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Transferência pela luz

Transferência pela luz

Um portal quântico entre átomos e fótons pode ajudar a ampliar computadores quânticos

Os computadores quânticos do futuro serão capazes de efetuar cálculos que os computadores atuais não fazem. Entre eles, provavelmente se incluirá a capacidade de decifrar a criptografia utilizada atualmente nas transações eletrônicas, bem como ser o meio de solucionar com eficiência problemas complexos em cujo número de soluções possíveis aumenta exponencialmente. Pesquisas no laboratório de óptica quântica do Prof. Barak Dayan no Instituto Weizmann de Ciências pode estar avançando o desenvolvimento desse tipo de computadores um passo à frente com a criação de “portais quânticos”, que são necessários à comunicação dentro e entre os circuitos desses computadores quânticos.

Ao contrário dos atuais bits, que somente podem existir em dois estados possíveis – zero ou um – os bits quânticos, conhecidos como “qubits”, também podem existir em estados que correspondem a zero e um ao mesmo tempo. Esse recurso é conhecido como sobreposição quântica, e proporciona aos qubits uma margem extra, visto que os computadores que trabalham com esse tipo de bits são capazes de realizar diversos cálculos em paralelo. 

 Apenas um problema prejudica essa tecnologia: O estado de sobreposição quântica somente poderá existir sem ser observado ou medido pelo mundo externo; se isto acontecer, todos os estados possíveis se convertem em um estado único. Isto culmina em requisitos contraditórios: Para os qubits existirem em diversos estados ao mesmo tempo, eles precisam estar claramente isolados e, simultaneamente, precisam interagir e se comunicar com muitos outros qubits. É por isto que, apesar de diversos laboratórios e empresas em todo o mundo já terem experimentado computadores quânticos de pequeno porte, com algumas dezenas de qubits, o desafio de ampliar essas máquinas até os desejados milhões de qubits ainda é um enorme desafio científico e tecnológico.

Uma solução promissora é o uso de módulos isolados, com um volume pequeno e gerenciável de qubits, que podem se comunicar entre si quando necessário, por meio de conexões ópticas. As informações armazenadas em um qubit físico (p. ex. um único átomo ou íon) seriam então transferidas para um “qubit dinâmico” (ou “voador”) – uma única partícula de luz conhecida como fóton. Esse fóton pode ser enviado por fibras ópticas para um qubit físico em um ponto distante, e transferir suas informações sem que o ambiente detecte a natureza dessas informações. O desafio da criação desse tipo de sistema é que um único fóton pode conter uma quantidade de energia ínfima, e os minúsculos sistemas que funcionam com qubits físicos geralmente não interagem com a intensidade desejada com uma luz fraca.    

O laboratório de óptica quântica do Prof. Dayan no Instituto Weizmann de Ciências é um dos poucos no mundo com foco exclusivamente em enfrentar esse desafio científico. Suas instalações experimentais contam com átomos únicos acoplados a ressonadores de sílica em microescala exclusivos; e os fótons são enviados diretamente a esses átomos, por meio de dutos de fibra óptica especiais. Em experimentos anteriores, o Prof. Dayan e sua equipe comprovaram a capacidade de seu sistema de funcionar como um comutador ativado por um único fóton, assim como uma forma de “extrair” um único fóton de um feixe de luz. No presente estudo, publicado na Nature Physics, Dayan e sua equipe tiveram êxito – pela primeira vez – em gerar um portal lógico em que um fóton e um átomo automaticamente trocavam as informações que transportavam.

“O fóton transporta um qubit e o átomo é um segundo qubit” – explicou Dayan. “Toda vez que o fóton e o átomo se cruzam, eles trocam qubits entre si automática e simultaneamente, e o fóton prossegue em seu curso, agora levando os novos bits de informação. Em mecânica quântica, as informações não podem ser copiadas ou apagadas e essa conversão de informações é em fato a unidade básica de leitura e gravação – o portal ‘nativo’ da comunicação quântica”.

Esse tipo de portal lógico – um portal de conversão (SWAP) – pode ser utilizado para o intercâmbio de qubits, tanto nos circuitos de um computador quântico quanto na comunicação entre computadores desse tipo. Como esse portal não requer controle ou sistema de gestão externos, ele pode permitir o desenvolvimento de um equivalente de quantum para redes de integração em grande escala (Very Large-Scale Integration – VLSI). “O portal SWAP que propusemos se aplica à comunicação fotônica entre todos os tipos de qubits baseados em matéria – não apenas átomos” – explicou Dayan. “Acreditamos, portanto, que ele se tornará um bloco de construção essencial para a próxima geração de sistemas de computação quântica”.  

