A vida social dos peixes-zebra
28.12.2021
Com quatro semanas de idade e um centímetro de comprimento, os peixes-zebra começam a socializar. Identificar a sua própria espécie, as espécies “amigáveis” e as predatórias, requer um processamento sofisticado. Para aprender como isso acontece, os pesquisadores focaram na ocitocina, o hormônio das interações sociais, e criaram larvas transgênicas nas quais, em diferentes estágios de seu desenvolvimento, destruíram os neurônios de fabricação de ocitocina.
Assim, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, em colaboração com cientistas em Portugal, descobriram que as larvas cujos cérebros não tinham ocitocina nas duas primeiras semanas de vida, viraram peixes adultos com uma capacidade prejudicada de interação social. A ocitocina tem uma janela de tempo crítica para desenvolver os traços sociais.
Os pesquisadores ainda descobriram os mecanismos pelos quais a ocitocina organiza o cérebro para responder a situações sociais através de neurônios que liberam dopamina, conhecida por regular sentimentos de recompensa e motivação, e de áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de estímulos visuais e das tomadas de decisão social.
O conhecimento fornece uma nova base para avançar na busca da base molecular dos transtornos neurodesenvolvimentais, incluindo transtornos do espectro autista.
Saiba mais: Oxytocin in a developing fish brain determines later social behavior