Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

 Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

01.03.2022

No início da pandemia do COVID-19, o Dr. Rony Dahan, cuja principal área de pesquisa no Instituto Weizmann de Ciências, é a imunidade e a imunoterapia relacionadas ao câncer, usou a expertise desenvolvida em seu laboratório para entender melhor a interação entre o vírus recém-descoberto e o sistema imunológico. Ele estava particularmente interessado nos anticorpos produzidos em resposta ao SARS-CoV-2. Embora a maioria dos estudos tenham abordado principalmente o efeito neutralizante dos anticorpos contra o vírus, Dahan e sua equipe decidiram abordar o tema de um ângulo diferente: focando no papel dos anticorpos como mediadores da comunicação com outros elementos da resposta imune, que acontece através de uma parte do anticorpo localizado em sua “cauda”.

Diferentes combinações de pequenas moléculas de açúcar ao longo da cauda moldam o resultado de sua comunicação. Os pesquisadores descobriram que os anticorpos antivirais diferiam entre pacientes leves e graves, e entre indivíduos em recuperação e vacinados e as características das caudas pareciam afetar a quantidade, qualidade e modo de proteção alcançados pela vacinação, em comparação com a imunização natural.

Os dados publicados no periódico Cell Reports serão levados em conta no futuro para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos.

 

Saiba mais: Following the Sugarcoated Tails of Antibodies

Diversidade no Instituto Weizmann, um passo à frente.

Diversidade no Instituto Weizmann, um passo à frente.

13.03.2022

Um novo programa na Escola de Pós-Graduação Feinberg do Instituto Weizmann de Ciências traz a inclusão e diversidade um passo à frente. O programa The Young Weizmann Scholars Diversity and Excellence Program, oferece  uma oportunidade única a graduandos de alto desempenho de setores tipicamente sub-representados na academia.  A inclusão dessas populações muitas vezes negligenciadas – árabes, etíopes, ultraortodoxos –  diversifica a próxima geração de cientistas em Israel, como também promove a diversidade no campus e nos laboratórios.

No último ano, 17 participantes foram cuidadosamente selecionados entre 180 candidatos. Entre eles  Yonatan Schweiger, 32 anos, um pai ultra-ortodoxo, casado com  três filhos que cresceu em uma comunidade fechada e não teve acesso ao conhecimento científico ele estudou e lecionou em uma yeshiva (escola para estudo talmúdico) até os 28 anos. Mazal Faraj, que cresceu em Nazaré Illit, filha de pais que não cursaram o ensino superior, hoje é estudante do terceiro ano de graduação do Instituto de Tecnologia Technion-Israel. Meklit Berhe, que imigrou para Israel da Etiópia aos cinco meses de idade, e Fadi Khateeb, da aldeia árabe de Deir Hanna, no norte de Israel.

“Os avanços científicos quase sempre acompanham a capacidade de olhar para problemas difíceis de diferentes ângulos – ângulos que lançarão uma nova luz sobre os fatos existentes”, disse o Prof. Perez, reitor de Feinberg. “Acreditamos que uma variedade de opiniões, culturas, abordagens e estilos de pensamento crítico são essenciais para o trabalho científico, tanto aqui no Instituto quanto em geral.”

 

Saiba mais: Summertime Science

 

 

Parabéns aos Professores Alicia Kowaltowski e Paulo Nussenzveig pelo reconhecimento

Parabéns aos professores Alícia Kowaltowski e Paulo Nussenzveig

 Parabéns aos Professores Alicia Kowaltowski e Paulo Nussenzveig pelo reconhecimento

A Profa. Alícia Kowaltowski recebeu o prêmio Ester Sabino que homenageia as pesquisadoras no Dia das Mulheres e Meninas na Ciência. O Prof. Paulo Nussenzveig recebeu uma menção especial no “Nature Awards for Mentoring in Science 2021″ e foi nomeado Pró-Reitor de Pesquisa da USP para o biênio 2022-2024. Ambos fazem parte dos Amigos do Weizmann do Brasil e integram a banca examinadora que contempla os estudantes brasileiros com a bolsa para a Escola de Verão do Weizmann.

 

Saiba mais:

Nature Awards for Mentoring in Science 2021 – Brazil

Conselho Universitário aprova indicação de quatro novos pró-reitores da Universidade

Prêmio Ester Sabino homenageia pesquisadoras no Dia das Mulheres e Meninas na Ciência

 

Tudo acaba em um grande estrondo?

