Escola de verão

Roger Chammas

Bolsista de 1983

Hoje, Coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e Membro da Academia de Ciências dos Estados Unidos

Faz parte do Comité Científico dos Amigos do Weizmann do Brasil

 

“No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, que sedia a Disciplina de Oncologia da Universidade de São Paulo, interagimos com o grupo de Rony Seger, do Departamento de Regulação Biológica do Weizmann já há alguns anos, com projetos financiados pela CAPES e FAPESP. A experiência do grupo de Seger na área de comunicação entre células, e como os sinais químicos modificam o comportamento das células normais e tumorais é de grande interesse para nós. Além disto, este grupo é pioneiro numa forma de combinação de tratamentos que pode ter um grande impacto para o controle do melanoma, tipo de câncer de pele que estudo com meu grupo aqui em São Paulo.

Uma aluna de doutorado de meu grupo fez parte de sua tese no Weizmann, e atualmente uma pós-doutoranda do grupo de Deborah Schechtman do Instituto de Química da USP, com quem colaboramos neste projeto, trabalha no grupo de Seger. Colaboramos nesta abordagem de inibição dos sinais que mantém células cancerosas vivas.

Voltamos ao Weizmann há dois anos atrás para um Simpósio entre Weizmann e grupos brasileiros. Fomos muitíssimo bem recebidos, conversamos sobre nossos interesses comuns; e, visitamos alguns locais em Israel, ao mesmo tempo que alinhavamos estudos em colaboração. A atmosfera não mudou – os mesmos valores de respeito à Educação e à Cultura estavam presentes. Todas as conversas fluíam com muita facilidade e eram muito produtivas. A atividade científica ultrapassa a técnica; é um veículo para a mais alta diplomacia.

Tenho vívidas lembranças do programa, que deu contornos mais reais ao interesse que tinha na época em Bioquímica e Biologia Celular. Minhas escolhas subsequentes tiveram clara influência da experiência vivida no Weizmann, que me mostrou que aquilo que eu idealizava sobre a atividade de pesquisador/cientista era atingível. Hoje sou pesquisador; e, continuo trabalhando para ser cientista.

Em 1982, cursava o 3o ano científico no Colégio Dante Alighieri. Meus pais sempre estimularam nossa aprendizagem nas áreas de Ciências e Matemática. Professores ligados à Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Remate Watanabe e Shigueo Watanabe) organizavam grupos de estudo de solução de problemas de Matemática, e nos estimulavam a participar das Olimpíadas, que começavam a se tornar populares nesta época. Numa destas atividades, meu pai soube do concurso para participação no 15th Dr. Bessie Lawrence International Summer School e estimulou minha inscrição. O concurso foi organizado pela Federação Israelita e pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo.

A seriedade com que o concurso foi organizado e como as etapas de preparação para nossa ida ao Weizmann foram conduzidas deixou-nos muito clara a prioridade dada à Educação e à Cultura que o grupo da Federação Israelita defendia. Conhecia de fato muito pouco da cultura judaica até então, ouvia pelos meus colegas e interessava-me pela forma de organização da sociedade. Ficava impressionado como se produzia em termos gerais em Israel, apesar das adversidades e estado de tensão, por conta das lutas armadas, que imaginava existir.  

Ao chegar em Rehovot, tive uma impressão muito, muito mais vívida sobre a valorização dada à Educação e à Cultura. Fiquei impressionado pelo respeito à multiculturalidade e a liberdade às diferentes religiões. O valor dado ao trabalho que imaginava existir foi confirmado, e o uso intensivo da tecnologia mostrou um lado das ciências que as tornavam ainda mais fascinantes para mim. Para minha surpresa, não havia a tensão no dia-a-dia que imaginava existir. O grupo, formado por 66 jovens de diferentes países do mundo e de diferentes religiões, mostrava na prática o valor dado à multi culturalidade e o respeito às diversas religiões. 