A pesquisa do Prof. Barak Dayan tem o apoio do Crown Photonics Center e das Fundações Edmond de Rothschild

Saiba mais: Light Exchange

 

Comunicação entre computadores quânticos um passo mais perto

Laboratório de Ótica quântica do Prof. B. Dayan


 Comunicação entre computadores quânticos um passo mais perto

A diferença da tecnologia atual, com bits eletrônicos que existem apenas em dois estados, zero ou um, os bits quânticos, o qubits, podem estar em um estado que corresponde a zero e um ao mesmo tempo, o fenômeno chamado de superposição quântica. Isto permite pensar que vão fazer múltiplas funções em paralelo, e resolverão muitos mais problemas do que os atuais, mas também poderão colocaram o encriptado das transações eletrônicas em risco.

 

A equipe do Prof. Dayan é uma das poucas do mundo focada por completo em atacar alguns dos novos desafios científicos dos computadores quânticos. Agora, num trabalho, publicado na revista Nature Physics apresentam o desenvolvimento de um processo de informação automática entre um fóton e um átomo. O avanço tecnológico é significativo porque poderá permitir a comunicação logica entre computadores quânticos.

Saiba mais: Transferência pela luz

Na direção de uma terapia ultrapersonalizada para melanoma

Na direção de uma terapia ultrapersonalizada para melanoma

A imunoterapia aumentou marcadamente a taxa de sucesso no tratamento do melanoma e um novo estudo, conduzido por pesquisadores do Instituto Weizmann no laboratório e em camundongos dá sinais que estas taxas podem se incrementar ainda mais. O caminho desenvolvido pela Prof. Yardena Samuels e colaboradores seria um enfoque altamente personalizado que permitiria ajudar as células imunes a reconhecer as células tumorais e destruílas. O trabalho da foi publicado na revista Cancer Discovery.

 

Saiba mais: Ultra personalized therapy

 


1o Simpósio Weizmann Einstein

1o. Simposio Weizmann Einstein

Pesquisadores do (WIS) de Israel, com destaque nos caminhos entre a bancada e o leito na busca de novas terapias vão participar junto a colegas do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e da Universidade de São Paulo (USP) do I Simpósio Weizmann-Einstein TRAVELS FROM BENCH TO BEDSIDE, AND BACK.

Ruth Scherz-Shouval, Tsvee Lapidot, Tsviya Olender, e Leore Geller do WIS, assim como a profa Regina Markus da USP e VP dos Amigos do Weizmann vao compartilhar saberes com os colegas brasileiros no dia 23 de outubro de 2018 no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) SP. O evento é destinado a biólogos, Biomédicos, Cirurgiões-Dentistas, Enfermeiros, Estudantes, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Médicos, Professores, Residentes, Terapeutas, Pesquisadores e todas as profissões na área da saúde com interesse em pesquisa científica.

The International Direct PhD Track in Neuroscience and Brain Science

The International Direct PhD Track in
Neuroscience and Brain Science

Convidamos graduados em diversas disciplinas, incluindo ciências exatas, life sciences, engenharia e psicologia para aplicarem para o International Direct PhD Track in Neuroscience and Brain Science no Instituto Weizmann de Ciências, em um dos principais centros de neurociência e pesquisa cerebral em todo o mundo.

O programa oferece duas especializações: Ciências do Cérebro (Sistemas, Neurociência Computacional e Cognitiva) e Neurociência Molecular e Celular. O WIS fornece bolsas para os selecionados, com alojamento para estudantes internacionais. Todas as aulas e palestras são realizadas em inglês.

Os candidatos devem ser formados no ensino superior, ou outro certificado considerado equivalente pelo Conselho de Estudos em seu campo, com um GPA de 85 (ou o equivalente).

Um número seleto de candidatos será convidado para uma entrevista com base em realizações acadêmicas e cartas de recomendação. Experiência anterior em pesquisa é uma vantagem, mas não é obrigatória.

 

 

Inscrições: de 1º de outubro 2018 até 31 de março 2019.

Resultados: 28 de fevereiro de 2019.

