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Como funciona o tratamento de efeito rápido para adultos com depressão

  Como funciona o tratamento de efeito rápido para adultos com depressão

31.05.2022

A cetamina é o primeiro tratamento de efeito rápido para adultos com depressão. Esta droga faz as pessoas se sentirem melhor em poucas horas e sua ação antidepressiva dura dias. No entanto, o uso está  limitado a pacientes que não tiveram sucesso com outras terapias, em parte porque o seu mecanismo de ação é ainda pouco compreendido.

Beneficiando-se de recentes avanços tecnológicos que tornaram possível avaliar a expressão genética em um nível de resolução da célula única, o estudo conduzido sob a orientação do Prof. Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, mapeou no cérebro de camundongos, uma subpopulação de neurônios com uma assinatura genética característica. Em uma série de experimentos elaborados, descobriram a parte da membrana celular em que a cetamina exerce seu efeito antidepressivo duradouro, os canais de potássio Kcnq2.  Com este conhecimento, os pesquisadores ainda testaram os efeitos da cetamina em combinação com uma droga para a epilepsia. Os efeitos antidepressivos melhorados abrem caminho para testar sua ação combinada em humanos.

A  pesquisa, realizada em colaboração com centros da Alemanha, foi publicada na revista Neuron. “O conhecimento aprofundado de como os antidepressivos funcionam pode levar a uma melhor compreensão da depressão e ajudar a melhorar os tratamentos existentes”, resume o Prof. Alon Chen.

A pesquisa do Prof. Chen é apoiada pelo Laboratório de Pesquisa em Neurobiologia do Estresse da Família Ruhman e pela Família Licht. Ele é o titular da Cadeira Professora Vera e John Schwartz em Neurobiologia.

Saiba mais: Changing the Channel: Study Sheds New Light on a Promising Antidepressant

A personalidade dos animais

 

Cientistas liderados pelo neurocientista e presidente eleito do Instituto Weizmann, Prof Alon Chen, criaram um método para medir a personalidade animal. Um estudo em camundongos publicado no periódico Nature Neuroscience faz a conexão entre genes, comportamento e personalidade.

A personalidade é por definição algo que é individual e permanece razoavelmente estável a vida toda. Nos humanos é avaliada com questionários de múltipla escolha, mas para os camundongos os pesquisadores a avaliaram a partir dos comportamentos. E os camundongos mostraram ter uma gama de personalidades quase tão grande quanto a nossa própria.

A personalidade dos camundongos foi explorada por dois grupos de pesquisadores, um grupo que trabalha no Instituto Weizmann e um outro no Instituto Max Planck de Psiquiatria na Alemanha. Pequenos grupos de camundongos foram colocados em ambientes com comida, abrigo e brinquedos e podiam interagir e explorar livremente o espaço. Os animais foram filmados ao longo de vários dias e seu comportamento analisado com profundidade. Assim, identificaram 60 comportamentos separados. Por exemplo, ao se relacionarem com outro indivíduo, o comportamento era de aproximação, perseguição, fuga, podiam compartilhar comida ou manter aos outros longe de comida, podiam explorar ou se esconder.

 

 

Quatro camundongos em uma gaiola exibiram cerca de 60 comportamentos diferentes.

Veja o vídeo.

Um algoritmo foi criado para extrair as características de personalidade. Assim como a pontuação de personalidade dos humanos, classifica em escalas, que avaliam cinco pontos (extroversão, simpatia, consciência, neuroticismo e abertura à experiência) o algoritmo desenvolveu quatro escalas para os camundongos. Os cientistas descobriram que cada camundongo pode ser visto como uma personalidade única e individual. Em situações estressantes, mesmo que os comportamentos mudaram, o que eles tinham avaliado como personalidade permaneceu o mesmo.

Outros estudos permitiram identificar nos cérebros dos animais genes associados a algumas características de personalidade.

Uma compreensão quantitativa das características que fazem de cada animal um indivíduo pode ajudar a responder algumas das questões abertas na ciência sobre as conexões entre genes e comportamento. E no futuro talvez permita desenvolver uma psiquiatria personalizada com tratamentos individualizados. Este avanço servirá também para conhecer melhor os animais.

Saiba mais: First time method measuring animal personality