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A controvérsia da oliveira

 

Seção transversal de um ramo de oliveira. O segmento é datado por radiocarbono. O retângulo vermelho mostra o crescimento em anos de “efeito bomba”.

 A controvérsia da oliveira

Com metodologia de alta precisão, os cientistas do Weizmann geram um novo olhar em torno da data de uma antiga rama de oliveira, a erupção do Vulcão da ilha de Santorini e os achados da região mediterrânea a partir de então.

A erupção do vulcão da ilha de Santorini, há uns 3.000 anos atrás, foi datada por diferentes pesquisadores de forma aproximada, com uma diferença de quase 100 anos entre eles. E um único galho de oliveira achado nas cinzas converteu-se no centro de uma controvérsia entre arqueólogos e dendrocronólogos (a  ciência  que  estuda o  crescimento das  árvores e  sua relação  com variáveis do  ambiente por  meio  da  análise  dos  anéis  de  crescimento). Agora, pesquisadores do laboratório da professora Elisabetta Boaretto, do Departamento de Arqueologia Científica do Instituto Weizmann de Ciências, trazem um novo olhar aos diferentes métodos.

Os cientistas do Weizmann se concentraram no fato de que o crescimento anual da oliveira não é uma história simples.  Embora uma seção transversal de madeira de oliva mostre anéis um pouco concêntricos, os círculos claros e escuros visíveis a olho nu não representam anos únicos de crescimento. Os anéis mais escuros podem ser uma espécie de coloração, em vez de sinais de ciclos anuais. Para contornar isso, a equipe arqueológica que estuda o galho de Santorini fez uso de microtomografia computadorizada (microCT), encontrando pequenas variações de densidade que  pareciam representar crescimento anual.

Mas o Prof. Boaretto do Weizmann, o Dr. Yael Ehrlich e o Dr. Lior Regev decidiram voltar ao básico e perguntar: As variações observadas nos estudos de microCTs realmente representam anéis de crescimento anual, e se assim for, o último anel (e portanto sua data) no ramo de Santorini seria testemunha da erupção? Sua resposta foi uma retumbante: mais ou menos.

A equipeusou vários métodos independentes para estudar e datar o crescimento dos anéis de um galho de cerca de 70 anos e aplicaram datação por microCT e radiocarbonode alta resolução em vários segmentos. Os pesquisadores buscavam identificar o “efeito da bomba” – uma duplicação da concentração de radiocarbono na atmosfera que ocorreu na década de 60 devido aos testes de armas nucleares atmosféricas daqueles anos.

Boaretto e sua equipe realizaram 100 determinações de radiocarbono ao longo do raio de crescimento com o Dangoor Research Accelerator. Com essas medidas de alta resolução, mapearam a inclusão de radiocarbono de testes nucleares na madeira ao nível de um mês, e compararam-na com a distribuição global de radiocarbono daquele período. No mesmo material, a equipe mediu outros dois isótopos de carbono (12C e 13C), e estes revelaram mudanças sazonais no crescimento.

O destaque do experimento, diz Boaretto, foi que seu método é tão preciso, que puderam até identificar partes do ano quando as árvores adicionam sua nova massa – crescimento sazonal durante a primavera e no verão. Além disso, eles descobriram que os limites entre os anos geralmente podem ser observados com microCT mesmo quando a madeira estava carbonizada (como a madeira é geralmente encontrada na arqueologia).

Um segundo destaque do método de alta resolução, eles descobriram que nas camadas mais externas, logo abaixo da casca, o crescimento que compreendeu algo como os últimos 30 anos em suas amostras aparecia uma única banda. Isso poderia colocar em questão o método de contagem de anéis, sendo que os limites que indicariam idade estariam faltando.

