Por que COVID-19 mata, ou não

 

Por que COVID-19 mata, ou não

O Prof. Ido Amit, do Instituto Weizmann de Ciências, determinou o que diferencia o progresso do COVID-19 em pacientes gravemente doentes em oposição àqueles que são apenas levemente afetados. Suas descobertas, publicadas na revista Cell, podem abrir caminho para tratamentos novos e personalizados que previnam ou reduzam significativamente o impacto da doença.

O Prof. Amit, do Departamento de Imunologia, estuda a genética que controla como as células do sistema imunológico se diferenciam em subtipos específicos, e como essas várias populações celulares respondem a patógenos invasores. Essa dinâmica complexa é central para a compreensão do COVID-19; pesquisas atuais indicam que muitas mortes por coronavírus resultam da ativação excessiva do sistema imunológico. Este fenômeno, chamado de “tempestade de citocina”, poderia conter a chave para prevenir os efeitos mortais do vírus.

O que acontece nos pulmões de um paciente grave

Para determinar o que acontece em pacientes coronavírus graves, o Prof. Amit usou uma tecnologia para análise genômica unicelular desenvolvida em seu laboratório. Projetada para digitalizar sistematicamente o RNA viral — as informações genéticas inseridas em uma célula hospedeira durante o processo de infecção — esta ferramenta permite um mapeamento global preciso dos genes e das vias de comunicação ativadas em células infectadas. Esses dados de mudança dinâmica podem ser rastreados ao longo do tempo, possibilitando comparar a atividade celular global à medida que se desenrola em indivíduos severamente e levemente afetados.

No laboratório do Prof. Amit descobriram que a infecção faz com que macrófagos — células que normalmente ajudam a livrar os pulmões de infecções, vírus e micróbios — sejam substituídos por células que, pelo contrário, estimulam a doença. Eles também descobriram que em pacientes graves, as células T do sistema imunológico são neutralizadas, permitindo assim que outros vírus já presentes no corpo inflijam danos.

Este estudo realizado em conjunto com colegas na China e na França, estabelece a nova metodologia, como uma ferramenta amplamente aplicável para estudar o mecanismo das infecções virais, algo que poderia levar a testes aprimorados e tratamentos personalizados mais eficazes. A abordagem está sendo ajustada na esperança de que em breve estará disponível para uso generalizado.

Saiba mais: Why COVID-19 kills, or doesn’t