Memória e sono: aroma de rosas para descobrir atividades cerebrais

 Memória e sono: aroma de rosas para descobrir atividades cerebrais

Pesquisadores do Weizmann realizam um experimento único envolvendo fragrâncias para consolidação da memória durante o sono. O estudo pode ajudar os pesquisadores a entender como o sono auxilia na memória e apontar para novos meios de lidar com vários tipos de traumas cerebrais, tanto emocionais quanto físicos

Odores podem ser uma ferramenta forte para reativar memórias durante o sono, segundo experimentos prévios realizados no Weizmann. No novo estudo, os voluntários cheiraram rosas e aprenderam os locais das palavras que foram apresentadas nos lados esquerdo ou direito de uma tela de computador. Depois se deitaram para tirar cochilos no laboratório, com eletrodos ligados para registrar sua atividade cerebral. Enquanto dormiam, a fragrância foi liberada novamente, mas desta vez, para uma única narina. O que os pesquisadores observaram foi que os dois hemisférios cerebrais apresentavam o tipo de atividade elétrica que está envolvida na consolidação da memória, mas a metade do cérebro que estava “cheirando as rosas” mostrou uma atividade mais sincronizada. Quando os sujeitos acordaram e retomaram o teste, eles tiveram mais sucesso em lembrar os locais das palavras apresentadas ao lado do cérebro estimulado com o cheiro enquanto dormiam.

Odores podem ser uma ferramenta forte para reativar memórias durante o sono

Como cada uma das narinas tem sua própria conexão com o mesmo lado do cérebro, este experimento mostrou que o processo de consolidação da memória durante o sono é, de fato, afetado por odores relacionados à memória. O experimento pode ser uma ferramenta poderosa para entender como as memórias são levadas do “armazenamento de curto prazo” para os bancos de memória mais permanentes, em uma parte diferente do cérebro.

De acordo com o Prof. Rony Paz, o estudo sugere que há um diálogo acontecendo todas as noites entre distintas partes do cérebro e o cheiro pode ser usado para melhorar, ou possivelmente interferir nesse diálogo.

O novo método pode eventualmente ir além do laboratório para fortalecer o processo de criação de memórias e restauração do equilíbrio nos casos de transtorno de estresse pós-traumático e apontar novos caminhos para tratamentos de lesões cerebrais por exemplo, no AVC.

 

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