Além disso, eles descobriram que as oliveiras, à medida que envelhecem, podem parar de adicionar madeira a algumas partes de seus galhos, mesmo que continuem a adicionar novos crescimentos em outros lugares. As fronteiras entre as partes ainda ativas e as mortas são invisíveis aos olhos, mas o método de radiocarbono revelou uma diferença de 40 anos na idade aparente entre duas amostras diferentes, ambas colhidas em torno da circunferência do ramo. Em outras palavras, uma amostra colhida da área mais externa de uma seção transversal de um ramo, que pode ser pensada para representar a idade da árvore no momento da amostragem, poderia indicar ser 40 anos ou mais, mais jovem do que a idade real da árvore. Essa visão sugeriu a Boaretto e sua equipe uma nova interpretação para a data absoluta dada para o “último” anel na oliveira de Santorini.

Há uma possibilidade de que a data de radiocarbono obtida do ramo não represente a data da erupção, mas sim uma data mais antiga.

A equipe de Weizmann sugeriu que, embora o estudo original de microCT da oliveira de Santorini possa ter contado anéis de crescimento reais, há uma clara possibilidade de que a data de radiocarbono obtida do ramo não represente a data da erupção, mas sim uma data anterior. A área de onde a amostra foi colhida pode ter parado de crescer décadas antes da erupção. Modelando diferentes cenários possíveis, como o crescimento não formador de anéis e supondo um fim prematuro ao crescimento no galho, a equipe mostrou que as novas faixas de data resultantes se sobrepõem à das evidências arqueológicas.

Determinar a data da erupção é importante para a pesquisa arqueológica para datar outros achados na região mediterrânea a partir desse período.

“Essa não é a última palavra sobre a datação de Santorini”, diz Boaretto. “Mas destacou, entre outras coisas, como podemos usar dispositivos modernos para verificar nossos métodos de datação, e por que precisamos voltar continuamente às questões mais básicas. Depois de definir o relógio biológico de uma oliveira com radiocarbono, é possível interpretar melhor um estudo no qual os dados vêm da contagem de anéis.”

A pesquisa da Prof. Elisabetta Boaretto é apoiada pelo Chefe do Centro de Ciências Arqueológicas Helen e Martin Kimmel; o Laboratório de Espectrometria de Massa do Acelerador de Pesquisa Dangoor; o Instituto Serrapilheira; e Dana e Yossie Hollander. A Profa. Boaretto é titular da Cátedra da Dangoor de Ciências Arqueológicas.

Saiba mais: The “Bomb Peak” May Realign Date of an Ancient Volcanic Event

O caminho do estresse no corpo

 O caminho do estresse no corpo

Janeiro, 27, 2021

Cientistas revelaram a resposta ao estresse como nunca foi vista antes, identificando possíveis novos alvos de drogas. O avanço de pesquisadores do laboratório de Neurobiologia conjunto do Instituto Weizmann de Ciências com o Instituto Max Planck de Psiquiatria da Alemanha podem ser relevantes para uma série de doenças relacionadas ao estresse, desde ansiedade e depressão até síndrome metabólica e diabetes.

Liderados pelo Prof. Alon Chen, os pesquisadores usaram novas tecnologias para seguir o caminho do estresse no corpo, mais especificamente no chamado “eixo de estresse” que se origina no cérebro atravessa a hipófise ao lado do cérebro e finaliza em umas glândulas localizadas acima dos rins (supra renais) que produzem o hormônio cortisol. Quando o eixo de estresse é ativado de forma contínua, há produção contínua de cortisol que contribui substancialmente para os sintomas do estresse crônico.

Os achados, publicados no periódico Science Advances foram obtidos com uma técnica relativamente nova que permite identificar diferenças entre todos os tipos de células.

A equipe mapeou toda a extensão do eixo de estresse, verificando as atividades de 21.723   células únicas ao longo do percurso. E eles realizaram essa análise em dois conjuntos de camundongos – um sem estresse e outro exposto ao estresse crônico. Eles observaram que, à medida que a mensagem de estresse passava de um órgão para o outro, a expressão genética nas células sofreu maiores alterações. A equipe encontrou 66 genes que foram alterados no hipotálamo entre camundongos normais e estressados, 692 nos hipófise e 922 nas suprarrenais.