Para aplicar basta preencher o formulário on-line

Saiba mais aqui.

Programa Internacional Kupcinet Getz para estudantes de graduação


Programa Internacional Kupcinet Getz para estudantes de graduação

#8 semanas (junho-agosto)


Gabriela Frajtag
Bolsista 2024

Bolsas para participar em projetos de pesquisa durante 8 semanas para participar em projetos de pesquisa em matemática, física, química e ciencias biológicas.

Os estudantes são associados a um laboratório ou projeto de pesquisa teórica sob a supervisão de um cientista com experiência, sendo por esse período um membro de pleno direito do time científico. (O candidato deve indicar na aplicação o nome de até três cientistas do WIS com os que gostaria de trabalhar).

#Os participantes recebem uma bolsa de 4000 NIS (cerca de U$1,100.00);

#8 semanas de alojamento grátis nos dormitórios da Faculdade de Agricultura da Universidade Hebraica, que fica próxima;

# O programa conta com dois passeios de um dia a diferentes locais de Israel;

#Não há despesas dos cursos, nem para matrícula, application ou visto;

#O bilhete aéreo não é pago pelo programa;

#Os estudantes precisam adquirir um seguro médico que cubra toda a estadia.

 

Requisitos mínimos:

As vagas são limitadas, os candidatos são escolhidos de acordo com sua  excelência acadêmica, independentemente de religião, etnia, nacionalidade, idade, incapacidade ou gênero.

O estudante deve estar cursando graduação em física, química, biologia, matemática ou computação.

Deve ser fluente em inglês.

Deve destacar evidências de interesse sério na pesquisa científica. A experiência prévia é uma vantagem, mas não um requisito.

Saiba mais: Kupcinet-Getz International Summer School

Instituto Weizmann de Ciências (WIS), entre os 10 primeiros no Ranking CWTS Leiden de qualidade em pesquisa

  O WIS ocupa o nono lugar no ranking do Centre and Technology Studies (CWTS), na Holanda

O ranking do Centre for Science and Technology Studies (CWTS) da Universidade de Leiden, na Holanda, inclui cerca de 1000 universidades no mundo, e baseia a lista em indicadores bibliométricos que incluem pesquisa científica publicada e citações entre outras medidas de impacto e qualidade.

É a segunda vez que o instituto está entre os 10 primeiros. No ranking do ano de 2015, estava em décimo lugar. Uma década atrás, estava no número 19. A posição atual no presente ranking mundial é referida a dados dos anos 2013-2016.

Outros dados:

  • 20% dos artigos científicos publicados pelos cientistas do Instituto Weizmann de Ciências estão incluídos na lista dos 10% artigos científicos de maior influência;
  • 2,1% dos artigos científicos do Instituto Weizmann de Ciências estão no 1% superior na lista dos artigos científicos mais influenciáveis, e 67% estavam na metade superior de influência;
  • No período avaliado (2013-2016), 2.526 artigos científicos foram citados 33.164 vezes.

CWTS

 

Leia mais: Weizmann at #9 on prestigious Leiden ranking

Reunião em SP com alunos que ganharam bolsa para a Escola de verão 2018

Da esq. para a dir.: Lucia Hauptman, Regina P. Markus, Maria Vitória, Carolina Padilha, Mario Fleck, Luiza Coutinho, Gean de Oliveira e Roxana Tabakman

Reunião em SP com alunos que ganharam bolsa para a Escola de verão 2018

Com a presença dos fundadores e da atual diretoria, o grupo de Amigos do Instituto Weizmann do Brasil foi recebido por Lucia Hauptman em um jantar especial para a apresentação dos quatro alunos brasileiros que ganharam a bolsa integral para participar do curso de verão do Instituto Weizmann de Ciências de Israel.

Gean de Oliveira da Silva, de Araponga, PR, Maria Vitória Valoto, de Londrina – PR, Carolina Eva Padilha, de São Paulo SP, e Luiza Elias Coutinho, de Belo Horizonte – MG, estão às vésperas de vivenciarem uma  experiência de ciência e de vida única durante o mês de julho, quando participarão da Escola de Verão que acontece todos os anos no campus do Instituto Weizmann de Ciências (WIS), na cidade de Rehovot, juntamente com 80 estudantes do mundo todo.

