Escola de verão

Tamara Gedankien

Bolsista de 2011

Formada em Engenharia Biomédica pelo Illinois Institute of Technology, Tamara mora nos Estados Unidos há quase 5 anos. Durante a faculdade, ela se dedicou a pesquisa biomédica, trabalhando em laboratorios no Pritker Institute of Biomedical Science and Engineering e no National Institutes of Health. Atualmente, Tamara trabalha como pesquisadora para os departamentos de Neurologia do Beth Israel Deaconess Medical Center e do Boston Children’s Hospital, dois dos hospitais afiliados a Harvard Medical School.

Projeto no Instituto Weizmann de Ciências:
Tamara fez pesquisa na área de neurobiologia do desenvolvimento no laboratório do Dr. Oren Schuldiner. Seu projeto investigou o mecanismo neuronal conhecido como “poda axonal”, em que partes de um axônio são removidas e regeneradas para formar as conexões corretas e finais do cérebro. A investigação foi realizada por meio de experimentos genéticos com a mosca Drosophila melanogaster.

Tamara Gedankien em Harvard

Ana Clara Cassanti

Bolsista de 2011

Engenharia Ambiental na Universidade Estadual Paulista (UNESP) realiza pesquisa na área de educação ambiental e possuei uma ONG (ABRIC) com atuação em todo o país que tem como objetivo o incentivo da ciência jovem.

Depoimento:

“Foi uma experiência única, pois além de poder fazer parte de um laboratório de pesquisa incrível com pesquisadores únicos, pude conhecer culturas e pessoas diferentes que foram de extrema importância em minha formação.” 

Projeto no Instituto Weizmann de Ciências:

Realização de células solares com banho químico com aplicação de óxido de zinco.

Luciano Menasce Rosset

Bolsista 2011

Engenharia Mecatrônica na USP e programa de Duplo Diploma na Universidade Técnica de Munique

Depoimento:

“As semanas que passei no Instituto Weizmann me abriram os olhos para as possibilidades da pesquisa. Desde então tenho procurado seguir em uma carreira de pesquisa e desenvolvimento.”

Ana Ciconelle

Bolsista de 2010

Ciências Moleculares, Universidade de São Paulo

Focou seus estudos em Bioestatística, estagiando no Department of Bioestatistics and Computational Biology do Dana-Farber Cancer Institute em Boston.

Faz mestrado em Bioinformática na Universidade de São Paulo.

Depoimento:

“A experiência adquirida no ISSI foi essencial para a escolha da minha carreira atual. No Weizmann Institute meu projeto foi desenvolvido no laboratório de neurologia, mas, para a minha surpresa, trabalhei com matemáticos e estatísticos, o que me mostrou a importância da mistura das áreas da ciência.”

Ivan Lavander Candido Ferreira

Ivan com a inglesa Becky no laboratório Profa Yonath – Bolsista de 2010

Biólogo pela Universidade de São Paulo

Em 2012, no Instituto Butantan, identificou mais de 40 toxinas do veneno da aranha de jardim que possuem o potencial para o desenvolvimento de fármacos. Esse trabalho foi o principal destaque universitário no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia do mesmo ano. Próxima etapa: doutorado em Oxford.

Veja a galeria de fotos

Depoimento:

Tendo sido bolsista do Amigos do Instituto Weizmann em 2010, a experiência em Israel continua influenciando minha carreira como biólogo. Naquele ano, enquanto calouro no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, fui selecionado para participar junto à dois outros paulistanos e um mineiro na delegação brasileira. Algum tempo depois, estávamos imersos num programa extremamente multicultural, mutidisciplinar, com cerca de 80 alunos do mundo todo que permanecem como amigos até hoje.