A resolução sem precedentes da técnica permitiu aos pesquisadores identificar, pela primeira vez, uma subpopulação de células supra renais que possam desempenhar um papel crucial na resposta ao estresse e adaptação. Entre outras coisas, a equipe identificou um gene, conhecido como Abcb1b, e descobriu que ele se expressava de forma excessiva nessas células em situações de estresse. Os cientistas acham que ela desempenha um papel na liberação de cortisol.

As descobertas em camundongos são relevantes para os humanos? Em colaboração com pesquisadores de hospitais universitários no Reino Unido, Alemanha, Suíça e EUA, os cientistas obtiveram glândulas suprarrenais que haviam sido removidas dos pacientes para aliviar os sintomas da doença de Cushing. Embora a doença seja resultado de um crescimento na hipófise, o resultado pode ser idêntico ao estresse crônico – ganho de peso e síndrome metabólica, pressão alta e depressão ou irritabilidade – por isso, em alguns casos, é tratado pela remoção das glândulas suprarrenais, reduzindo assim a carga hormonal de estresse dos pacientes. De fato, as células supra renais desses pacientes apresentaram um quadro semelhante ao dos camundongos no grupo de estresse crônico.

O gene identificado, Abcb1, era conhecido pelos pesquisadores de estudos anteriores sobre a genética da depressão. Descobriu-se que esse gene é polimórfico – tem várias variantes – e que pelo menos uma versão está ligada a um risco maior de depressão. O grupo analisou a expressão dessa variante em exames de sangue feitos de um grupo de indivíduos que sofrem de depressão e que foram submetidos a estresse temporário. Eles descobriram que certas variantes afetam, de fato, a maneira como as glândulas supra renais lidam com sinais de estresse descendo o eixo.

  O estresse crônico pode abrir a porta para inúmeros problemas de saúde. “A maioria das pesquisas neste campo se concentrou em padrões crônicos de estresse no cérebro”, diz o Prof. Chen. “Além de apresentar uma possível nova meta para o tratamento das doenças decorrentes do estresse crônico, os achados deste estudo abrirão novos rumos para futuras pesquisas.”

Saiba mais: Stress on Every Cell: Mapping the Stress Axis in Detail

A verdade sobre a estação dos hormônios

 

 A verdade sobre a estação dos hormônios

Fevereiro, 01, 2021

11 hormônios medidos em milhares de pessoas ao longo do ano, revelaram mudanças sazonais surpreendentes. A testosterona e o estradiol, por exemplo, o primeiro que prevalece mais em homens e o segundo em mulheres, oferecem picos de secreção espelhadas. Isso poderia explicar por que mais crianças são concebidas em determinadas estações.

Os pesquisadores acreditam que a melatonina – um hormônio que depende do ciclo luz e escuridão – é provavelmente a “mão” que mantém este relógio anual em movimento. Esperam que os padrões encontrados na população israelense, aconteçam no Hemisfério Sul, com seis meses de diferença. 

A pesquisa foi feita pelos departamentos de Biologia Celular Molecular e de Ciência da Computação e Matemática Aplicada do Instituto Weizmann de Ciências, com acesso ao banco de dados da maior organização de cuidados da saúde de Israel, Clalit. Foi publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) dos Estados Unidos.

Saiba mais: Seasons of Our Hormones

 

7 tecnologias para observar em 2021

 7 tecnologias para observar em 2021

Fevereiro, 01, 2021

 

Este ano parece ser promissor para o desenvolvimento de tecnologias. A revista Nature destaca com o título “Hologramas no cérebro” o trabalho do Prof. Ofer  Yizhar, neurocientista do Weizmann, como  uma como uma das sete tecnologias para ser observada.

