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A iniciativa Ciência Pioneira, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e o Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, anunciam programa de bolsas de pós-doutorado para pesquisadores brasileiros

 A iniciativa Ciência Pioneira, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e o Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, anunciam programa de bolsas de pós-doutorado para pesquisadores brasileiros

 

Em parceria com o Instituto Weizmann de Ciências, a iniciativa Ciência Pioneira, apoiada pela família Moll, e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) lançaram um novo programa que oferecerá 15 bolsas de pós-doutorado no Instituto Weizmann de Ciências.  A proposta é promover o treinamento avançado de jovens cientistas brasileiros no exterior, e com o intuito de trazê-los de volta ao Brasil para acelerar o desenvolvimento de Ciência inovadora e da mais alta qualidade.

Representantes das instituições se reuniram na sede do IDOR, em São Paulo, no dia 07 de abril, para oficializar a parceria, planejada para um período inicial de dez anos (2022 a 2031). Estiveram presentes os co-fundadores do IDOR, Dra. Fernanda Tovar-Moll, Presidente do IDOR, e Dr. Jorge Moll Neto, Presidente do Conselho Administrativo do IDOR e um dos idealizadores da iniciativa Ciência Pioneira; o Prof. Roee Ozeri, Vice-Presidente do Instituto Weizmann de Ciências; Mario Fleck, Presidente da Associação de Amigos do Weizmann do Brasil, e a Prof. Regina P. Markus, professora da USP e Vice-Presidente da Associação de Amigos do Weizmann do Brasil.

Fundado em 2010, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) é uma organização sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover o avanço científico, qualificação, disseminação do saber e a inovação na área de saúde. O IDOR vem desenvolvendo pesquisas de fronteira voltadas tanto para ciência aplicada – com impacto clínico direto a curto prazo – quanto para a ciência fundamental, que busca o conhecimento mais profundo sobre os mecanismos biológicos, fisiológicos e patológicos.

“Com esta iniciativa, esperamos contribuir para a aproximação entre nossas instituições, seus pesquisadores, e nossas nações, no intuito de promover novos talentos da Ciência brasileira ao nível internacional. Os pesquisadores apoiados terão a oportunidade de desenvolver seus estudos avançados no Instituto Weizmann de Ciências, contribuindo, durante e após seu retorno ao Brasil, para os sistemas de Ciência Brasileira e Israelense. Acreditamos fortemente no papel crucial da ciência fundamental e das parcerias internacionais no desenvolvimento humano, tecnológico e social de um país”, destaca Jorge Moll Neto.

“No Weizmann, acreditamos nas pessoas e uma de nossas prioridades é atrair talentos para receberem treinamento e a melhor educação científica. Fiquei realmente impressionado com o que o IDOR já realizou em apenas 12 anos. A ciência está cada vez mais global e  precisamos construir pontes, e tenho  a certeza de que estamos dando início a uma  parceria  que trará ganhos para os dois lados e em benefício da humanidade”, ressalta o Prof. Roee Ozeri.

Os bolsistas serão selecionados por meio de processos seletivos e as bolsas direcionadas a pesquisadores qualificados que atendam aos requisitos acadêmicos do Instituto Weizmann de Ciências, e cuja proposta de pesquisa busque interfaces entre as áreas das ciências da vida, ciências exatas e da saúde.

Os selecionados terão a oportunidade de adquirir treinamento avançado ao longo de três anos no Instituto Weizmann de Ciências, e participarão de atividades científicas conjuntas entre o Instituto Weizmann de Ciências e o IDOR, visando estimular sinergias e colaborações sempre que possível.  O IDOR planeja oferecer aos pesquisadores, em seu retorno, apoio financeiro e logístico para estruturarem seus grupos de pesquisa nas suas instalações, assim como apoiar viagens internacionais e organizar simpósios para cultivar as relações científicas construídas no exterior.

“Há duas coisas que me deixam realmente feliz. Uma é quando os cientistas do Instituto fazem alguma descoberta importante que vai impactar na saúde e a outra é quando vemos pessoas como Jorge Moll e Fernanda Tovar-Moll nos ajudando a concretizar uma parceria como esta que estamos anunciando. Me sinto realmente entusiasmado com a possibilidade dos brasileiros serem beneficiados com a ciência de qualidade que é feita em Israel e principalmente no Weizmann. Estamos dando um grande passo e só posso agradecer”, celebra Mario Fleck.