Durante o programa, uma venezuelana, um canadense e eu estagiamos num laboratório de Diferenciação Celular, liderado por Michael Jaffe. Nosso objetivo era acompanhar como se dava o processo de reorganização do núcleo das células que se diferenciavam em fibras musculares. Trabalhamos três semanas no laboratório, entendendo a linguagem e delineando experimentos que nos permitiam acompanhar este processo celular, essencial para a vida dos seres compostos por células que se especializam e exercem diferentes funções. 

As atividades no laboratório eram acompanhadas de seminários e discussões com os demais participantes do curso de verão, todos ao final do ensino médio, e iniciando suas faculdades. Éramos estimulados a fazer perguntas, entender novos conceitos e acima de tudo a criticar nossas respostas. A interação era entre os alunos e tutores (3 para 1, em geral), que estimulavam a aprendizagem. 

Nos finais de semana, viajávamos com o grupo todo a diferentes áreas de Israel- Jerusalém, Negev, Galileia, visitando seus pontos turísticos e entendendo um pouco mais da história do povo judaico. O respeito que sentia pelos valores do povo judeu que conhecia se consolidaram. 

O curso de verão mostrou-me um pouco sobre o que era a atividade de pesquisa; e, como esta atividade é fascinante. Éramos estimulados a fazer perguntas e tentar respondê-las, com o tipo de experimento necessário. Foram pouco mais de cinco semanas, muito intensas, que me mostraram que caminho seguir ao longo do curso superior: busquei cursos em outras unidades de USP, onde estava matriculado, para completar minha formação em Biologia Celular e Molecular, fiz Iniciação Científica, como monitor do Departamento de Patologia da Faculdade, trabalhando no Laboratório de Oncologia Experimental. 

Fico satisfeito de saber que lideranças científicas nacionais de altíssimo valor têm conduzido o processo de seleção anual para jovens participarem desta incrível experiência que é o curso de verão do Instituto Weizmann. O curso desperta vocações; desmistifica a atividade de pesquisa científica, reforça o que é mais importante na atividade de investigação: a crítica.  Será muito interessante seguir cada um destes universitários que foram selecionados e participaram do curso de verão. Acima de tudo, um grande capital humano. 

 

Larissa Valdemarin Bim

Larissa Valdemarin

Bolsista de 2008

Hoje: Biomedicina UNIFESP

“Passar um mês em Israel…. Apesar de eu já ter sido selecionada, isso não parecia muito real. E no começo eu ainda estava um pouco apreensiva, tinha medo de não corresponder às expectativas de todos, mas tudo mudou a partir do momento em que chegamos lá.

O Instituto é um lugar muito bonito, todo arborizado, fomos muito bem cuidados, os dormitórios eram ótimos e as refeições também. Tudo era muito bem organizado e programado e era esperado que tivéssemos responsabilidade suficiente pra cumprir nossos deveres e horários.

Os dias que passamos no laboratório foram muito produtivos. Como era a primeira vez que eu efetivamente trabalhava em um laboratório eu pude aprender muitas coisas novas, tanto no lado da ciência como no lado da dinâmica de uma vida dentro de um laboratório. Meu mentor foi um fator muito importante, porque ele foi muito paciente e atencioso comigo em todos os momentos, sempre explicando tudo com muita clareza e me ensinando muitas coisas que estavam além do necessário ao meu projeto. O fato é que ele realmente gosta do que faz e isso é sempre contagiante. Fazer o relatório foi um desafio pra mim, não que eu nunca tivesse feito isso antes, mas eu estava sozinha (minha dupla havia trocado de projeto logo no primeiro dia), e demorei bastante pra escrever as 6 folhas pedidas, novamente meu mentor me ajudou muito, ele explicava as coisas pra mim de jeitos diferentes pra ficar mais fácil de entender, e também me ajudava a achar o melhor jeito de explicar os procedimentos toda vez q eu empacava no inglês. Quando eu terminei e imprimi meu relatório eu olhei pra ele e me deu uma sensação de orgulho muito grande, eu pensei “Nossa… fui eu que fiz!” – foi muito legal! – A apresentação foi muito tranquila, como eu sempre tive problemas com públicos eu já estava nervosa antes de começar, mas na hora que eu subi lá eu me surpreendi com o fato de eu estar bem menos nervosa do que eu achei que ia estar e apresentei bem melhor do que o esperado (pelo menos pra mim). O clima ajudou bastante, era bem descontraído, apesar de a coordenadora de biologia ser bastante rigorosa.