A tecnologia “Hologramas no cérebro” faz referência a optogenética, a técnica que permite controlar a atividade de células e circuitos cerebrais definidos. Os neurocientistas tiram uma foto através do microscópio, marcam os neurônios que querem ativar, e o software gera hologramas para combinar com esses padrões de ativação. O desenvolvimentos convergentes de distintas ferramentas  e técnicas já permite explorar o código neural com precisão de um único neurônio.

“Tem gerado excitação no campo da neurociência desde que surgiu em 2005. Em 2021, prevejo que essas ferramentas terão um impacto ainda maior.” – escreve Esther Landhuis.

Saiba mais: Seven technologies to watch in 2021

O vento que traz plásticos perigosos e invisíveis

 O vento que traz plásticos perigosos e invisíveis

Janeiro 2021

Um novo estudo no Instituto Weizmann de Ciências (WIS) revela um grave problema ecológico. A poluição por micros plásticos (menores que 5 mm de diâmetro) no ar, sobre o oceano. As partículas podem permanecer no ar por dias, prejudicando o ambiente marinho, e afetando a saúde humana.  Vários estudos já encontraram micro plásticos na atmosfera acima da água perto da costa, mas desta vez os cientistas se depararam com uma quantidade não trivial acima da água do mar aparentemente limpa.

Expostas à luz UV e interagindo quimicamente com os componentes atmosféricos, as partículas provavelmente serão ainda mais prejudiciais ou tóxicas do que antes, além de terem o potencial de se tornarem arcabouços para o crescimento de bactérias marinhas.

As amostras foram obtidas no ano de 2016 pelo barco de pesquisa Tara (foto).  Os pesquisadores detectaram altos níveis de plásticos comuns – poliestireno, polietileno, polipropileno – por meio de equipamentos que a equipe do WIS fixou no mastro. As amostras foram coletadas no Atlântico Norte, mas a origem era provavelmente sacos e outros resíduos plásticos descartados a centenas de quilômetros de distância.

Koren, Vardi e Prof. Yinon Rudich têm colaborado por vários anos em estudos projetados para entender a interface entre oceano e ar. Embora a forma como os oceanos absorvem materiais da atmosfera tenha sido bem estudada, o processo da direção oposta – aerossolização, na qual substâncias voláteis, vírus, fragmentos de algas e outras partículas são varridos da água do mar para a atmosfera – foi muito menos investigado.

Saiba mais: Plastic is Blowing in the Wind

O novo observatório do Weizmann no Negev ajudará a moldar o futuro da descoberta da astrofísica

 O novo observatório do Weizmann no Negev ajudará a moldar o futuro da descoberta da astrofísica

Janeiro 2021

 

Fronteiras do Universo é uma iniciativa emblemática do Instituto Weizmann de Ciências que lançará uma nova geração de missões espaciais científicas israelenses e integrará a contínua pesquisa que se estende desde a  origem do Universo até o comportamento de partículas fundamentais. Um componente crítico do projeto é o WAO (Weizmann Astrophysical Observatory), agora em construção no deserto de Negev, em Israel.

Localizado perto do pitoresco Kibbutz Neot Smadar, o WAO é um tipo totalmente novo de observatório estelar baseado em dezenas de componentes telescópicos ligados. Permitirá digitalizar o universo visível em resolução temporal extremamente alta, e rastrear eventos celestes em desenvolvimento rápido.

Os avanços tecnológicos recentes por parte dos pesquisadores do Weizmann tornaram possível alcançar um aumento significativo no custo-efetividade, ao mesmo tempo em que forneceram capacidades digitais que possibilitam observar o espaço de uma maneira que nunca foi possível antes.

