 

A equipe de cientistas liderada pelo Dr. Rei Chemke, do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias do Instituto Weizmann de Ciências, revelou uma intensificação das tempestades de inverno no Hemisfério Sul, e que os níveis projetados para ocorrer em 2080 já foram alcançados. A pesquisa em colaboração com a Universidade de Princeton e o MIT foi publicada na revista Nature Climate Change, e concluiu que as mudanças climáticas podem ser mais rápidas do que o previsto.

O Dr. Chemke pesquisa os mecanismos físicos subjacentes às mudanças climáticas. “Descobrimos um parâmetro para o qual a sensibilidade dos modelos precisa ser ajustada“. Neste estudo, descrevem o processo físico por trás da intensificação das tempestades e mostram que, nos últimos 20 anos, elas  têm se intensificado mais rápido do que se pode ser explicado apenas pelo comportamento climático natural.

 “Optamos por nos concentrar no Hemisfério Sul porque a intensificação da tempestade registrada lá foi mais forte do que no Hemisfério Norte”, diz Chemke

O estudo mostra que não apenas as projeções climáticas para as próximas décadas são mais graves do que as avaliações anteriores, mas também sugere que a atividade humana pode ter um impacto maior no Hemisfério Sul do que o estimado anteriormente. Isso significa que é necessária uma intervenção rápida e decisiva para deter os danos climáticos nesta região.

Saiba mais: New data reveals climate change might be more rapid than predicted