Genética ou estilo de vida?

 Estudo feito com 1000 israelenses que participaram em uma pesquisa de nutrição personalizada e suas bactérias oferece uma nova esperança para melhorar a saúde.

São muitas as evidências científicas de que as bactérias que carregamos no corpo, chamadas em conjunto microbiota, afetam a nossa vida. A composição, que varia de pessoa a pessoa, influencia aspectos tão importantes como a perda de peso ou estado de ânimo.

Uma corrente científica sugere que a diferença na composição do conjunto de bactérias de uma pessoa e outra se deve aos genes. Agora, uma pesquisa realizada no Instituto Weizmann de Ciências e publicado na revista Nature desafia esta ideia, trazendo evidências de que a genética humana explica apenas um 2% da variação entre populações. Além disso, o trabalho traz sinais de que a relação entre microbiota e saúde pode ser mais importante do que o esperado.

Os dados provém de 1000 israelenses que participaram em uma pesquisa de nutrição personalizada.  Os cientistas pesquisaram as conexões entre as caraterísticas dos microbiotas e os dados como colesterol, peso e glicose sanguínea e estabeleceram associações entre determinados microbiotas e as medições clínicas. Grande foi a surpresa ao constatar que a associação era equivalente ou superior a quando se analisava apenas a genética. São boas notícias, porque frente a impossibilidade de mudar os genes, alterar a composição das bactérias que levamos no corpo pode ser uma maneira muito poderosa de cuidar da saúde.

A pesquisa foi realizada no laboratório do Prof. Eran Segal do Departamento de Ciências da Computação e Matemática Aplicada, junto à equipe do Prof. Eran Elinav, do Departamento de Imunologia.

 

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