Leia mais: Ground control to major discoveries

Inoculation Nation – Insights sobre a vacina COVID-19 por especialistas israelenses

 Inoculation Nation – Insights sobre a vacina COVID-19 por especialistas israelenses
(10.01.2021)

 

 

No evento transmitido via Zoom (assista a íntegra aqui), o CEO do Instituto Weizmann de Ciências (WIS) para América Latina, Dany Schmit, ressaltou a importância de discutirmos vacinas desenvolvidas em tempo recorde, um triunfo da ciência e da medicina, e que há razões para esperança. O Prof. Roee Ozeri, VP do WIS, reforçou o valor de pesquisa guiada pela curiosidade que desvenda os mecanismos básicos dos vírus e permite desenvolver ferramentas para mitigar uma situação pandêmica, o que demonstra o papel essencial que a ciência básica tem na sociedade.

Os palestrantes ofereceram informações precisas sobre as vacinas, com slides comparativos, numa apresentação clara e elucidativa. Muitas dúvidas foram respondidas ao final.

O Dr. Igor Ulitsky do WIS fez uma apresentação detalhada de todas as famílias de vacinas comparando as não apenas pela eficácia e efeitos secundários documentados, mas outros aspectos tão importantes quanto: custo, capacidade de produção, condições de armazenamento. Ele destacou um ponto de vista que é pouco discutido na mídia, mas cada dia parece ser mais importante, a possibilidade de se repetir a dose ou se adaptar a mutações.

Das vacinas Oxford-AstraZeneca (RU), Sputnik V (Rússia), CanSino (China), Johnson&Johnson (EUA, ainda em fase 3 de pesquisa), todas fabricadas a partir de um vírus (Adenovírus), Ulitsky disse que se utiliza uma técnica relativamente nova, mas mesmo assim já há bastante informação a respeito – especialmente dos ensaios da Oxford-Astra Zeneca. “Infelizmente foi um ensaio complicado com diferentes problemas técnicos, mas podemos estar seguros da eficácia, efeitos adversos são raros.” A grande vantagem é que é relativamente barata e pode ser produzida em grande escala. “É o tipo de vacina que o mundo precisa porque pode se produzir bilhões de doses em poucos meses e é fácil de transportar, mas pode ser problemática usá-la mais de uma vez porque o corpo poderia gerar anticorpos que reconheçam o adenovírus e já poderia não ser mais efetiva”. Com a mesma tecnologia, mas utilizando um outro vírus (vírus da estomatite vesicular- VSV), a israelense BriLife está em fase 2 de desenvolvimento.

 Das vacinas SinoVac e SinoPharm, ambas da China, assim como a Covaxin da Índia, Ulitsky disse que parecem ser efetivas e estavam sendo reportadas como seguras e fáceis de produzir e de armazenar. Ressaltou a vantagem de que potencialmente pode se usar mais de uma vez, mas alegou que não há muita informação da literatura científica (nota da Redação, o webinar foi prévio ao anúncio dos resultados da Coronavac em São Paulo).

Das mais novas do ponto de vista tecnológico, as vacinas da Pfizer/Biontech, Moderna e uma outra dos Estados Unidos que utiliza a mesma tecnologia de RNA m. e ainda está em fase 3 nos ensaios clínicos (CureVac), as definiu como eficazes e com efeitos secundários não severos. E mesmo reconhecendo que não se sabe como será a longo prazo, salientou que não se esperam problemas. As dificuldades estariam, segundo Ulitsky, no preço, nas condições de transporte e na escala limitada de produção. Mas o importante é que podem ser adaptadas facilmente a novas mutações e reutilizadas.

Quer fazer Mestrado ou Doutorado no Weizmann?

 Quer fazer Mestrado ou Doutorado no Weizmann?

 A inscrição para nossos programas de Mestrado e Doutorado 2022/2023 já está aberta!

Open Virtual Day 2022 para estudos de pós-graduação da Feinberg Graduate School do Instituto Weizmann de Ciências.

Inscreva-se gratuitamente para receber o convite do Zoom. Você terá a chance de falar com os melhores cientistas e estudantes, se familiarizar com um dos principais institutos de pesquisa do mundo e conhecer o programa que oferece bolsas de estudo para alunos de pós-graduação.