Fora do laboratório tudo era festa. Pudemos conhecer muitas pessoas de várias partes do mundo, várias culturas, e o programa em si oferecia todas essas oportunidades, mostrando pra nós, nos dias livres, um pouco mais sobre a cultura e o estado de Israel. Essa foi uma parte que pra mim contou bastante, eram momentos de relaxamento (ou não, já que a gente não dormia durante a semana e menos ainda nos fim de semana – foi bem exaustivo, mas eu não faria diferente.), de interação, de diversão, sem nunca deixar de lado a aprendizagem, tanto com os guias sobre Israel, quanto com as outras pessoas sobre fatos diversos.

Posso dizer que eu voltei de Israel diferente, mais aberta a novas experiências, com mais vontade de aprender, descobri que eu gostei muito de trabalhar com imunologia e que talvez Biomedicina seja mesmo uma carreira pra mim. Foi com certeza uma viagem de aprendizados e superações em muitos aspectos – descobri que eu posso fazer muito mais do que eu achava ser capaz.

Muito Obrigada a todos que nos proporcionaram, direta ou indiretamente, essa experiência maravilhosa e com certeza única. Muito obrigada por confiarem e acreditarem em mim.”

 

Caio Marco Bego

caio

Bolsista de 2008

Ciências Moleculares, Universidade de São Paulo

O programa inteiro foi muito bem organizado. Sempre que houvesse necessidade havia alguém que nos pudesse auxiliar, academicamente ou não. Durante as viagens, estávamos acompanhados durante todo o tempo, e pudemos visitar todos os lugares de forma segura.

Aprendi muito durante o projeto, tanto em termos científicos como culturais. Fui muito bem instruído pelo meu mentor durante o projeto e, mesmo este sendo completamente teórico, visitamos um laboratório do instituto que trabalhava com computadores quânticos. As viagens foram todas muito prazerosas e também durante elas aprendíamos, ou sobre a cultura israelense, ou sobre a fauna e a flora locais.

Não só pude participar de um projeto de pesquisa interessante por um mês em um dos institutos mais renomados do mundo, como fiz amizades que levarei para sempre. Com certeza, a viagem para o Weizmann é uma das experiências que mudaram minha vida”.

O programa do Instituto Weizmann me enriqueceu de diversas formas, e vai deixar muitas saudades. Durante o mês em que o programa durou, não só pude participar da construção de conhecimento em um projeto pioneiro, mas também fiz muitas amizades. Posso dizer que a bagagem cultural com que voltei ao Brasil é inúmeras vezes mais pesada do que quando embarquei para Israel.

Ainda tenho nítidos na memória muitos momentos, e acredito que assim permanecerão mesmo com o passar das décadas. Não há como esquecer a vista da cidade velha de Jerusalém, com igrejas, mesquitas e sinagogas que podem ser registradas em uma única fotografia. O mesmo para os 72 participantes boiando nas águas salgadas do mar morto, observando as montanhas da Jordânia no horizonte, e a noite em que dormimos a céu aberto no deserto da Judéia.

A maior parte das bolsas para estudar no exterior são destinadas a pesquisadores da pós-graduação. Ainda estou na graduação, ainda não sou cientista e se não bastasse sou calouro na faculdade. Agradeço sinceramente aos amigos do Instituto Weizmann pela raríssima oportunidade. O mais interessante da experiência como um todo foi que, enquanto o projeto no laboratório confirmava minha vontade de seguir uma carreira acadêmica, aprendia muito sobre Israel e a cultura hebraica nas viagens de final de semana, o que foi simplesmente fantástico. Realmente espero que o programa continue por muitos anos para que outros também tenham o privilégio de vivenciar grande parte do que nós, os três participantes Brasileiros de 2008, vimos, sentimos e aprendemos.”

