Na Vanguarda da Ciência e da Tecnologia

Liane Gotlib Zaidler
Especial para Tribuna Judaica

Com modernos laboratórios que abrigam mais de 2500 cientistas, técnicos de laboratório e estudantes, o Instituto Weizmann, localizado em Rehovot, Israel, figura na vanguarda da investigação científica e vêm fazendo grandes contribuições para a humanidade no tratamento de doenças e no campo das investigações científicas. Aqui no Brasil, a Associação dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil, tem buscado divulgar o trabalho do instituto israelense, viabilizar parcerias e estimular a vinda de cientistas israelenses para o Brasil, assim como a ida de cientistas brasileiros para Israel. Mario Fleck, presidente da Associação fala com exclusividade aos leitores da Tribuna Judaica sobre o trabalho dos Amigos do Weizmann.
Conte-nos um pouco da sua trajetória profissional e comunitária e sobre como você se envolveu com o Instituto Weizmann de Ciências.
Minha vida profissional inclui 28 anos em Consultoria na Accenture, aonde comecei ao sair da faculdade e atuei como presidente por 14 anos. Desde 2004 sou sócio da Rio Bravo, uma empresa do mercado financeiro fundada pelo ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. Sempre me interessei pela atuação voluntária na comunidade e minhas contribuições incluem, entre várias outras, atuação no Colégio Max Nordau no Rio de Janeiro. Hoje estou envolvido com a Federação Israelita do Estado de São Paulo, com a Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria com o Instituto Chaim Weizmann de Ciências.

O que é e o que faz a “Associação dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil?
Assim como as maiores universidades o Instituto Weizmann também tem grupos de amigos organizados em diversos países. No Brasil, ele já exisite há muitos anos, tendo sido dirigido em sua primeira etapa pelo Roberto Kamminitz a quem tive a honra de suceder. O Weizmann é uma instituição multidisciplinar que realiza pesquisa pura nas áreas de Física, Química, Biologia, Bioquímica, Matemática e Ciências da Computação. As contribuições do Weizmann para a humanidade são inúmeras e as mais destacadas estão no campo da medicina, como por exemplo a descoberta do Copaxone, considerado o mais importante remédio para a esclerose múltipla, assim como no campo de energia solar.
No Brasil existem parcerias ligadas à pesquisa em medicina, com o Hospital Israelita Albert Einstein, um projeto que avalia as mudanças climáticas na Amazônia e também na área de pesquisa de energias alternativas. Recentemente iniciamos também uma parceria com a Nova Escola Judaica (Bialik + Renascença) para a capacitação de professores no instituto israelense.
Os Amigos do Weizmann promoveram diversos eventos nos últimos tempos, inclusive com a presença de diretores e professores do Instituto Israelense. Quais foram os principais?
Em agosto, o professor Israel Bar Joseph, vice- presidente do Weizmann, esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro e proferiu palestras sobre os avanços da nanotecnologia. Anteriormente tivemos a presença de outros cientistas que visitaram institutos, participaram de seminários e falaram para platéias sobre energias alternativas, pesquisa de remédios contra o câncer, avanços da física e mudanças climáticas.
E as bolsas de estudos que vocês viabilizaram para alunos brasileiros fazerem o curso de verão do Weizmann, em Israel?
O curso acontece em Julho. No início do ano abrimos vagas para alunos que estejam entrando na Universidade e que tenham interesse em desenvolver carreira ligada ao mundo da ciência. Há ampla divulgação nos meios universitários e uma banca examinadora seleciona os melhores candidatos. OS três finalistas recebem uma bolsa integral patrocinada pela Associação dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil e que incluí as despesas de viagem e o curso de três semanas no instituto.
E a parceria com a Nova Escola Judaica e com o Hospital Albert Einstein. Como funcionam?
Uma parceria firmada entre a Nova Escola Judaica e os Amigos do Instituto Weizmann, levou dois professores para participarem de um curso de aprimoramento para docentes de ensino médio, que aconteceu durante o mês de julho. Eles tiveram a oportunidade imperdível de vivenciar a ciência ao lado de grandes experts, para depois atuarem como multiplicadores. Além desta parceria, estamos definindo outras iniciativas que estabeleçam vínculos mais intensos e rotineiros entre as duas instituições.
Já o Hospital Albert Einstein escolheu a área de pesquisa de doenças neurológicas para focar sua parceria, acompanhando e participando de discussões e evoluções de pesquisas neste campo.
Sei que haverá um grande evento reunindo os Amigos do Weizmann do mundo inteiro. O Brasil estará representado?
Todos os anos, em conjunto com a realização de sua reunião do Board of Governors, os grupos de amigos de todas as partes do mundo enviam delegações para um Seminário no qual são apresentadas as mais recentes descobertas e evoluções das pesquisas em andamento no Weizmann. Este ano, o Brasil estará representado por uma delegação de cerca de 12 pessoas. O evento acontecera em novembro, em Rehovot, na sede do Instituto Weizmann em Israel.
Como deve proceder quem quiser fazer parte da Associação?
Basta entrar em contato com o grupo de amigos aqui no Brasil, através do email weizmann.br@gmail.com