Porque escolher o Weizmann

• Classificado entre as três melhores instituições do mundo pela qualidade da pesquisa pelo Nature Index
• Os programas de Mestrado e Doutorado oferecem bolsas e não exigem pagamento de mensalidade  e nem obrigações de ensino.
• Estreitas colaborações entre cientistas e estudantes e acesso aos equipamentos de laboratório mais sofisticados e de última geração do mundo
• Atmosfera internacional

Áreas

Ciências da vida, Química, Física, Ciências matemáticas e da computação, Arqueologia Científica e Ensino de Ciências

A Feinberg Graduate School é o braço acadêmico do Instituto Weizmann de Ciências. Os alunos participam da pesquisa científica realizada no Instituto usando ferramentas e equipamentos de última geração e trabalhando diretamente com grupos de vanguarda

O Instituto Weizmann de Ciência é uma das principais instituições de pesquisa básica do mundo. É composta por 250 grupos de pesquisa experimental e teórica em cinco faculdades — Biologia, Bioquímica, Química, Matemática e Ciência da Computação e Física.

Carta Retrospectiva 2020

Retrospectiva 2020

O que aprendemos com a pandemia?

Adaptabilidade, resiliência e solidariedade. Da comunidade Weizmann para o mundo.

 

“A pandemia não cortou nossas asas. Saímos voando mais rápido e mais alto”,
Prof. Alon Chen,
Presidente Instituto Weizmann de Ciências

Nada ficou como era. O mundo agora olha para a ciência com outra expectativa e confiança, e o Instituto Weizmann de Ciências e os apoiadores do mundo todo continuam à altura do desafio.

Assim que a pandemia teve início, o Weizmann foi além da pesquisa em ciência básica que o caracteriza. Mais de 60 laboratórios se puseram a buscar soluções urgentes contra a Covid-19 e investigar formas de prevenção, diagnóstico e tratamento para combater o impacto do vírus.

“A pandemia não cortou nossas asas. Saímos voando mais rápido e mais alto”, assinalou o presidente do Instituto, prof. Alon Chen.

Há múltiplas provas que sustentam a afirmação. Umindicativo da relevância do Instituto Weizmann de Ciências é que ele foi colocado na 8ª posição mundial na prestigiosa classificação de Leiden de qualidade em pesquisa. O que mesmo durante a pandemia, ingressaram novos cientistas com a missão de dirigir laboratórios e aumentaram os pedidos para estudos de pós-graduação vindos de outros países. Neste ano foi assinado também o histórico Memorando de Entendimento com a Universidade Mohamed bin
Zayed de Inteligência Artificial, (MBZUAI) dos Emirados Árabes Unidos. Os dois institutos agora trabalham em conjunto para promover o desenvolvimento e a utilização da inteligência artificial.

Também a pesquisa biomédica colaborativa alcançou um novo patamar com  a criação do Centro Schneider-Weizmann de Pesquisa em Saúde da Criança e do Adulto, parceria com o maior serviço de saúde de Israel, o grupo Clalit Health Services.

No Brasil
Todo mundo ficou em casa, mas se aproximar foi mais importante do que nunca.

Os Amigos do Weizmann participaram de diversas atividades virtuais que tiveram início quando a Profa. Regina P. Markus, Vice-Presidente do grupo e professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e o Prof. Luiz Vicente Rizzo, Diretor Superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, ofereceram um panorama sobre como a ciência estava atuando e responderam a dúvidas do grupo.