 

Lucas Virgili Filgueiras Leiro

lucas

Bolsista de 2009

Ciências Moleculares, Universidade de São Paulo

“Não creio que existam palavras para descrever a experiência de ter passado um mês em Israel, estudando no Instituto Weizmann. Viagens desse tipo são normalmente dadas a pós-graduandos e nós tivemos essa grande oportunidade para ampliarmos nossa visão do que é ser um pesquisador. Além disso, convivemos com diversas culturas, e praticamos nosso inglês. E mais, conhecemos ainda Israel e algumas de suas belezas, andamos pelo deserto e flutuamos no Mar Morto. Uma viagem inesquecível, sem dúvidas.”

 

César Augusto Christine Iki

cesar

Bolsista de 2009

Química, Universidade de São Paulo

“É realmente uma sensação incrível saber que a sua redação foi escolhida dentre tantas outras. A sensação de fazer uma entrevista e ser um dos finalistas é maior ainda. Receber a notícia de que você foi um dos escolhidos para representar o nosso país em um programa científico no Instituto Weizmann, é então verdadeiramente indescritível. Eu não posso nem começar a expressar tal sensação. Aos que irão se escrever no concurso, boa sorte, vocês não irão se arrepender. Participar do ISSI foi sem a menor dúvida a experiência mais marcante da minha vida, tanto pessoal quanto acadêmica. Ter a oportunidade de trabalhar lado a lado com os pesquisadores em um instituto como o Weizmann, não tem preço. Não somente a experiência aumentou ainda mais a minha vontade de ser pesquisador e fazer algo para a humanidade, ela me ensinou muito sobre outras culturas. Vocês terão a oportunidade de se relacionar com pessoas do mundo inteiro, aprender suas culturas, seus modos de pensar. E não somente pessoas quaisquer, pessoas dedicadas e que apreciam a ciência, assim como você. Eu poderia escrever um livro sobre todas as pessoas, experiências, aventuras e tantas outras coisas que tive a oportunidade de vivenciar durante a minha participação no ISSSI. O melhor conselho que eu posso dar é que se dediquem verdadeiramente ao máximo, não poupem esforços em relação a serem escolhidos, vocês só tem a ganhar. É uma experiência que vocês jamais irão esquecer.”

de de ser pesquisador e fazer algo para a humanidade, ela me ensinou muito sobre outras culturas. Vocês terão a oportunidade de se relacionar com pessoas do mundo inteiro, aprender suas culturas, seus modos de pensar. E não somente pessoas quaisquer, pessoas dedicadas e que apreciam a ciência, assim como você.

Eu poderia escrever um livro sobre todas as pessoas, experiências, aventuras e tantas outras coisas que tive a oportunidade de vivenciar durante a minha participação no ISSSI. O melhor conselho que eu posso dar é que se dediquem verdadeiramente ao máximo, não poupem esforços em relação a serem escolhidos, vocês só tem a ganhar. É uma experiência que vocês jamais irão esquecer.

Ivan Loureiro

ivan

Bolsista de 2012

Depoimento:

“Já no início de 2012, quando li o e-mail do Amigos do Weizmann falando sobre a escola de verão, percebi que esta era a oportunidade perfeita. Algum tempo depois, a minha alegria ao descobrir que fui selecionado para esse programa foi indescritível.  Deixaria o Brasil pela primeira vez, e só por isso essa viagem teria um significado especial para mim. Conhecer um país, uma universidade, e pessoas do mundo todo… sabia que tudo isso seria maravilhoso. Mas foi ainda mais… muito mais. Digo sem dúvida nenhuma que essas férias em Israel foram o melhor mês que já passei na minha vida até hoje.