Os dois anos anteriores ao de embarcar para Israel passei trabalhando num projeto pré-universitário de pesquisa, sob orientação do Dr. Pedro Ismael da Silva Júnior no Instituto Butantan. Meu objetivo geral era de identificar compostos naturais que fossem úteis para o desenvolvimento de antibióticos. Nesse contexto, foi óbvia minha escolha em estagiar num dos laboratórios mais conceituados do mundo: da Prof. Ada E. Yonath, laureada com o Prêmio Nobel em 2009 por ter descrito a estrutura 3D do ribossomo, o principal alvo celular da maior parte dos antibióticos utilizados clinicamente.

Mas não só isso: o trabalho da Prof. Yonath sobre e estrutura do ribossomo tornou possível se entender a evolução da vida, dentro de uma teoria que sugere que a primeira molécula essencial seria o RNA. “Ver” o ribossomo por dentro é mais ou menos como cortar uma árvore pela metade para verificar os anéis de crescimento. Assim como nos anéis, a informação contida no RNA que compõe o ribossomo permite inferir em quais condições o ribossomo apareceu, quais foram as pressões seletivas que o estruturam, e, de quebra, identificar regiões que causam resistência aos antibióticos – um dos principais problemas médicos atuais.

Como o estágio em Israel foi tão impactante na minha visão de mundo, nos anos futuros puxei para meu trabalho essa intersecção, tão evidente no trabalho da Prof. Yonath, entre ciência básica e aplicada – especificamente, entre evolução e desenvolvimento de fármacos. Ao invés de fazer o screening de milhares de moléculas sintéticas para se identificar drogas potenciais, como é feito na indústria farmacêutica, por que não utilizar substâncias que evoluíram selecionadas naturalmente? Em 2012, através do meu trabalho no Instituto Butantan, identifiquei mais de 40 toxinas do veneno da aranha de jardim Nephilengys cruentata que possuem o potencial para o desenvolvimento de fármacos neuroimunomoduladores. Com a identificação destes componentes também foi possível se sugerir qual “caminho” evolutivo selecionou a diversificação destas toxinas. Como reconhecimento do impacto para o entendimento da evolução de toxinas e seu uso medicinal, este trabalho foi o principal destaque universitário no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia do mesmo ano.

O estágio no Weizmann também foi essencial para quebrar diversos preconceitos sobre o país multifacetado que é Israel. Não só Rehovot como todos os lugares que visitamos eram marcados pela multiculturalidade e multipolaridade ideológica, como também não viviam sob tensões religiosas. Também me mostrou que ultrapassar fronteiras – geográficas, políticas, econômicos, sociais e culturais – é essencial para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, de forma colaborativa, interseccional e disruptiva, algumas das marcas de Israel.

Terminando o curso de biologia, o potencial de romper barreiras para desenvolver minha capacidade intelectual me levou à dois outros programas similares: em 2013, embarquei para Áustria, tendo sido selecionado para estagiar com uma bolsa tão generosa quanto do Amigos do Instituto Weizmann no Instituto de Patologia Molecular em Viena, um dos epicentros na área de regulação gênica. Em seguida, me mudei para Inglaterra, onde continuei a expandir minha experiência em regulação gênica na Universidade de Oxford, sob supervisão da Prof. Tatjana Sauka-Spengler, com suporte do governo federal brasileiro e da Sociedade Britânica de Genética.

Tanto a experiência na Áustria (2013) quanto na Inglaterra (2014) definitivamente foram resultado do impacto positivo do verão que passei em Israel. No entanto, a chave de ouro resultante do estágio em Israel apareceu recentemente. Enquanto me formava na USP, participei da seleção para a pós-graduação no exterior. As entrevistas para seleção trataram justamente da minha experiência em Israel. Perguntas como “O que fez do Instituto Weizmann uma instituição de sucesso?” foram recorrentes. Por isso, hoje embarco para a próxima etapa da minha carreira, o doutorado em Oxford, sem esquecer das “lições” acadêmicas que aprendi em Israel – como a importância da ciência básica para a sociedade – e vou com a certeza de que cheguei lá por experiências tão enriquecedoras e impactantes como a que me foi proporcionada pelos Amigos do Instituto Weizmann.