Os bolsistas foram recepcionados pelo presidente, Mario Fleck que, dirigindo-se aos jovens e aos patrocinadores do programa, destacou a velocidade de progresso de Inteligência Artificial, Big Data e as expectativas das mudanças devidas ao desenvolvimento científico. “A maior preocupação do Weizmann é com o talento. Atrair os melhores cérebros é um grande desafio, pois Israel é um país muito competitivo. Por esse motivo prestam muita atenção a estes talentos em potencial, e as ideias dos jovens não ficam na gaveta”, destacou Fleck.

“O Brasil tem encaminhado alunos desde 1983 e muitos dos que passaram pelo Instituto tiveram suas vidas acadêmicas e profissionais positivamente influenciadas por esta experiência”, complementou o presidente dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil, destacando outros projetos nos quais os Amigos participam buscando construir um futuro melhor, na área do câncer especialmente, além de sua  satisfação pessoal em participar da jornada científica, mesmo sem ser cientista.

A professora Regina P. Markus, vice-presidente do Grupo de Amigos do Weizmann Brasil, destacou como o Weizmann é único em gerir e gerar conhecimento e como este instituto de ciência básica é valorizado pela população leiga de Israel.

Regina também atualizou aos presentes sobre o incremento nas parcerias do Weizmann com centros acadêmicos e redes de financiamento do Brasil, destacando o sucesso da sua parceria com a equipe do Dr. Tsvee Lapidot.  “Temos dois grupos estabelecidos para um projeto de longo prazo. Através do intercâmbio de indivíduos, juntamos diferentes habilidades e competências”.

 

Saiba como foi a apresentação dos alunos:

Gean, o mais novo dos bolsistas com apenas 17 anos, contou como foi premiado pela vaga conferida na FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – POLI/USP), onde apresentou sua pesquisa de desenvolvimento de um material biodegradável, que leva em sua composição a fibra de bananeira como alternativa sustentável ao uso de plásticos convencionais.

 

 

 

Maria Vitória, de 18 anos,  premiada na Mostratec, afirmou que já tinha seu objetivo traçado há tempos: “Fui à Mostratec para ganhar a bolsa do Weizmann”. Seu projeto de ciências buscou uma alternativa para combater um fungo oportunista que causa infecções vaginais, Cândida spp., contra o qual boa parte dos antifúngicos utilizados já não são mais eficientes. Após o Weizmann, seu próximo passo será estudar nos Estados Unidos.

 

 

Carolina estudou no Colégio Dante Alighieri, onde em 2014 começou um projeto de iniciação cientifica. “Estava na Mostratec em 2016 quando o prêmio do WIS foi anunciado. A partir de então, conversava com ex-bolsistas e me preparava para a seleção”. Ela tem 18 anos, e foi selecionada pela seleção geral, que contou com 354 candidatos para duas vagas.

 

 

 

Luiza, levou a segunda vaga da seleção geral. Em 2015 começou sua iniciação científica e participou de um curso de três semanas na Universidade de Stanford sobre Biotecnologia. Quando fala de ciência, seus olhos brilham “é minha paixão, vou conseguir o que eu quero porque vou persistir”, disse.

 

 

 

 

Outro convidado a falar foi Eric Grosman Radu Halpern, ex-bolsista que esteve no curso de verão do Weizmann. Ele falou com entusiasmo de como a experiência no instituto israelense influenciou sua vida e foi decisiva para que ele iniciasse o curso de engenharia de computação nos Estados Unidos.  “Na faculdade, em Boston, somos oito alunos de diferentes países que conquistaram a bolsa do WIS em 2016. Os cientistas mais jovens estão muito conectados no mundo virtual e o Weizmann é uma referência”, frisou.

 

Evento realizado em 27/Junho
Local: São Paulo

Próximos eventos

Ao final do encontro, foram anunciados os próximos eventos dos Amigos do Weizmann do Brasil. O Weizmann Talks em agosto e o Simpósio Einstein-Weizmann no mês de outubro.

Saiba mais sobre os bolsistas 2018 aqui.

Desperdício de recursos ambientais?

 Uma nova análise sugere que centenas de milhões de pessoas poderiam se alimentar dos mesmos recursos se mudarmos para dietas baseadas em vegetais

 

Estima-se que mais de um terço dos alimentos produzidos para consumo humano se perde ou é desperdiçado em todo o mundo. Mas o maior volume de resíduos, que não está incluído nessa estimativa, pode decorrer das escolhas alimentares.