Hepatite B: uma vacina de terceira geração

 Hepatite B: uma vacina de terceira geração

Ao longo da sua vida, o Prof. Yosef Shaul do Departamento de Genética Molecular do Instituto Weizmann de Ciências, se dedicou a entender os mecanismos do vírus da hepatite B e sua conexão com o câncer de fígado. A pesquisa levou a várias descobertas notáveis, e a uma vacina extremamente eficaz já aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.

Uma vacina mais rápida e que funciona em indivíduos que têm pouca ou nenhuma resposta à vacina de primeira geração. “Tão eficaz, que não pode ser ignorada.”

Saiba mais: Spiking the Particle

Mutações que protegem o cérebro da ELA

  Mutações que protegem o cérebro da ELA

31.03.22

Mutações em mais de 25 genes aumentam o risco de desenvolver esclerose lateral amiotrófica (ELA). Agora, uma equipe de pesquisa liderada pelo Prof. Eran Hornstein no Departamento de Neurociência Molecular e Genética Molecular, identificou um novo gene que parece desempenhar um papel defensivo na doença.

O avanço foi obtido após analisar os genomas de mais de 6.000 pacientes com ELA e de mais de 70.000 pessoas que não têm a doença. Os cientistas concluíram que as mutações recém-identificadas reduzem o risco de desenvolver ELA em quase cinco vezes. Para confirmar as descobertas, os pesquisadores usaram a tecnologia de edição de genes para introduzir as mutações protetoras em células-tronco de pacientes com ELA. O gene está localizado na parte do genoma, uma vez chamado de “DNA lixo”,  e que agora se sabe que serve para determinar se outros genes serão “ligados ou desligados” para gerar proteínas.

Publicado na Nature Neuroscience, estudos futuros podem verificar se a modulação desse caminho pode ter um efeito positivo nos pacientes.

A pesquisa teve apoio do Weizmann-Brazil Center for Neurodegeneration Research.

Saiba mais: Mutations in Noncoding DNA Protect the Brain from ALS

Eles têm uma outra explicação da origem da vida

 Eles têm uma outra explicação da origem da vida

03.02.2022

Quando e como se originou a vida, não é uma questão totalmente resolvida pela ciência! Os pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, Amit Kahana, Svetlana Maslov e o Prof. Doron Lancet (e-d). nadam contra a corrente ao divulgar evidências abrangentes de que a vida pode ter se originado em partículas lipídicas. Atualmente, a principal hipótese dentro da comunidade científica é que a vida foi desenvolvida a partir de moléculas de RNA.

O Prof Lancet já tinha desenvolvido o modelo, mas até agora, era  uma teoria em busca de apoio experimental. Eles apresentam pela primeira vez, um compêndio convincente de dados experimentais que apoia o novo modelo da origem da vida.

“Formas de vida que se originam em diferentes planetas provavelmente serão muito diversas”, diz Lancet,“mas acreditamos que começos mais humildes, exemplificados por micelas, podem ser comuns à vida em muitos locais em nosso sistema solar”.  Agora, resta esperar o nascimento de um consenso dentro da comunidade científica.

 

Saiba mais: The Primordial Soap

Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

 Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

01.03.2022

No início da pandemia do COVID-19, o Dr. Rony Dahan, cuja principal área de pesquisa no Instituto Weizmann de Ciências, é a imunidade e a imunoterapia relacionadas ao câncer, usou a expertise desenvolvida em seu laboratório para entender melhor a interação entre o vírus recém-descoberto e o sistema imunológico. Ele estava particularmente interessado nos anticorpos produzidos em resposta ao SARS-CoV-2. Embora a maioria dos estudos tenham abordado principalmente o efeito neutralizante dos anticorpos contra o vírus, Dahan e sua equipe decidiram abordar o tema de um ângulo diferente: focando no papel dos anticorpos como mediadores da comunicação com outros elementos da resposta imune, que acontece através de uma parte do anticorpo localizado em sua “cauda”.

Diferentes combinações de pequenas moléculas de açúcar ao longo da cauda moldam o resultado de sua comunicação. Os pesquisadores descobriram que os anticorpos antivirais diferiam entre pacientes leves e graves, e entre indivíduos em recuperação e vacinados e as características das caudas pareciam afetar a quantidade, qualidade e modo de proteção alcançados pela vacinação, em comparação com a imunização natural.

Os dados publicados no periódico Cell Reports serão levados em conta no futuro para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos.