Em um outro encontro virtual, o Vice-Presidente do Instituto Weizmann de Ciências, Prof. Roee Ozeri, trouxe uma atualização sobre como os cientistas perceberam e atuaram de forma imediata onde a sua expertise podia fazer diferença. Mas adaptabilidade e resiliência não são nada sem solidariedade e muitos projetos internacionais foram pensados para que as colaborações fossem não apenas rápidas e eficientes, mas sob o modelo de ciência aberta, o que significa sem patentes nem royalties. Em outra oportunidade foi possível  ouvir sobre a situação da pandemia na voz do próprio Prof. Gabi Barbash,  diretor Emérito do Ministério da Saúde de Israel e do Programa Bench to Bedside do Instituto Weizmann de Ciências.

Mesmo sem colocar o pé em Israel, foi possível fazer vários tours virtuais pelo Instituto Weizmann de Ciências com os próprios cientistas dando as boas-vindas e mostrando alguns dos laboratórios especiais.

Do lado dos homens e mulheres de ciência, a distância nunca foi um empecilho. Ainda que distantes a dez mil quilômetros, três grupos de pesquisadores do Brasil e de Israel foram selecionados no segundo edital do programa Weizmann – FAPESP, que teve parceria com Instituto Serrapilheira,  para trabalharem juntos. E depois do distanciamento físico imposto ainda no Brasil e de uma quarentena de 14 dias, Camila Pinto da Cunha, a cientista que conquistou a primeira bolsa de pós-doutorado exclusiva para brasileiros  The Paulo Pinheiro de Andrade Fellowship, já está trabalhando no campus.

Outros foram e voltaram. Como Gabriela S. Kinker, que fez o doutorado no Instituto de Biociências da USP mas realizou no Weizmann um estudo com tecnologia de ponta ainda pouco utilizada no Brasil.  Assim, a equipe internacional conseguiu identificar potenciais barreiras ao sucesso no tratamento contra o câncer e que promete revolucionar a forma como se estudam os tumores.  Retornou também, logo antes das fronteiras fecharem, a Profa. Ana Claudia Trocoli Torrecilhas, que esteve no Weizmann três meses como parte de um programa de estímulo a internacionalização das instituições de Ensino Superior brasileiras (Programa Institucional de Internacionalização – PrInt). A Profa. Ana Claudia, professora associada na UNIFESP, agora  fala de Israel com paixão. A nação Startup mudou a sua cabeça: “Ao lado do Instituto Weizmann há um prédio inteiro de startups de área biológica. Fiquei impressionada. Para os cientistas brasileiros, fazer co-working com startups de Israel poderia ter um desdobramento muito positivo”.

Outros brasileiros permaneceram em Israel, mas não por isso estão longe. Desde Rehovot, o doutorando Rafael Stern participou  do Weizmann Live Talks com o tema “Florestas: uma solução climática?” e o pós doutorando Emilio Tarcitano  foi um embaixador do Weizmann no  bate-papo organizado pela Associação dos pós graduandos do IVB USP falando do tema: “Oportunidades e desafios na vida acadêmica”.

Em novembro, em uma janela de oportunidade quando a curva de contágio estava em queda tanto em Israel quanto no Brasil, Dany Schmit, CEO para América Latina do Weizmann, veio de Israel para São Paulo. Cercado de todas as medidas protetivas, foi possível por alguns dias vivenciar o reencontro com amigos e o trabalho lado a lado num planejamento de atividades e projetos que nos desafiam ainda mais nesse cenário onde é preciso se reinventar.

A ciência é urgente, não espera e não pode parar.

Na mídia
Como é habitual, as pesquisas do Instituto Weizmann de Ciências tiveram este ano bastante divulgação na mídia brasileira e não apenas pelos avanços relacionados a covid-19 que marcaram o noticiário.  Nas últimas semanas do ano, por exemplo, ao tempo que Jornal do Brasil informava que  cientistas do Weizmann descobriram que no pico da infecção pelo vírus SARS Co-V2 um doente pode transportar com ele até  cem bilhões de partículas virais, o jornal Folha de São Paulo e a revista Veja noticiavam uma pesquisa  do Prof. Ron Milo que aponta que o total de objetos construídos pela humanidade acaba de superar, pela primeira vez, a massa somada de formas de vida na Terra.