Em um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), dos EUA, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências e seus colegas descobriram um novo meio de definir e quantificar esse segundo tipo de desperdício. Os cientistas chamaram sua descoberta de “perda de oportunidade alimentar”, uma expressão inspirada no conceito econômico de “custo de oportunidade”, que se refere ao custo das escolhas específicas feitas em detrimento de opções melhores.

A perda de oportunidade alimentar, tem origem no uso da terra para fins agrícolas para produzir alimentos para animais em vez de optar por alternativas vegetais com as mesmas propriedades nutricionais. Os pesquisadores relatam que, somente nos Estados Unidos, evitar a perda de oportunidade alimentar – ou seja, a substituição de alimentos produzidos para animais por culturas para o consumo humano – representaria um acréscimo na produção de alimentos suficiente para alimentar mais 350 milhões de pessoas, mais do que toda a população dos EUA, com os mesmos recursos fundiários. “Nossa análise demonstrou que favorecer uma dieta à base de vegetais representa um potencial maior de geração de alimentos do que a eliminação de todas as causas tradicionalmente citadas do desperdício de alimentos” – disse o Dr. Alon Shepon, que trabalhou no laboratório do Prof. Ron Milo no Departamento de Ciências Botânicas e Ambientais. Os pesquisadores do Instituto Weizmann colaboraram com o Prof. Gidon Eshel da Faculdade de Bard e o Dr. Elad Noor da ETZ em Zurique.

Os cientistas compararam os recursos necessários para produzir as cinco principais categorias de alimentos para animais – para gado bovino de corte, gado leiteiro, suínos, aves de corte e aves poedeiras – aos recursos necessários para cultivar vegetais comestíveis com valor nutricional semelhante em termos de proteínas, calorias e micronutrientes. Eles constataram que a substituição proposta poderia gerar de duas a vinte vezes mais proteínas por hectare de cultura.

Os resultados mais expressivos foram os relativos ao gado de corte. Os pesquisadores compararam esse setor a uma variedade de culturas – soja, batata, cana de açúcar, amendoim e alho – que oferecem um perfil nutricional semelhante se consumidos nas proporções corretas. Uma área cultivada que poderia produzir 100 gramas de proteína com essas culturas gerariam apenas 4 gramas de proteína comestível na criação de gado de corte. Em outras palavras, o uso de terras cultiváveis para a criação de gado de corte em vez de vegetais comestíveis resulta em uma perda de oportunidade de geração de alimentos de 96 gramas – ou seja, uma perda de 96% – por unidade de terra. Isto quer dizer que o ganho potencial de mudar o uso das terras cultiváveis de alimentos para animais para alimentos para o consumo humano seria imenso.

As perdas estimadas ao se deixar de substituir outros alimentos destinados a animais por culturas de valor nutricional semelhante também são bastante expressivas: 90%, no caso dos suínos, 75% na produção de laticínios, 50% no caso das aves de corte e 40% para as aves poedeiras – valores superiores a todas as formas de desperdício convencionais combinadas. “A perda de oportunidade alimentar deve ser levada em conta se quisermos fazer escolhas alimentares corretas em prol da segurança alimentar global” – disse Milo.
A pesquisa do Prof. Ron Milo tem o apoio de Mary e Tom Beck do Centro Canadense de Pesquisas Energéticas Alternativas, do qual ele é diretor; do Programa Zuckerman STEM Leadership; de Dana e Yossie Hollander; e da Fundação Beneficente de Larson. O Prof. Milo é o responsável pela cátedra de Charles e Louise Gartner

Andrés Goldman

 

Andres estuda as mitocôndrias – organelas que contém enzimas importantes para o ciclo de vida e metabolismo celular, e responsáveis pela conversão de nutrientes em energia utilizável. A produção de energia das mitocôndrias pode determinar o destino das células, sendo assim, são importantes na saúde e na doença. Utilizando ferramentas moleculares, Andres procura entender a biologia mitocondrial, incluindo os mecanismos que regulam a arquitetura, função e comportamento mitocondrial. Está interessado particularmente em como as mitocôndrias mudam de forma, formando redes complexas interconectadas em resposta a mudanças a disponibilidade de nutrientes.

Quando não está no laboratório, percorre trilhas ou joga futebol no campus do Instituto Weizmann, com outros estudantes internacionais. Ele a sua esposa estão esperando um filho.