Covid19

Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

 Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

01.03.2022

No início da pandemia do COVID-19, o Dr. Rony Dahan, cuja principal área de pesquisa no Instituto Weizmann de Ciências, é a imunidade e a imunoterapia relacionadas ao câncer, usou a expertise desenvolvida em seu laboratório para entender melhor a interação entre o vírus recém-descoberto e o sistema imunológico. Ele estava particularmente interessado nos anticorpos produzidos em resposta ao SARS-CoV-2. Embora a maioria dos estudos tenham abordado principalmente o efeito neutralizante dos anticorpos contra o vírus, Dahan e sua equipe decidiram abordar o tema de um ângulo diferente: focando no papel dos anticorpos como mediadores da comunicação com outros elementos da resposta imune, que acontece através de uma parte do anticorpo localizado em sua “cauda”.

Diferentes combinações de pequenas moléculas de açúcar ao longo da cauda moldam o resultado de sua comunicação. Os pesquisadores descobriram que os anticorpos antivirais diferiam entre pacientes leves e graves, e entre indivíduos em recuperação e vacinados e as características das caudas pareciam afetar a quantidade, qualidade e modo de proteção alcançados pela vacinação, em comparação com a imunização natural.

Os dados publicados no periódico Cell Reports serão levados em conta no futuro para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos.

 

Saiba mais: Following the Sugarcoated Tails of Antibodies

Abordagem terapêutica inovadora pode trazer nova esperança na batalha contra COVID-19

 Abordagem terapêutica inovadora pode trazer nova esperança na batalha contra COVID-19    

18.08.2021

Em um novo estudo publicado na Nature Microbiology, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, juntamente com colaboradores do Instituto Pasteur, França, e do Instituto Nacional de Saúde (NIH), nos EUA, oferecem uma nova abordagem terapêutica para combater o coronavírus. Em vez de atingir a proteína viral responsável pela entrada do vírus na célula, a equipe de pesquisadores abordou a proteína na membrana de nossas células que permite essa entrada. Usando um método avançado de evolução artificial desenvolvido por eles, os pesquisadores geraram uma “super rolha” molecular que obstrui fisicamente essa “porta de entrada”, impedindo assim que o vírus se prenda à célula e entre nela.

A maioria das terapias potenciais e vacinas atuais para SARS-CoV-2 tem como alvo a chamada proteína de pico encontrada no envelope externo do vírus. Essa proteína, no entanto, é propensa a mutações que corroem a eficácia dos tratamentos. “Como o vírus está em constante evolução, temos nos focado no receptor humano não evolutivo chamado ACE2, que atua como o local de entrada para o vírus”, diz o Prof. Gideon Schreiber, do Departamento de Ciências Biomoleculares do Weizmann, que supervisionou o novo estudo. Essa abordagem não é suscetível a novas variantes emergentes do vírus, que é um dos principais desafios no combate à pandemia.

O receptor ACE2, ligado à membrana das células epiteliais pulmonares e outros tecidos, é uma enzima importante para regular a pressão arterial. Portanto, por mais tentador que seja simplesmente bloquear este receptor para impedir a entrada do SARS-CoV-2, qualquer estratégia desse tipo não deve interferir na função do ACE2. Prof. Schreiber, cujo laboratório é especializado em estudar interações entre proteínas, se propôs a desenvolver uma pequena molécula de proteína que poderia se ligar ao ACE2 melhor do que o SARS-CoV-2, e sem afetar a atividade enzimática do receptor.

Liderados pelo Dr. Jiří Zahradník, um pós-doutorando do grupo de Schreiber, os pesquisadores começaram identificando o domínio de ligação do SARS-CoV-2: a sequência relativamente curta da proteína de pico que se liga fisicamente ao ACE2. Usando o próprio domínio de ligação receptora do vírus como arma contra ele, Zahradník realizou várias rodadas de “evolução no tubo de ensaio”, em uma cepa de levedura geneticamente modificada. Como a levedura pode ser facilmente manipulada, Zahradník foi capaz de estudar rapidamente milhões de mutações diferentes que se acumularam no curso desta evolução artificial, um processo que imita a evolução natural em um ritmo acelerado. Em última análise, o objetivo era encontrar uma pequena molécula que seria significativamente “mais pegajosa” do que a versão viral original.

A equipe do Prof. Schreiber também forneceu fortes evidências a favor da hipótese de que o SARS-CoV-2 se torna mais contagioso quando as mutações melhoram seu ajuste ao ACE2. Os pesquisadores descobriram que logo após a primeira rodada de seleção, as variantes produzidas em laboratório com maior capacidade de ligação ao ACE2, tinham mutações semelhantes às variantes do SARS-CoV-2 mais contagiosas, como a Alfa, Beta e Gama. Surpreendentemente, a agora difundida variante Delta, é diferente. Para ser mais infecciosa evita parcialmente a detecção pelo sistema imune.

