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O início foi um Tweet

  O início foi um Tweet

Foi o tweet do cientista do Weizmann, Dr. Nir London, que iniciou o maior esforço de Ciência Aberta do mundo para desenvolver rapidamente uma pílula anti-covid segura e globalmente acessível.

A colaboração virtual espontânea de cientistas, acadêmicos, equipes de pesquisa farmacêutica e estudantes em todo o mundo se dá através de ideias, modelos e avaliações compartilhadas. Graças a essa colaboração sem precedentes, a equipe da chamada Iniciativa Moonshot pretende identificar moléculas candidatas a estudos pré-clínicos até o final de 2021. Os primeiros ensaios clínicos são esperados em 2022.

 

Saiba mais: Global Initiative to Rapidly Develop a Safe, Globally Accessible and Affordable COVID-19 Antiviral Pill

Por que COVID-19 mata, ou não

 

Por que COVID-19 mata, ou não

O Prof. Ido Amit, do Instituto Weizmann de Ciências, determinou o que diferencia o progresso do COVID-19 em pacientes gravemente doentes em oposição àqueles que são apenas levemente afetados. Suas descobertas, publicadas na revista Cell, podem abrir caminho para tratamentos novos e personalizados que previnam ou reduzam significativamente o impacto da doença.

O Prof. Amit, do Departamento de Imunologia, estuda a genética que controla como as células do sistema imunológico se diferenciam em subtipos específicos, e como essas várias populações celulares respondem a patógenos invasores. Essa dinâmica complexa é central para a compreensão do COVID-19; pesquisas atuais indicam que muitas mortes por coronavírus resultam da ativação excessiva do sistema imunológico. Este fenômeno, chamado de “tempestade de citocina”, poderia conter a chave para prevenir os efeitos mortais do vírus.

O que acontece nos pulmões de um paciente grave

Para determinar o que acontece em pacientes coronavírus graves, o Prof. Amit usou uma tecnologia para análise genômica unicelular desenvolvida em seu laboratório. Projetada para digitalizar sistematicamente o RNA viral — as informações genéticas inseridas em uma célula hospedeira durante o processo de infecção — esta ferramenta permite um mapeamento global preciso dos genes e das vias de comunicação ativadas em células infectadas. Esses dados de mudança dinâmica podem ser rastreados ao longo do tempo, possibilitando comparar a atividade celular global à medida que se desenrola em indivíduos severamente e levemente afetados.

No laboratório do Prof. Amit descobriram que a infecção faz com que macrófagos — células que normalmente ajudam a livrar os pulmões de infecções, vírus e micróbios — sejam substituídos por células que, pelo contrário, estimulam a doença. Eles também descobriram que em pacientes graves, as células T do sistema imunológico são neutralizadas, permitindo assim que outros vírus já presentes no corpo inflijam danos.

Este estudo realizado em conjunto com colegas na China e na França, estabelece a nova metodologia, como uma ferramenta amplamente aplicável para estudar o mecanismo das infecções virais, algo que poderia levar a testes aprimorados e tratamentos personalizados mais eficazes. A abordagem está sendo ajustada na esperança de que em breve estará disponível para uso generalizado.

Saiba mais: Why COVID-19 kills, or doesn’t

Auto detecção da perda do olfato pode ajudar a detectar o novo Coronavírus

 

 

 Auto detecção da perda do olfato pode ajudar a detectar o novo Coronavírus

Junto com febre, tosse e falta de ar, muitos pacientes com COVID-19 relatam perda temporária do olfato. Nestas pessoas, a perda olfativa é significativamente maior que pessoas com um resfriado.  Em alguns países como a França, uma pessoa que afirma ter um súbita perda olfativa é diagnosticada com Coronavirus sem ser testada. Uma abordagem semelhante está sendo considerada no Reino Unido.

Em alguns países como a França, uma pessoa que afirma ter um súbita perda olfativa é diagnosticada com Coronavirus sem ser testada.

Com base nesses dados, os cientistas do Instituto Weizmann de Ciências, em colaboração com o Edith Wolfson Medical Center, desenvolveram o SmellTracker, uma plataforma online que permite o automonitoramento do olfato com o propósito de detectar sinais precoces de COVID-19 ou na ausência de outros sintomas.

O laboratório do Prof. Noam Sobel, do Departamento de Neurobiologia do Instituto Weizmann, é especializado em pesquisa olfativa. Os pesquisadores desenvolveram anteriormente um modelo matemático que caracteriza com precisão o olfato único de cada indivíduo, uma espécie de digital olfativa pessoal.

Com base neste algoritmo, o teste online sensorial SmellTracker orienta os usuários sobre como mapear seu olfato usando cinco aromas encontrados em todas as casas (especiarias, vinagre, pasta de dente, perfume, manteiga de amendoim, etc). O teste dura cerca de cinco minutos e é capaz de monitorar mudanças repentinas na percepção do olfato. Os pesquisadores relatam que a ferramenta que eles desenvolveram já identificou com sucesso possíveis casos de coronavírus, que posteriormente foram confirmados.

Além do monitoramento pessoal, à medida que coletam mais dados, os pesquisadores melhoram a capacidade de caracterizar uma digital olfativa única para a detecção precoce do COVID-19.

Oito cepas de Coronavirus

A perda olfativa não foi relatada na China, no entanto, estudos preliminares realizados em muitos países incluindo Israel e Irã, mostraram esse sintoma em cerca de 60% dos pacientes. Os cientistas estimam que existem atualmente oito cepas ativas do vírus. O laboratório de Sobel acredita que a perda olfativa pode ser um sintoma diferenciador das várias cepas. Se isso for confirmado, o SmellTracker será capaz de mapear geograficamente os diferentes surtos.

Além do SmellTracker, o laboratório de Sobel está distribuindo entre pacientes posivitos para o coronavírus, um questionário exclusivo e kits para raspar e cheirar scratch and smell  e mapear o olfato.

Lançado com o apoio do Ministério da Defesa, será promovido  oficialmente na Suécia, França e outros países. O teste do senso do olfato está atualmente disponível em inglês, hebraico e árabe, e em breve estará também em sueco, francês, japonês, espanhol, alemão e persa.

 

Leia mais: Self-Monitoring Sense of Smell May Help Detect Coronavirus