No evento público realizado em São Paulo, a professora Elisabetta Boaretto, pesquisadora do Instituto Weizmann de Ciências, explicou como as recentes tecnologias arqueológicas mudaram o que se conhecia da cronologia de Jerusalém.
Diretora do Centro Kimmel para Ciências Arqueológicas e do Laboratório de Datação por Radio-carbono D-REAMS, Elisabetta apresentou com grande simplicidade a abordagem, metodologia e os resultados de suas recentes pesquisas. A importância delas é grande: atribuíram a uma enorme torre de pedra construída sobre a fonte de Gihon, essencial para a sobrevivência dos habitantes da antiga Jerusalém, uma origem mil anos mais tarde do que o que se supunha. A palestra provocou debate no público no qual se encontravam cientistas, religiosos e leigos.
A professora creditou os avanços ao Instituto Weizmann de Ciências, onde a contagem de átomos de C14 em uma amostra é realizada com um acelerador de partículas, para gerar resultados precisos em objetos do tamanho de uma semente. “O Weizmann, como instituição cientifica, oferece um grande número de ferramentas fundamentais para essa análise, que permitem investigar os materiais, as amostras e os objetos arqueológicos que estamos estudando. Por esse motivo o Instituto tem grande relevância e é um dos líderes no campo da arqueologia”, destacou.
Pela relevância do projeto, a Israel Science Foundation está investindo o equivalente a 1,2 milhões de reais por um período de quatro anos para que, através da tecnologia do Instituto Weizmann, seja conhecida a verdadeira idade da ocupação humana em Jerusalém.
Os participantes do evento, de ingresso livre e organizado pelo Grupo de Amigos do Weizmann do Brasil e a Congregação Israelita Paulista (CIP), puderam observar nas imagens e na narrativa clara como se produziram estas importantes descobertas.
“Hoje tivemos a sensacional oportunidade de estar dentro de uma Sinagoga falando sobre ciência e arqueologia e conhecendo o impactante trabalho da professora Elisabetta, inclusive com a presença dos rabinos que puderam desafiá-la e das pessoas que participaram online através do Facebook”, finalizou o presidente dos Amigos do Weizmann do Brasil, Mario Fleck.
O evento contou com a presença do pesquisador brasileiro André Zular, primeiro bolsista brasileiro da Escola de Verão do Weizmann em 1983, e que atualmente faz pós doutorado no laboratório da Profa. Boaretto no Instituto Weizmann. “Pretendemos estabelecer uma colaboração entre o Weizmann e a USP para trabalharmos juntos no sítio arqueológico de Peruaçu”, frisou a professora.