Inoculation Nation – Insights sobre a vacina COVID-19 por especialistas israelenses

 Inoculation Nation – Insights sobre a vacina COVID-19 por especialistas israelenses
(10.01.2021)

 

 

No evento transmitido via Zoom (assista a íntegra aqui), o CEO do Instituto Weizmann de Ciências (WIS) para América Latina, Dany Schmit, ressaltou a importância de discutirmos vacinas desenvolvidas em tempo recorde, um triunfo da ciência e da medicina, e que há razões para esperança. O Prof. Roee Ozeri, VP do WIS, reforçou o valor de pesquisa guiada pela curiosidade que desvenda os mecanismos básicos dos vírus e permite desenvolver ferramentas para mitigar uma situação pandêmica, o que demonstra o papel essencial que a ciência básica tem na sociedade.

Os palestrantes ofereceram informações precisas sobre as vacinas, com slides comparativos, numa apresentação clara e elucidativa. Muitas dúvidas foram respondidas ao final.

O Dr. Igor Ulitsky do WIS fez uma apresentação detalhada de todas as famílias de vacinas comparando as não apenas pela eficácia e efeitos secundários documentados, mas outros aspectos tão importantes quanto: custo, capacidade de produção, condições de armazenamento. Ele destacou um ponto de vista que é pouco discutido na mídia, mas cada dia parece ser mais importante, a possibilidade de se repetir a dose ou se adaptar a mutações.

Das vacinas Oxford-AstraZeneca (RU), Sputnik V (Rússia), CanSino (China), Johnson&Johnson (EUA, ainda em fase 3 de pesquisa), todas fabricadas a partir de um vírus (Adenovírus), Ulitsky disse que se utiliza uma técnica relativamente nova, mas mesmo assim já há bastante informação a respeito – especialmente dos ensaios da Oxford-Astra Zeneca. “Infelizmente foi um ensaio complicado com diferentes problemas técnicos, mas podemos estar seguros da eficácia, efeitos adversos são raros.” A grande vantagem é que é relativamente barata e pode ser produzida em grande escala. “É o tipo de vacina que o mundo precisa porque pode se produzir bilhões de doses em poucos meses e é fácil de transportar, mas pode ser problemática usá-la mais de uma vez porque o corpo poderia gerar anticorpos que reconheçam o adenovírus e já poderia não ser mais efetiva”. Com a mesma tecnologia, mas utilizando um outro vírus (vírus da estomatite vesicular- VSV), a israelense BriLife está em fase 2 de desenvolvimento.

 Das vacinas SinoVac e SinoPharm, ambas da China, assim como a Covaxin da Índia, Ulitsky disse que parecem ser efetivas e estavam sendo reportadas como seguras e fáceis de produzir e de armazenar. Ressaltou a vantagem de que potencialmente pode se usar mais de uma vez, mas alegou que não há muita informação da literatura científica (nota da Redação, o webinar foi prévio ao anúncio dos resultados da Coronavac em São Paulo).

Das mais novas do ponto de vista tecnológico, as vacinas da Pfizer/Biontech, Moderna e uma outra dos Estados Unidos que utiliza a mesma tecnologia de RNA m. e ainda está em fase 3 nos ensaios clínicos (CureVac), as definiu como eficazes e com efeitos secundários não severos. E mesmo reconhecendo que não se sabe como será a longo prazo, salientou que não se esperam problemas. As dificuldades estariam, segundo Ulitsky, no preço, nas condições de transporte e na escala limitada de produção. Mas o importante é que podem ser adaptadas facilmente a novas mutações e reutilizadas.