 

Depoimento do Ivan Ferreira para a Febrace na qual ressalta o estágio no Weizmann

David Schlesinger

Bolsista de 1998

CEO e co-fundador da Mendelics, o principal laboratório de genômica da América Latina.

“A experiência do ISSI foi uma excelente oportunidade de conhecer incríveis cientistas e futuros cientistas. O programa abriu meus horizontes para maneiras diferentes de se fazer ciência, da integração de diversas áreas, desde matemática até biologia molecular”.

André Sapoznik

Bolsista de 1989

Hoje: Diretor no Itaú Unibanco

“A tal curiosidade cientifica, me ajuda, porém, em sempre tentar entender processos, mecanismos e tendências de forma ampla”.

Participei do Dr. Bessie F Lawrence International Summer Science Institute no Weizmann em 1989. Foi uma experiência incrível, que me deu a oportunidade de interagir com outros jovens do mundo todo e conhecer como se faz ciência de ponta. Os projetos de que participávamos eram fascinantes, já que acabávamos contribuindo com estágios de pesquisas que poderiam de fato florescer em avanços relevantes em matemática, física, química, biologia… Além disso, foi muito especial poder conhecer Israel em profundidade… Um “pequeno grande pais”!

Embora eu sempre tenha mantido minha curiosidade cientifica, acabei não seguindo carreira de cientista. Depois da faculdade (Eng de Produção na Poli), fiz um MBA em Stanford e hoje sou diretor no Itaú Unibanco. A tal curiosidade cientifica, me ajuda, porém, em sempre tentar entender processos, mecanismos e tendências de forma ampla.

Alicia Juliana Kowaltowski

alicia kowaltowski

Bolsista de 1992

Formada em medicina pela UNICAMP em 1997, realizou o doutorado em Ciências Médicas pela UNICAMP com estágio na University of Maryland e pós-doutorado na Oregon Graduate Institute. Atualmente é professora titular no Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo onde coordena um grupo de pesquisa dedicado ao estudo de metabolismo energético. Recebeu fellowship da Guggenheim Memorial Foundation e o Prêmio Elsevier-CAPES, dentre outras premiações.

Faz parte do Comité Científico dos Amigos do Weizmann do Brasil.

“Participei do programa em 1992, quando era primeiro-anista de medicina na UNICAMP. Foi uma oportunidade fantástica trabalhar em laboratório de pesquisa de ponta, visitar instalações laboratoriais de primeira qualidade nas mais diversas áreas e ter contato com jovens de todo mundo que, como eu, tinham um interesse em Ciência. Ao voltar, fui procurada por um laboratório no Brasil para fazer pesquisa durante a minha graduação, devido a minha experiência no Weizmann. Foi o início de minha atual carreira. Sou hoje professora titular do Departamento de Bioquímica da Universidade de São Paulo, onde coordeno um grupo de pesquisa dedicado ao estudo de metabolismo energético.”

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Rui Vogt Alves da Cruz

rui

Bolsista de 1997

Hoje: Diretor Global de Pesquisa e Desenvolvimento. The Dow Chemical Company, Freeport, TX, EUA.

 

Minha participação no programa de verão do Instituto Weizmann foi uma das melhores experiências científicas e pessoais da minha vida. Ainda lembro do dia em que recebi a carta da Academia de Ciências do Estado de São Paulo convidando para a prova de seleção e da emoção em receber a notícia, várias semanas depois, que tinha sido aprovado após as entrevistas. As semanas de trabalho no laboratório em projetos relevantes contribuíram muito para a minha paixão por ciência, mas sem dúvida a interação com os outros participantes selecionados foi um dos pontos mais importantes. Fiz grandes amizades – algumas das quais mantenho até hoje – com outros alunos apaixonados por ciência que depois se espalharam por escolas de ponta em todo mundo. A exposição a vida acadêmica em Rehovot e as excursões para conhecer as regiões e cultura de Israel também foram extremamente enriquecedoras.