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Camila, mais uma cientista brasileira no Weizmann

 Camila, mais uma cientista brasileira no Weizmann

“Estou muito feliz”

Camila Pinto da Cunha a cientista que conquistou a primeira bolsa de pós-doutorado exclusiva para brasileiros, The Paulo Pinheiro de Andrade Fellowship, aproveita a infraestrutura e o ambiente internacional do Weizmann para fazer ciência e amizades.

Depois do distanciamento físico imposto ainda no Brasil e de uma quarentena de 14 dias, Camila Pinto da Cunha a cientista que conquistou a primeira bolsa de pós-doutorado exclusiva para brasileiros  The Paulo Pinheiro de Andrade Fellowship já está trabalhando no Instituto Weizmann de Ciências (WIS). “A adaptação à vida em um novo país e a uma nova rotina de trabalho foi um desafio. No Instituto Weizmann de Ciências (WIS), fico no Departamento de Ciências Vegetais e Ambientais localizado no sexto andar do prédio “Nella e Leon Benoziyo” para Ciências Biológicas. O melhor de pesquisar no WIS é ter uma excelente infraestrutura e várias facilities de apoio ao trabalho, que ajudam a manter a qualidade e a eficiência da pesquisa. Estudamos os genes que regulam as diferentes fases pelas quais um pequeno meristema de tomate passa até florir através de plantas mutantes. No momento, já finalizei o primeiro passo na produção de um mutante.

O grupo de pesquisa do Prof. Yuval Eshed é pequeno. O integram duas pós-doutorandas, três alunos de mestrado, dois de doutorado, quatro de graduação e uma técnica de laboratório. “Todos trabalham em cooperação como uma grande família. A rotina de trabalho foi pouco alterada durante a pandemia da Covid-19 já que o espaço do laboratório é amplo e boa parte do trabalho é feito na casa de vegetação.”

Pelo menos uma vez na semana, Camila se encontra com pós-doutorandas de várias nacionalidades (França, China, Índia e Bélgica) e especialidades (biologia, química e física). Mas não a trabalho, e sim para pintar aquarelas. “Estou muito feliz pela oportunidade de desenvolver novas habilidades técnicas, expandir minha rede de contatos e aprender uma nova cultura.”

Encontro virtual do International Board do WIS

 Encontro virtual do International Board do WIS

As apresentações das iniciativas científicas e o reconhecimento a figuras inspiradoras foi seguido no mundo todo.

 

A reunião anual do International Board  aconteceu como sempre no mês de novembro. Em 2020, as apresentações das iniciativas científicas com maior impacto potencial na humanidade e o reconhecimento as figuras inspiradoras não aconteceu presencialmente no campus, mas foi seguido no mundo todo de forma virtual. Conforme ressaltou o psicólogo e economista comportamental, Dan Ariely, na abertura do encontro, a pandemia evidenciou a importância da ciência e seu papel atual de protagonista: o mundo está em xeque, e busca na ciência as respostas ao coronavírus.

“A pandemia não cortou nossas asas. Saímos voando mais rápido e mais alto.” Prof. Alon Chen, Presidente WIS

 “A pandemia não cortou nossas asas. Saímos voando mais rápido e mais alto”, assinalou o presidente do Instituto,  Prof. Alon Chen em sua apresentação. Os cientistas do Instituto explicaram as iniciativas em Inteligência Artificial, Neurociências e Astrofísica, três pilares fundamentais para o Weizmann nos próximos anos e  Alon Chen ressaltou os recentes feitos científicos: o projeto de um relógio ultra preciso para pesquisas espaciais; um degrau chave na evolução das proteínas; o mecanismo que determinados vírus utilizam para invadir células sadias; a identificação de uma bactéria comum em todos os tipos de câncer; e a síntese de substâncias potencialmente úteis para o desenvolvimento de drogas antivirais.

Comemorações

Houve tempo para comemorar e motivos não faltaram, apesar da pandemia. A colocação do instituto na 8ª posição mundial pela qualidade de pesquisa de acordo com a prestigiosa classificação de Leiden, o aumento de 20% nas aplicações para estudos de pós-graduação, o ingresso de 11 novos cientistas com a missão de dirigir laboratórios, a promoção da diversidade de origens para potencializar os horizontes dos pesquisadores e as bolsas do Programa para o Desenvolvimento de Mulheres na Ciência.

