biologia

Tomatopedia

 Tomatopedia 

29.04.2021

 

Um novo e enorme banco de dados ajuda a revelar enigmas do tomate e pode facilitar a criação de variantes deliciosas e resistentes a doenças.

Os pesquisadores mapearam a expressão genética de 11.000 genes para cada uma das 600 linhas de híbridos de tomate do banco de dados, em diferentes estágios de amadurecimento, e informações sobre sensibilidade a fungos. O novo banco de dados que abrange traços genéticos e metabólicos de tomates selvagens e cultivados, foi criado por pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, em colaboração com cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, entre outros. Com ferramentas computacionais, eles conseguiram correlacionar diferentes porções do genoma do tomate, ou mesmo genes únicos, com variações no metabolismo da planta.

As novas descobertas podem ser usadas para melhorar a cultura de tomates, desenvolver novos fungicidas e avançar na reprodução seletiva de variedades mais resistentes.

 

Saiba mais: GORKY Protein Turns Bitter Tomatoes Sweet

Desafiando as leis da evolução

 Desafiando as leis da evolução

A evolução é contínua e implacável. Darwin propôs que este processo surpreendente é regido por uma regra simples: seleção de indivíduos suficientemente aptos, sofrem mudanças passando-as para a prole. Mas algumas das descobertas científicas dos últimos anos tendem a complicar esse quadro simples. Entre outros aspectos cada animal e planta não é um indivíduo simples, mas um hospedeiro, coabitando com uma variedade de microrganismos que vivem pouco tempo. Isso levanta a questão: Como conciliar a lenta evolução dos anfitriões com a evolução muito mais rápida de seus microrganismos?

O Prof. Yoav Soen do Instituto Weizmann de Ciências e seus colegas da Universidade Bar-Ilan, criaram um modelo dessa evolução entrelaçada. Os possíveis desfechos evolutivos incluem cenários que vão contra algumas das crenças mais frequentes.

Saiba mais (em inglês): Evolution within

A personalidade dos animais

 

Cientistas liderados pelo neurocientista e presidente eleito do Instituto Weizmann, Prof Alon Chen, criaram um método para medir a personalidade animal. Um estudo em camundongos publicado no periódico Nature Neuroscience faz a conexão entre genes, comportamento e personalidade.

A personalidade é por definição algo que é individual e permanece razoavelmente estável a vida toda. Nos humanos é avaliada com questionários de múltipla escolha, mas para os camundongos os pesquisadores a avaliaram a partir dos comportamentos. E os camundongos mostraram ter uma gama de personalidades quase tão grande quanto a nossa própria.

A personalidade dos camundongos foi explorada por dois grupos de pesquisadores, um grupo que trabalha no Instituto Weizmann e um outro no Instituto Max Planck de Psiquiatria na Alemanha. Pequenos grupos de camundongos foram colocados em ambientes com comida, abrigo e brinquedos e podiam interagir e explorar livremente o espaço. Os animais foram filmados ao longo de vários dias e seu comportamento analisado com profundidade. Assim, identificaram 60 comportamentos separados. Por exemplo, ao se relacionarem com outro indivíduo, o comportamento era de aproximação, perseguição, fuga, podiam compartilhar comida ou manter aos outros longe de comida, podiam explorar ou se esconder.

 

 

Quatro camundongos em uma gaiola exibiram cerca de 60 comportamentos diferentes.

Veja o vídeo.

Um algoritmo foi criado para extrair as características de personalidade. Assim como a pontuação de personalidade dos humanos, classifica em escalas, que avaliam cinco pontos (extroversão, simpatia, consciência, neuroticismo e abertura à experiência) o algoritmo desenvolveu quatro escalas para os camundongos. Os cientistas descobriram que cada camundongo pode ser visto como uma personalidade única e individual. Em situações estressantes, mesmo que os comportamentos mudaram, o que eles tinham avaliado como personalidade permaneceu o mesmo.

Outros estudos permitiram identificar nos cérebros dos animais genes associados a algumas características de personalidade.

Uma compreensão quantitativa das características que fazem de cada animal um indivíduo pode ajudar a responder algumas das questões abertas na ciência sobre as conexões entre genes e comportamento. E no futuro talvez permita desenvolver uma psiquiatria personalizada com tratamentos individualizados. Este avanço servirá também para conhecer melhor os animais.

Saiba mais: First time method measuring animal personality