 

Saiba mais: Following the Sugarcoated Tails of Antibodies

Diversidade no Instituto Weizmann, um passo à frente.

Diversidade no Instituto Weizmann, um passo à frente.

13.03.2022

Um novo programa na Escola de Pós-Graduação Feinberg do Instituto Weizmann de Ciências traz a inclusão e diversidade um passo à frente. O programa The Young Weizmann Scholars Diversity and Excellence Program, oferece  uma oportunidade única a graduandos de alto desempenho de setores tipicamente sub-representados na academia.  A inclusão dessas populações muitas vezes negligenciadas – árabes, etíopes, ultraortodoxos –  diversifica a próxima geração de cientistas em Israel, como também promove a diversidade no campus e nos laboratórios.

No último ano, 17 participantes foram cuidadosamente selecionados entre 180 candidatos. Entre eles  Yonatan Schweiger, 32 anos, um pai ultra-ortodoxo, casado com  três filhos que cresceu em uma comunidade fechada e não teve acesso ao conhecimento científico ele estudou e lecionou em uma yeshiva (escola para estudo talmúdico) até os 28 anos. Mazal Faraj, que cresceu em Nazaré Illit, filha de pais que não cursaram o ensino superior, hoje é estudante do terceiro ano de graduação do Instituto de Tecnologia Technion-Israel. Meklit Berhe, que imigrou para Israel da Etiópia aos cinco meses de idade, e Fadi Khateeb, da aldeia árabe de Deir Hanna, no norte de Israel.

“Os avanços científicos quase sempre acompanham a capacidade de olhar para problemas difíceis de diferentes ângulos – ângulos que lançarão uma nova luz sobre os fatos existentes”, disse o Prof. Perez, reitor de Feinberg. “Acreditamos que uma variedade de opiniões, culturas, abordagens e estilos de pensamento crítico são essenciais para o trabalho científico, tanto aqui no Instituto quanto em geral.”

 

Saiba mais: Summertime Science

 

 

Parabéns aos Professores Alicia Kowaltowski e Paulo Nussenzveig pelo reconhecimento

Parabéns aos professores Alícia Kowaltowski e Paulo Nussenzveig

 Parabéns aos Professores Alicia Kowaltowski e Paulo Nussenzveig pelo reconhecimento

A Profa. Alícia Kowaltowski recebeu o prêmio Ester Sabino que homenageia as pesquisadoras no Dia das Mulheres e Meninas na Ciência. O Prof. Paulo Nussenzveig recebeu uma menção especial no “Nature Awards for Mentoring in Science 2021″ e foi nomeado Pró-Reitor de Pesquisa da USP para o biênio 2022-2024. Ambos fazem parte dos Amigos do Weizmann do Brasil e integram a banca examinadora que contempla os estudantes brasileiros com a bolsa para a Escola de Verão do Weizmann.

 

Saiba mais:

Nature Awards for Mentoring in Science 2021 – Brazil

Conselho Universitário aprova indicação de quatro novos pró-reitores da Universidade

Prêmio Ester Sabino homenageia pesquisadoras no Dia das Mulheres e Meninas na Ciência

 

Tudo acaba em um grande estrondo?

Fotos Nasa/ESA Hubble Space Telescope/WIS

 Tudo acaba em um grande estrondo?

12.01.2022

A imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble, mostra uma estrela Wolf-Rayet e a nebulosa ao seu redor. A equipe de pesquisadores do Departamento de Física de Partículas e Astrofísica do Instituto Weizmann de Ciências, liderada pelo Prof. Avishay Gal-Yam, descobriu uma supernova rara originária desta estrela. O fenômeno nunca visto antes, levou à hipótese de que as estrelas de Wolf-Rayet não explodem, mas entram em colapso silenciosamente nos buracos negros. Esta descoberta foi publicada na revista Nature.

As explosões cósmicas lançam elementos que dão origem às novas estrelas. A Terra e todas as suas formas de vida são resultado de tal ocorrência. “Estudamos as origens de todas as matérias, incluindo a encontrada na Terra e buscamos explicações para os fenômenos físicos. É nisso que estou pessoalmente interessado. De onde tudo isso veio? Quero poder responder a essa pergunta da melhor maneira e com a maior precisão possível”, concluiu Gal-Yam.