Além do reconhecimento prestado às sete personalidades agraciadas com o título Doutor Honoris Causa do Instituto, foram destaques a participação da primeira astronauta inglesa, Helen Sharman e do treinador da NBA, David Blatt, e a celebração memorável dos 80 anos do Prof. Haim Harari, figura central nas últimas décadas do Instituto, por seu compromisso, visão executiva e aportes científicos. Ele assistiu da Áustria a homenagem com saudações de políticos e Prêmios Nobel.

Todas as apresentações foram brindadas com momentos musicais. A Filarmônica de Israel ofereceu trechos da 7ª Sinfonia de Beethoven e da 4ª de Tchaikovsky. A voz de Miri Mesika comoveu com a interpretação de “Você caminhará pelo campo” e do Hino Nacional de Israel. A reunião foi encerrada com a esperança de que próximo International Board Meeting possa ser realizado no campus, em Israel, e com a certeza de que juntos, pesquisadores e a comunidade global de amigos do Weizmann, somarão esforços para avançar a ciência e as fronteiras do conhecimento.

Pesquisadores do Instituto de Biociências da USP e do Instituto Weizmann dão um passo importante para o futuro das terapias oncológicas

Dra. Gabriela Kinker, Dr. Pedro Fernandes, Profa. Regina Markus, Profa. Zulma Ferreira e os demais integrantes do laboratório de Cronofarmacologia do Instituto de Biociências/ USP

 Pesquisadores do Instituto de Biociências da USP e do Instituto Weizmann dão um passo importante para o futuro das terapias oncológicas

 

A equipe internacional conseguiu identificar potenciais barreiras ao sucesso no tratamento contra o câncer. A brasileira Gabriela S. Kinker  realizou no Weizmann um estudo com tecnologia de ponta ainda pouco utilizada no Brasil,  que promete revolucionar a forma como se estudam os tumores.

 

Tumores são misturas de vários tipos celulares e, muitas vezes, um pequeno grupo de células resistentes pode ser responsável pela falha do tratamento e recidiva do tumor.  Agora, um estudo desenvolvido pela cientista brasileira Gabriela Sarti Kinker em uma colaboração entre pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e do Instituto Weizmann de Ciências permitiu um avanço importantíssimo nessa área. Os cientistas determinaram a importância de certos grupos de células malignas para o crescimento e metástase de tumores e para a resposta a tratamentos específicos. O projeto envolveu uma equipe internacional, incluindo também pesquisadores do Instituto Broad, nos Estados Unidos.

O avanço, que pode no futuro derrubar barreiras ao sucesso terapêutico em oncologia, fez parte da pesquisa de doutorado de Gabriela no Departamento de Fisiologia do IB-USP, orientada pelo Dr. Pedro A. C. M. Fernandes que colaborou com o estudo. O trabalho foi desenvolvido presencialmente em Israel, no laboratório do Dr. Itay Tirosh, no Instituto Weizmann de Ciências. O laboratório do Dr. Tirosh é reconhecido internacionalmente por combinar métodos computacionais e experimentais para estudar tumores humanos como um ecossistema complexo, no qual diversas células cancerígenas e não cancerígenas interagem e determinam coletivamente a biologia tumoral e a resposta às terapias.

Dra Gabriela Kinker em Israel com Dr. Itay Tirosh e os demais integrantes do seu grupo do Instituto Weizmann de Ciências

A pesquisa

Para a pesquisa, os cientistas empregaram uma técnica nova ainda pouco utilizada no Brasil, que vem revolucionando o estudo de tumores humanos,  o sequenciamento de RNA de células individuais -scRNA-seq. “Há cinco anos isto não era possível” – se entusiasma a Dra. Gabriela, comentando o artigo que foi publicado na conceituada revista americana Nature Genetics.

Esta técnica permite a caracterização aprofundada das células uma a uma e gera uma enorme quantidade de informações. No estudo foram avaliadas mais de 50,000 células de quase 200 tumores. “Para analisar o grande volume de dados utilizamos ferramentas computacionais de bioinformática, disciplina multidisciplinar que aplica conhecimentos da área de exatas para responder questões biológicas complexas” – explica.

Os cientistas descobriram que, em tumores de cabeça e pescoço, a presença de células com um perfil biológico específico está associada a uma melhor resposta a um fármaco comumente utilizado na clínica (Cetuximabe).