Tenho que admitir que, acima de tudo, as pessoas que conheci em Israel foram a melhor parte desta viagem. Estar num ambiente com pessoas falando as mais diversas línguas, e fazer amizades com israelenses, americanos, mexicanos, canadenses, ingleses, alemães, franceses, suíços, chineses, catalães (não espanhóis), cazaquistaneses… isso simplesmente não tem preço. Pude aprender um pouco de cada língua, e ensinar os gringos a falar português também. Farei todo o possível para não perder o contato com meus amigos e amigas, pois mesmo nesse tempo curto eles conseguiram se tornar muito importantes para mim.

Além disso, Israel é um país maravilhoso. Uma vez que a maior parte das notícias que circulam na mídia são sobre conflitos no local, muitas pessoas têm uma imagem do país que não condiz (em nada) com a realidade. Viajar por Israel foi inesquecível. Jerusalém, Tel Aviv, Caesarea, Eilat, os desertos, o mar morto… todos esses lugares são demais. A sensação de se estar no deserto (o que basicamente quer dizer no meio do nada) é extremamente reconfortante: não se vê nenhum sinal de civilização, nada se movendo, nada interferindo. Numa das noites em que acampamos, podíamos ver o céu perfeitamente… inclusive satélites podiam ser vistos. Olhar fixamente para o céu limpo nos traz uma sensação diferente de tudo do que estamos acostumados, e tive a oportunidade de fazê-lo várias vezes no deserto. A sensação de boiar no mar morto também é única… só procure não deixar a água cair no seu olho (experiência própria).

Quanto à parte científica, pude estar próximo de grandes mentes e aprender tudo o que foi possível. Assistimos a várias palestras muito interessantes, inclusive uma com Ada Yonath, a Nobel de química de 2009 (foi também muito bom almoçar a algumas mesas de distância dela… é estranho você estar comendo, olhar para o lado e a Nobel estar logo ali, a 20 metros de você). Tivemos contato com laboratórios equipados e pessoas apaixonadas pelo que fazem. A ciência é muito trabalhosa e cansativa, e é realmente admirável como essas pessoas são capazes de repetir experimentos semelhantes todos os dias, em busca de algo novo, sendo que em 99,9% dos casos tudo dá errado. Uma das coisas que aprendi por lá é que fazer ciência não é para qualquer um.

A experiência que tive é inestimável, e tenho certeza que os próximos participantes sentirão algo semelhante.

Por ora, agradeço o Amigos do Weizmann apenas em palavras. Espero, de verdade, que um dia eu possa retribui-los de forma mais apropriada por tudo que eu aprendi com seu apoio.”

 

Marcos Masukawa

mazu

Bolsista de 2012

Formado em Ciências Moleculares pela USP, faz mestrado no Instituto de Química da USP e vai continuar seus estudos no Tokyo Institute of Technology, em Tóquio. Faz parte da organização dos projetos USP|Debate (uspdebate.com) e Morcegos no tráfego (morcegos.no/trafego) e tem um site masukawa.com.br

Depoimento:

“O contato com outros cientistas é absolutamente necessário para se fazer ciência. Participar da Escola de Verão do Instituto Weizmann foi uma oportunidade para encontrar estudantes de todo o mundo que compartilhavam da mesma aspiração de se tornar cientistas, que gostavam de discutir ciência e que traziam consigo informações novas não só sobre um campo de interesse, mas também sobre a cultura dos seus países de origem e da sua experiência pessoal. Também houve a ocasião de levar a informação no sentido contrário e repassar o nosso ponto de vista sobre a ciência na prática. O programa é em essência uma experiência de networking, estabelecer relações profissionais e de amizade com pessoas de todo o mundo e conhecer aqueles que serão grandes pesquisadores, mas com quem estreitamos os laços agora. Naturalmente, o tempo em que estivemos lá não foi reservado só à pesquisa. Tivemos a oportunidade de conhecer Israel – a cultura e a geografia exótica.  Embora as quatro semanas tenham se passado muito depressa, o tempo foi suficiente para formular novas perspectivas mais ambiciosas, mudar conceitos e ampliar nosso conhecimento da área que estudamos.”

