Pesquisa do Instituto Weizmann de Ciências: Técnica para controlar o instinto materno nas fêmeas e reduzir a agressividade nos machos

As fêmeas instintivamente tomam conta dos filhotes, mesmo antes de terem sido mães. Os machos o fazem apenas por um período de tempo e apenas depois de ter copulado com uma fêmea. Esta informação era bem conhecida, porém nunca bem compreendida. Agora, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências de Israel chegaram a conclusão que isso acontece porque a mesma rede neural funciona diferente nos dois sexos. Inclusive conseguiram manipulá-la em camundongos. A surpreendente pesquisa foi publicada na Revista Nature.

O Dr. Tali Kimchi e os colaboradores do Departamento de Neurobiologia do Instituto Weizmann, utilizaram novas técnicas de genética e neuroquímica para manipular neurônios específicos localizados na área cerebral responsável pelo instinto materno (núcleo AVPV).

Após alguns minutos de ativação neuronal eles notaram que as fêmeas, tanto as mães como as ainda virgens, tinham seu instinto materno aumentado, a ponto de levarem para o ninho filhotes deixados no canto das gaiolas pelos pesquisadores.

Esse mesmo experimento também mostrava alterações no comportamento dos machos. No caso deles, diminuía a agressividade para filhotes desconhecidos e também em relação a outros machos.

Os pesquisadores chegaram a este resultado apenas manipulando os neurônios da região que tem a proteína TH (tirosina hidroxilasa) necessária para a produção da dopamina, um dos mensageiros químicos do cérebro. Eles aumentavam e diminuíam a quantidade desta proteína por meio de uma técnica que permite ativar as células de forma automática ligando uma luz (opto genética).

Esta importante pesquisa pode ajudar na compreensão e no tratamento da depressão pós parto, em casos de autismo, e de nos mostrar em que medida as diferenças de gênero são culturais ou estão no cérebro de homens e mulheres.

Saiba mais: Weizmann Wonder Wander.