Com esse achado, pode-se prever quais pacientes vão responder melhor ao tratamento e guiar a estratégia terapêutica utilizada

A Dra. Gabriela ressalta ainda o valor da multidisciplinaridade, uma das características chave do Instituto Weizmann que contribui muito para a sua excelência na pesquisa.  “No laboratório de bioinformática do Dr. Itay Tirosh tive a oportunidade de me relacionar com estudantes com expertise diversas como biólogos moleculares, químicos, matemáticos e médicos, o que proporcionou uma troca intensa de conhecimento.”

O doutorado de Gabriela Kinker , incluindo o estágio em Israel, foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (FAPESP).  “A capacitação de estudantes brasileiros para a análise dos dados de scRNA-seq propulsionará o desenvolvimento dessa área do conhecimento no Brasil.” – conclui a Dra. Gabriela Kinker.  Hoje, ela faz pós-doutorado no laboratório de Imuno-oncologia Translacional, no Centro Internacional de pesquisa do Hospital A. C. Camargo, aplicando a técnica de scRNA-seq para estudar as células do sistema imune infiltradas em câncer de pâncreas. Agora o objetivo dela é identificar novas moléculas alvo para o tratamento de tais tumores.

Parabéns Alicia Kowaltowski!

 Parabéns Alicia Kowaltowski!

A Profa Alicia Kowaltowski, uma das primeiras bolsistas brasileiras da Escola de Verão do Weizmann e hoje membro da Banca examinadora dos Amigos do Weizmann do Brasil, está entre os cientistas mais reconhecidos no ambiente científico mundial. O estudo que analisa o ranking mundial de cientistas foi realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford  e fornece um banco de dados dos 100 mil cientistas mais influentes pelo impacto ao longo da carreira , além dos 2% mais influentes em seus campos científicos em um único ano (2019). Alicia está em ambos. Ela ainda teve tempo este ano de tocar violino, fazer divulgação científica, lutar pelo financiamento da ciência brasileira e  participar do projeto de mentoria dos estudantes selecionados para a Escola de Verão do Weizmann 2020. Parabéns querida Alicia!

Grande avanço no caminho da digitalização dos aromas

 Grande avanço no caminho da digitalização dos aromas

 

Pesquisadores do Weizmann conseguiram mapear como são percebidos os perfumes. Os cientistas agora podem prever a partir da estrutura molecular, como qualquer odor complexo vai cheirar.  Este estudo, trabalho de neurobiólogos, cientistas da computação e um mestre-perfumista, pode levar à capacidade de digitalizar e reproduzir cheiros. Financiado pela Iniciativa Europeia para Futuras Tecnologias Emergentes (FET-OPEN), foi publicado na revista Nature.

Leia mais: A Measure of Smell

Ranking Leiden: Instituto Weizmann de Ciências #8 no mundo em qualidade de pesquisa

 Ranking Leiden: Instituto Weizmann de Ciências #8 no mundo em qualidade de pesquisa

A posição atual indica um aumento significativo na qualidade da pesquisa do Weizmann nos últimos anos.

O Instituto Weizmann de Ciências (WIS) foi classificado globalmente em oitavo lugar em qualidade de pesquisa no ranking realizado pelo Centro de Estudos de Ciência e Tecnologia (CWTS) da Universidade de Leiden, na Holanda

O Instituto Weizmann é uma das duas únicas instituições não americanas entre as dez primeiras posições (a outra é a Universidade de Shandong, China, que ficou em décimo lugar). No sub-ranking de Ciências Biológicas e Geociências o WIS ficou com a quarta posição no mundo.

Juntamente com outras realizações científicas,  os resultados da pesquisa serão apresentados na próxima semana durante o 72º International Board do Instituto, que pela primeira vez, acontecerá online devido ao COVID-19.

O Ranking Leiden é puramente quantitativo e não usa pesquisas subjetivas. Os dados abrangem o número de publicações científicas de pesquisadores de diversas universidades e institutos, o número de citações de artigos científicos (indicando a qualidade da pesquisa) e informações sobre o porte das instituições.

Outros números do Ranking Leiden 2020:

· 20% dos artigos de autoria de cientistas do Weizmann foram classificados entre os 10% melhores em impacto científico.

· 24% dos artigos de autoria de cientistas de Ciências Biológicas e Geociência do Weizmann  foram classificados entre os 10% melhores em impacto científico.

· Mais de 20% dos artigos de autoria de pesquisadores em Ciências Biomédicas e da Saúde foram classificados entre os 10% melhores em impacto científico.

· 2,5% dos artigos científicos de pesquisadores do Weizmann  estavam no percentil superior de artigos de impacto científico, e 65,8% deles estavam na metade superior dos artigos de maior impacto.