 

Projeto no Instituto Weizmann de Ciências:

Desvendar a estrutura de ribossomos de bactérias que causam doenças em humanos é o primeiro passo para desenvolver novos antibióticos que possam inibir a síntese de proteínas em bactérias. Neste projeto, extraímos ribossomos do patógeno modelo S. aureus e testamos diferentes condições de cristalização dos ribossomos obtidos. O objetivo da cristalização de ribossomos é compreender melhor a estrutura desses complexos moleculares, responsáveis pela síntese de proteínas em todos os seres vivos.

 

Gabriel Lisboa

Bolsista de 2012

Matemática na USP

Fez um intercâmbio na Universidade Técnica de Munique, Alemanha e pretende seguir a carreira acadêmica em matemática ou física.

 

Depoimento:

“Sem exageros, foi incrível. Viver Ciência 24 horas por dia, 7 dias por semana (exato, sem folgas no Domingo), com os melhores cientistas do mundo e as melhores companhias possíveis. Gente das melhores universidades do mundo, que não estão lá pra brincadeira (tá bom, um pouco de brincadeira, vai), sabem o que fazem e o fazem muito bem. Pessoal inteligente e empolgado, equipe sensacional, cientistas tops e laboratórios de primeira. Você só encontra no ISSI. O Weizmann é um dos melhores lugares para ser cientista, definitivamente. Realizei mais um sonho ao trabalhar com astrofísica lá, projeto este que eu mesmo escolhi. Detalhe para as várias viagens por Israel inteiro, de norte ao sul, leste à oeste, literalmente falando. Conheci Israel, sua cultura, seus desertos, seu céu, clima, comida, pessoas… simplesmente maravilhoso. Uma oportunidade que não se pode perder. Afinal, não é todo dia que se almoça junto com a prêmio Nobel de Química, certo? (Gente, eu encostei nela… não lavo meu braço nunca mais, há há). Deixo aqui meus sinceros agradecimentos aos Amigos do Weizmann por nos proporcionar e permitir essa intensa experiência que mudou a minha vida para melhor, para sempre. Obrigado.”

Projeto no Instituto Weizmann de Ciências:

Matéria escura e raios cósmicos: detecção por xenônio.

Matheus Mansour

Matheus Mansour El Batti

Bolsista de 2014

Depoimento:

“Foi um mês que mudou minha vida, mas de uma forma um pouco diferente daquela para a maioria dos participantes. Antes da experiência eu estava envolvido com a tecnologia, não com a ciência básica.

Após minha estada em Israel, porém, um mundo novo se abriu para mim: em vez de apenas usar a ciência básica – que é e sempre foi meu maior interesse na vida – como algo teórico destinado a aplicações, descobri que a área de estender o conhecimento de base me agradava muito.

Em suma, foi incrível, o melhor mês da minha vida. Conheci pessoas com quem falo até hoje e com quem sempre falarei. Tive contato com os melhores profissionais da física da atualidade. Fiz viagens incríveis e aprendi enormemente. Sou muito grato aos Amigos do Weizmann pela oportunidade, foi muito bom mesmo…”

 

Tiago Lubiana Alves

tiago

Bolsista de 2014

Ciências Biomédicas na Universidade de São Paulo

Depoimento:

“Foi um dos momentos mais marcantes da minha vida.  Tive contato com pesquisa de ponta na interseção entre envelhecimento, neurociências e imunologia, que ajudou muito na minha formação acadêmica. O instituto é multidisciplinar e com alto nível de internacionalização, permitindo absorver influências de todos os lados, e isso para mim foi único.

Contudo, foi muito mais. Em ocasião de outros programas / congressos no exterior, os reencontros posteriores me dão a certeza que os contatos lá feitos se tornaram amizades para a vida. Somado a isso, a beleza da cultura e história de Israel conhecidas nas viagens pelo país ficaram na memória e enriqueceram minha visão de mundo.

Sou imensamente grato ao programa e ao Amigos do Weizmann Brasil pela oportunidade!”

s viagens pelo país ficaram na memória e enriqueceram minha visão de mundo. Sou imensamente grato ao programa e ao Amigos do Weizmann Brasil pela oportunidade!”