 

Fonte: Going Out with a Bang

A vida social dos peixes-zebra

  A vida social dos peixes-zebra

28.12.2021

 

Com quatro semanas de idade e um centímetro de comprimento, os peixes-zebra começam a socializar. Identificar a sua própria espécie, as espécies “amigáveis” e as predatórias, requer um processamento sofisticado. Para aprender como isso acontece, os pesquisadores focaram na ocitocina, o hormônio das interações sociais, e criaram larvas transgênicas nas quais, em diferentes estágios de seu desenvolvimento, destruíram os neurônios de fabricação de ocitocina.

 Assim, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, em colaboração com cientistas em Portugal, descobriram que as larvas cujos cérebros não tinham ocitocina nas duas primeiras semanas de vida, viraram peixes adultos com uma capacidade prejudicada de interação social. A ocitocina tem uma janela de tempo crítica para desenvolver os traços sociais.

Os pesquisadores ainda descobriram os mecanismos pelos quais a ocitocina organiza o cérebro para responder a situações sociais através de neurônios que liberam dopamina, conhecida por regular sentimentos de recompensa e motivação, e de áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de estímulos visuais e das tomadas de decisão social.

 O conhecimento fornece uma nova base para avançar na busca da base molecular dos transtornos neurodesenvolvimentais, incluindo transtornos do espectro autista.

Saiba mais: Oxytocin in a developing fish brain determines later social behavior

O brasileiro Rogério Rosenfeld, professor visitante no Departamento de Física de Partículas e Astrofísica do Instituto Weizmann de Ciências

O brasileiro Rogério Rosenfeld, professor visitante no Departamento de Física de Partículas e Astrofísica do Instituto Weizmann de Ciências

Pesquisador brasileiro de destaque na área de Física das Partículas Elementares e da Cosmologia, no próximo ano, o professor Rogério Rosenfeld, do Instituto de Física Teórica da UNESP vai ser parte do Instituto Weizmann de Ciências onde vai continuar as suas pesquisas interagindo com o grupo do professor Gilad Perez do Departamento de Física de Partículas e Astrofísica.

“Foi em 2012, quando passava um ano sabático no CERN, na Suíça, onde conheci o professor Gilad Perez.” – relata. Mas foi só no início de 2020 que concretizou a primeira visita ao Instituto. “Estava planejando um outro ano sabático para 2021, após meu mandato na presidência da Sociedade Brasileira de Física. Encorajado por Gilad, me candidatei a uma
posição de professor visitante no Instituto Weizmann. Fiquei muito contente em receber a
Erna and Jakob Michael Visiting Professorship para o período de fevereiro a julho de 2022.”

Paulistano, o reconhecido cientista reconhece a influência de bons professores de
física durante o colegial assim como a leitura de livros de divulgação científica “Em particular, um livro do físico russo George Gamow sobre a história da Física (Biografia da Física), me deixou entusiasmado para seguir os estudos.”

Naquela época, havia uma universidade recém-criada, a Unicamp, que estava contratando cientistas do mundo inteiro. César Lattes, um dos maiores físicos brasileiros, montou lá seu laboratório. “Para surpresa de meus pais, decidi que queria estudar Física na Unicamp.” Depois de uma pequena resistência inicial, Rogério ganhou o apoio da família e foi morar em uma república em Campinas. “Com 17 anos, ainda não sabia bem o que era ser físico, mas rapidamente percebi que queria ser um físico teórico na área de partículas
elementares. Estudar os menores constituintes do Universo era meu objetivo.”

Após a graduação, que concluiu no Instituto de Física da Universidade de São Paulo
(IFUSP), veio o mestrado na mesma instituição e o doutoramento nos EUA na Universidade de Chicago em 1990, dedicando-se ao estudo teórico do bóson de Higgs, que seria descoberto só em 2012 no CERN. Seguiram dois anos na Universidade da Califórnia em Los Angeles e mais dois anos na Universidade de Northeastern, em Boston. Depois de 9 anos nos EUA, Rosenfeld voltou ao Brasil e foi contratado no Instituto de Física Teórica (IFT) da UNESP, em São Paulo, onde é professor até hoje e atualmente é vice-diretor do ICTP South American Institute for Fundamental Research (ICTP-SAIFR).

Professor de professores, quando fala da sua área de pesquisa, as partículas elementares e cosmologia, Rosenfeld ainda tem o entusiasmo do menino Rogério, apaixonado pelos livros de divulgação. “É fascinante perceber que as menores partículas da Natureza afetam o comportamento de suas maiores estruturas! O microcosmo e o macrocosmo estão intimamente relacionados.