Finalmente, Zahradník isolou um pequeno fragmento de proteína com uma capacidade de ligação 1.000 vezes mais forte do que a original do qual evoluiu. Essa “super rolha” não apenas se encaixava perfeitamente ao ACE2, como permite conservar a atividade enzimática do ACE2 – exatamente como os pesquisadores pretendiam. Além disso, devido à forte ligação, concentrações muito baixas da molécula recém-projetada foram necessárias para alcançar o efeito de bloqueio desejado.

Para desenvolver um potencial método de administrar a molécula como medicamento, o Prof. Schreiber e sua equipe, tiveram a colaboração de outro departamento do Instituto Weizmann de Ciências, o de Ciências Terrestres e Planetárias! Juntos, eles criaram um spray que permitiria que a molécula desenvolvida fosse administrada por inalação aos pacientes.

Até agora, testes em hamsters infectados com SARS-CoV-2, obtiveram resultados preliminares indicando que este tratamento reduz significativamente os sintomas da doença, e sugerindo que pode ser um medicamento potencial.

Leia mais: Putting a Super Cork on the Coronavirus

32 dados do Novo Coronavírus

 

 32 dados do Novo Coronavírus

 

Os cientistas Ron Milo e Yinon Bar-On do Instituto Weizmann, juntamente com pesquisadores de Berkeley, organizaram o excesso de informações sobre o novo coronavírus. Computaram o número de vírus que “nascem” cada vez que se multiplica, o grau de semelhança do genoma com os de outros vírus da mesma família, o tempo que demora para ingressar nas células, e até o número de copias do vírus que acharam nas fezes!. Para os cientistas, esses são dados importantes para o desenvolvimento de vacinas ou medicamentos. Mas para os leigos, são dados interessantes que satisfazem a curiosidade.

Diâmetro : ≈100 nm
Volume: 10 -3 femtolitro
Massa: ≈ 1fentograma
Proteínas na membrana: ≈2000 copias (medida para SARS-CoV-1)
Proteínas no Envelope: ≈20 copias (100 monomeros, medido para TGEV coronavirus)
Proteínas no núcleo: ≈1000 copias (medida para SARS-CoV-1)
Cumprimento espícula: ≈10 nm
Espículas por virión: ≈100 (medida para SARS-CoV-1) (300 monomeros)
Número de genes: 10-14
Número de proteínas: 24-27
Taxa de evolução. Substituições de nucleotídeos (nt.) por ano: ~10 -3 nt -1 ao ano -1 (medida
para SARS-CoV-1)
Taxa de mutação Substituições de nucleotídeos (nt.) por ciclo : ~10 -6 nt -1 ciclo -1 (medida
para MHV coronavirus)
Identidade nucleotídica com Coronavirus de morcego – 96%; de pangolim 91%; coronavirus
resfriado comum 50%
Entrada do vírion na célula: ~10 min (medido para SARS-CoV-1)
Fase eclipse: pós a penetração, em que ainda não é detectada nenhuma partícula viral : 10
horas
Tamanho de rompimento: ~ 1000 virions (medido para MHV coronavirus)
Valores máximos observados após diagnóstico em:

  • Nasofaringe: 10 6 -10 9 RNAs/swab
  • Garganta: 10 4 -10 8 RNAs/swab
  • Fezes: 10 4 -10 8 RNAs/g
  • Escarro: 10 6 -10 11 RNAs/mL

Anticorpos surgem no soro após: ≈10-20 dias
Manutenção de anticorpos: ≈2-3 anos (medido para SARS-CoV-1)
Estabilidade Viral no Ambiente (Relevância para segurança pessoal não está clara)
Meia-vida Tempo para decair 1000-vezes em
Aerossóis: ≈ 1 h. ≈4-24 h.
Superfícies ≈1-7 h. ≈4-96 h.
Ex.: plástico, papelão e metais.
(Baseada na quantificação de virions infecciosos. Testado a 21-23°C e umidade relativa do ar entre 40-65%. Números podem variar entre condições e tipos de superfícies)
Número básico de reprodução, (número de casos gerados diretamente a partir de um único caso) R0: tipicamente 2-4 pessoas, mas pode variar de acordo com local e tempo
Período de incubação (mediana): ≈5 dias (99% ≤ 14 dias, exceto assintomáticos)
Período de latência: ≈3 dias
Período infeccioso: ≈4 dias
Recuperação: casos leves: ≈2 semanas/casos graves: ≈6 semanas
A variação entre indivíduos é considerável e ainda não está bem caracterizada. As estimativas são feitas a partir de parâmetros ajustados para a população média da China e não descrevem essa variabilidade
O símbolo ≈, que representa “aproximadamente” , o símbolo ~ indica “ordem de magnitude”, ou acurácia dentro de um fator de 10.

Fonte:  elifesciences.org
Saiba mais: Covid19 – Os outros números que importam