mulheres na ciência

Cientista brasileira retorna após 3 meses no Weizmann

No laboratório

 “É um dos melhores institutos do mundo”

Cientista brasileira retorna após 3 meses no Weizmann

Hoje, 31 de janeiro a Profa. Ana Claudia Trocoli Torrecilhas, retorna ao Brasil. A cientista brasileira finaliza assim um período de três meses no laboratório da Dra. Neta Negev-Rudski do Departamento de Ciências Biomoleculares do Instituto Weizmann.

A Profa Ana Claudia esteve em Israel fazendo parte de um programa que estimula a internacionalização das Instituições de Ensino Superior brasileiras (Programa Institucional de Internacionalização – PrInt) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação.

Doutora em Biologia (USP), a Profa. Ana Claudia é professora associada na UNIFESP e sua pesquisa em parasitologia foca uma área nova e promissora da biologia, a ciência das Vesículas Extracelulares. “A colaboração com o grupo do Profa Neta Regev foi estabelecida em março de 2018 num congresso no Instituto Weizmann de Ciências sobre o futuro da parasitologia. Em janeiro de 2019 realizamos os primeiros ensaios”.

A pesquisadora brasileira compartilha com a israelense a paixão por estas estruturas que a Profa Ana Claudia investiga no agente da doença de Chagas e a Profa. Neta na parasita da malária. “As vesículas são estruturas arredondadas que podem ser diferentes no tamanho e constituição, mas a função sempre é a mesma; comunicação a distância”, explica.

As cientistas já têm um artigo científico em vias de publicação e outro na sequência. A brasileira recebeu até um prêmio em Israel, país do qual fala com paixão. Acredita que estar no que define como “um dos melhores institutos do mundo”, onde ela pôde utilizar um aparelho separador de vesículas, o que possibilitou grande avanço ao seu trabalho.

Mas além da ciência, a Profa. Ana Claudia reconhece que a nação Startup mudou a sua cabeça: “Ao lado do Instituto Weizmann há um prédio inteiro de startups de área biológica. Fiquei impressionada. Para os cientistas brasileiros, fazer co-working com startups de Israel poderia ter um desdobramento muito positivo ”.

 

 

Vista da janela do apartamento

A partir de segunda-feira, a Profa. Ana Claudia continua sua pesquisa básica no Brasil e acredita que com este conhecimento, no futuro, poderá contribuir no caminho de novos testes diagnósticos, biomarcadores de doenças como câncer, infecções e doenças degenerativas, e até terapias.

 

 

Um caminho promissor para o desenvolvimento de um medicamento contra uma doença hereditária ainda sem cura

 

Um caminho promissor para o desenvolvimento de um medicamento contra uma doença hereditária ainda sem cura

Quando a pesquisadora do Departamento de Ciências Biomoleculares do Instituto Weizmann de Ciências, Prof. Rivka Dikstein, começou a estudar um gene relacionado a inflamação, não imaginou que deixaria o mundo mais perto de ter um medicamento contra a doença de Huntington. O gene SpT5, parece ser o caminho para enfrentar esta doença, cujos primeiros sintomas aparecem lenta e gradualmente entre os 30 e 50 anos, alterando os movimentos, o comportamento e a capacidade cognitiva.

A Dra. Anat Bahat, cientista da equipe da Profa. Dikstein, achou recentemente duas moléculas que em testes com neurônios no laboratório, bloquearam a expressão do gene mutado, sem afetar o normal. Se esses resultados se confirmarem com estudos em animais e mais tarde em humanos, pode ser o caminho para o desenvolvimento de uma droga contra esta doença degenerativa.

A Doença de Huntington, também conhecida como Coreia de Huntington é hereditária, rara e ainda sem cura.

 

Saiba mais: New Molecules Precisely Target Mutant Disease Gene

 

 

Dia da Mulher 2019 – Conquistas e desejos


Dia da Mulher 2019
Conquistas e desejos

 

Os Amigos do Weizmann do Brasil homenageiam as mulheres que se apaixonam pela ciência e buscam, a cada dia, transformar o mundo em um lugar melhor.

O Instituto Weizmann de Ciências é reconhecido por ter um time formidável de cientistas mulheres, como a Profa. Ada Yonath, contemplada com o prêmio Nobel de Química. Como a igualdade de oportunidades entre os gêneros é fundamental para o desenvolvimento de ciência de excelência em benefício da humanidade, no ano de 2007 o Weizmann lançou o Programa para o Avanço de Mulheres na Ciência e há mais de dez anos foi formado um comitê específico para o recrutamento
de mulheres.

No site do Instituto há uma página especialmente destinada às mulheres (Advancing Women in Science), onde é possível encontrar informações práticas sobre o desenvolvimento de uma carreira científica, um programa de orientação para estudantes de doutorado e fóruns para estudantes de pós-graduação.

É essencial que as mulheres tenham a real representatividade que lhes cabe. Dos 75 estudantes brasileiros que participaram desde 1983 da Escola de Verão do Instituto Weizmann de Ciências com bolsa integral oferecida pela associação de Amigos do Weizmann do Brasil, 33% (25) foram mulheres, ao longo do tempo, na última década (2008 a 2018) a porcentagem das bolsistas aumentou, foram 41%. E considerando os
últimos 5 anos (2013 a 2018), as alunas superaram os alunos (52% vs. 48%).

É visível como cada vez mais mulheres ocupam o devido espaço. A cientista Camila Freze Baez Nascimento conquistou a primeira bolsa de pós-doutorado “The Morá Miriam Rozen Gerber Fellowship” e a estudante Tally Mergener participou do Programa Internacional Kupcinet Getz para alunos de graduação.

Mas o dia Internacional da Mulher não é apenas uma jornada para dar destaque as suas conquistas, mas para entendermos como elas se sentem, para isso convidamos cinco mulheres brasileiras que receberam bolsas de estudo oferecidas pelos Amigos do Weizmann para nos contar como nasceu a sua paixão pela ciência.

Luiza Coutinho, Carolina Eva Padilha e Ana Clara Cassanti – ex-bolsistas da Escola de Verão do Weizmann, a bióloga Tally Mergener, que participou do último Programa Internacional Kupcinet Getz para estudantes de graduação, e a cientista Camila Freze Baez Nascimento, aluna de pós-doutorado recipiente da “The Morá Miriam Rozen Gerber Fellowship”.

 

 

 

Leia mais: Women in Science

Assista aos vídeos

Luiza Coutinho

Carolina Eva Padilha

Ana Clara Cassanti

Camila Baez

Tally Mergener