Cuidando do Futuro
Fato inédito em 52 anos, a participação na Escola de Verão (Dr. Bessie Lawrence International Summer Science Institute -ISSI) não foi presencial. Mas mesmo sem viajar, os selecionados pela Banca examinadora dos Amigos do Weizmann, Júlia Oscar Destro
(Osório – RS), João Pedro Torres (São Paulo – SP), Lúcio L. F. Neto (Belo Horizonte – MG) e Gabriella Arienne (Mesquita – RJ) tiveram a oportunidade de conhecer melhor o Instituto. Foram organizados para eles seminários online e sessões de breakout virtual. Os jovens participaram de um projeto de pesquisa e seis alumni brasileiros da Escola de Verão, entre eles a renomada Prof.  Alicia Kowaltowski, atuaram de mentores. Assim, como os mais de 80 bolsistas anteriores, eles criaram laços com estudantes e cientistas do
Weizmann e dos outros países.

Ser alumni é fazer parte da família Weizmann para sempre. Compartilhamos com eles as alegrias e ficamos felizes de ver nossa ex-bolsista da Escola de Verão do Weizmann 2018, Maria Vitória Valoto, ser escolhida entre os vinte brasileiros perfilados em um especial de VEJA “20 jovens brasileiros para acompanhar”.

Mas os jovens cientistas do futuro não precisam ter passado pelo campus para estar no nosso foco. Este ano o Instituto Davidson de Educação Científica, braço educacional do Weizmann, lançou um novo site: Stuck at Home?, disponível em inglês, que oferece um
conjunto de atividades de ciência digital para toda a família e o programa gratuito Window to the future, que promoveu ao longo de 5 domingos encontros entre alunos de 14 a 18 anos do mundo todo e os principais cientistas do Weizmann. Mais de 60 estudantes
brasileiros participaram dos encontros!

A reunião anual do International Board  aconteceu como sempre no mês de novembro. As apresentações das iniciativas científicas com maior impacto potencial na humanidade e o
reconhecimento de figuras inspiradoras não acontece presencialmente no campus, mas foi seguido no mundo todo de forma virtual. Foram apresentadas três iniciativas de projetos tão audaciosos quanto necessários e urgentes no cenário científico mundial, em Inteligência Artificial, em Neurociências (a criação do Institute for Brain and Neural Sciences), e o Projeto Frontiers of the Universe, que lançarão o Weizmann em uma odisseia em direção ao futuro da neurociência e da  física, respectivamente.

O acúmulo mundial de conhecimento em torno do coronavírus, ao lado das descobertas derivadas dos projetos de pesquisa relacionados ao coronavírus no Instituto já está incrementando nossa compreensão geral das doenças infecciosas e do sistema imunológico. É o futuro Institute for Infectious Disease Research do Instituto Weizmann de Ciências integrará insights dessas investigações e avançará em pesquisas de outros vírus transmitidos por animais e os desafios adicionais como a resistência
a antibióticos.

2020 não foi um ano fácil, exigiu adaptabilidade, resiliência, solidariedade. Os cientistas do Weizmann trabalharam com excelência trazendo grandes avanços para enfrentar o novo coronavírus sem descuidar da pesquisa básica e fundamental, fazendo mais perguntas e procurando as respostas para as grandes questões científicas que movem as fronteiras do conhecimento – tudo isso para tornar nossa vida mais sustentável, longa, com qualidade, facilidade e saúde.

Em meio a todos estes desafios, nos dá muita satisfação saber que estivemos juntos! Que venha #2021.

O que será preciso para evitar a próxima pandemia?

 O que será preciso para evitar a próxima pandemia?

Jan/2021

A criação do  Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas no Instituto Weizmann de Ciências aplicará insights da pesquisa COVID-19 e ajudará a afastar a próxima pandemia.