· Os artigos científicos de autoria de cientistas do Instituto receberam 36.129 citações no período 2015-2018.

 

O tempo passa rápido! Ou não?

 

O tempo passa rápido! Ou não?

Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências descobriram que a maneira como experimentamos a passagem do tempo pode ser distorcida por um processo no qual aprendemos a ajustar nossas expectativas.

Eles estudaram em voluntários o descompasso entre o esperado e o recebido (erro de previsão) e comprovaram que um erro de previsão positivo (receber a mais do que esperava) resulta em uma estimativa de tempo maior, enquanto receber menos do que o esperado, produz uma sensação de menos tempo. Com o equipamento de ressonância magnética funcional (fMRI)  descobriram que os dois erros de previsão e a sensação distorcida de tempo, ocorrem na mesma estrutura profunda no cérebro.

 Além do conhecimento básico, há evidências da importância para entender desordens como Parkinson, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção, nos quais as interrupções na capacidade de aprender são acompanhadas por um senso de tempo prejudicado.

Saiba mais: “Prediction errors” in learning occurring near the “time circuits” in our brain alter our sense of time

Fazendo florescer a pesquisa do deserto

 Fazendo florescer a pesquisa do deserto

O projeto Microbioma das plantas cria raízes no deserto de Arava de Israel

A descoberta das espécies bacterianas e fúngicas relacionadas às plantas do deserto poderia revelar um recurso inexplorado tão rico quanto o solo abaixo dele. Lançado em 2018, o Projeto Microbioma Vegetal é uma colaboração entre o Departamento de Ciências Biomoleculares e o Instituto Davidson de Educação Científica para compilar uma biblioteca genômica completa do microbioma vegetal da região. O projeto esclarece o mundo microbiano natural das plantas do deserto e ensina a próxima geração de exploradores científicos.

Cientistas e estudantes de pós-graduação do Weizmann trabalham em conjunto com professores e estudantes de escolas de Israel e da Jordânia para a coleta e processamento das espécies encontradas nas regiões periféricas do deserto. A meta nos próximos dois anos é alcançar 2.000 participantes e completar o banco de dados. Além de criar um banco de dados abrangente, o programa oferece uma experiência educacional extraordinária.

Saiba mais: Making desert research bloom

 

 

A origem da Criatividade

 A origem da Criatividade

 

 

Onde nasce a inspiração?

Cientistas do Weizmann propõem uma explicação que foi testada por pesquisadores liderados por Rotem Broday-Dvir  no grupo do Prof. Rafi Malach do Departamento de Neurobiologia.

 

Rotem Broday-Dvir (esq.) e Prof. Rafi Malach (dir.)

Eles realizaram uma série de experimentos em que os participantes receberam tarefas padrão usadas para avaliar comportamentos criativos  – por exemplo, encontrar novos usos para objetos cotidianos – enquanto seus cérebros eram escaneados com ressonância magnética funcional (fMRI).

Descobriram que ondas espontâneas de atividade cerebral – também chamadas de flutuações de estado de repouso – são as origens dessa pouco compreendida capacidade humana.

Avanço permite frear Falência hepática aguda

 Avanço permite frear Falência hepática aguda

Em camundongos, cientistas do Weizmann conseguiram uma melhora acentuada na função hepática e na sobrevivência prolongada.

Insuficiência hepática aguda é uma doença de progresso rápido que requer transplante de fígado de emergência. Em um estudo publicado na Nature Medicine, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências anunciam a descoberta de três novos subconjuntos de células hepáticas que orquestram o desenvolvimento dessa condição. Os cientistas também detectaram sinais – tanto do fígado doente como do microbioma intestinal- que de forma conjunta ativam essas células. E mostraram em camundongos que bloquear seletivamente esses sinais e reduzir o microbioma levou a uma melhora acentuada na função hepática e à sobrevivência prolongada. Nos humanos o padrão molecular é semelhante, levantando esperanças de que essas descobertas possam no futuro, ser transformadas em um tratamento.

“Nossas descobertas fornecem um primeiro passo para alcançar uma compreensão abrangente de como o microbioma interage com o hospedeiro ao contribuir para uma insuficiência hepática aguda”, diz Elinav. “Esse conhecimento poderia levar a uma nova opção de tratamento para essa desordem sem cura e devastadora”.

Saiba mais: Surprising Players in Acute Liver Failure Point to Potential Treatment