Fotos Nasa/ESA Hubble Space Telescope/WIS

 Tudo acaba em um grande estrondo?

12.01.2022

A imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble, mostra uma estrela Wolf-Rayet e a nebulosa ao seu redor. A equipe de pesquisadores do Departamento de Física de Partículas e Astrofísica do Instituto Weizmann de Ciências, liderada pelo Prof. Avishay Gal-Yam, descobriu uma supernova rara originária desta estrela. O fenômeno nunca visto antes, levou à hipótese de que as estrelas de Wolf-Rayet não explodem, mas entram em colapso silenciosamente nos buracos negros. Esta descoberta foi publicada na revista Nature.

As explosões cósmicas lançam elementos que dão origem às novas estrelas. A Terra e todas as suas formas de vida são resultado de tal ocorrência. “Estudamos as origens de todas as matérias, incluindo a encontrada na Terra e buscamos explicações para os fenômenos físicos. É nisso que estou pessoalmente interessado. De onde tudo isso veio? Quero poder responder a essa pergunta da melhor maneira e com a maior precisão possível”, concluiu Gal-Yam.

 

Fonte: Going Out with a Bang

A vida social dos peixes-zebra

  A vida social dos peixes-zebra

28.12.2021

 

Com quatro semanas de idade e um centímetro de comprimento, os peixes-zebra começam a socializar. Identificar a sua própria espécie, as espécies “amigáveis” e as predatórias, requer um processamento sofisticado. Para aprender como isso acontece, os pesquisadores focaram na ocitocina, o hormônio das interações sociais, e criaram larvas transgênicas nas quais, em diferentes estágios de seu desenvolvimento, destruíram os neurônios de fabricação de ocitocina.

 Assim, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, em colaboração com cientistas em Portugal, descobriram que as larvas cujos cérebros não tinham ocitocina nas duas primeiras semanas de vida, viraram peixes adultos com uma capacidade prejudicada de interação social. A ocitocina tem uma janela de tempo crítica para desenvolver os traços sociais.

Os pesquisadores ainda descobriram os mecanismos pelos quais a ocitocina organiza o cérebro para responder a situações sociais através de neurônios que liberam dopamina, conhecida por regular sentimentos de recompensa e motivação, e de áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de estímulos visuais e das tomadas de decisão social.

 O conhecimento fornece uma nova base para avançar na busca da base molecular dos transtornos neurodesenvolvimentais, incluindo transtornos do espectro autista.

Saiba mais: Oxytocin in a developing fish brain determines later social behavior

O brasileiro Rogério Rosenfeld, professor visitante no Departamento de Física de Partículas e Astrofísica do Instituto Weizmann de Ciências

O brasileiro Rogério Rosenfeld, professor visitante no Departamento de Física de Partículas e Astrofísica do Instituto Weizmann de Ciências

Pesquisador brasileiro de destaque na área de Física das Partículas Elementares e da Cosmologia, no próximo ano, o professor Rogério Rosenfeld, do Instituto de Física Teórica da UNESP vai ser parte do Instituto Weizmann de Ciências onde vai continuar as suas pesquisas interagindo com o grupo do professor Gilad Perez do Departamento de Física de Partículas e Astrofísica.

“Foi em 2012, quando passava um ano sabático no CERN, na Suíça, onde conheci o professor Gilad Perez.” – relata. Mas foi só no início de 2020 que concretizou a primeira visita ao Instituto. “Estava planejando um outro ano sabático para 2021, após meu mandato na presidência da Sociedade Brasileira de Física. Encorajado por Gilad, me candidatei a uma
posição de professor visitante no Instituto Weizmann. Fiquei muito contente em receber a
Erna and Jakob Michael Visiting Professorship para o período de fevereiro a julho de 2022.”

Paulistano, o reconhecido cientista reconhece a influência de bons professores de
física durante o colegial assim como a leitura de livros de divulgação científica “Em particular, um livro do físico russo George Gamow sobre a história da Física (Biografia da Física), me deixou entusiasmado para seguir os estudos.”

Naquela época, havia uma universidade recém-criada, a Unicamp, que estava contratando cientistas do mundo inteiro. César Lattes, um dos maiores físicos brasileiros, montou lá seu laboratório. “Para surpresa de meus pais, decidi que queria estudar Física na Unicamp.” Depois de uma pequena resistência inicial, Rogério ganhou o apoio da família e foi morar em uma república em Campinas. “Com 17 anos, ainda não sabia bem o que era ser físico, mas rapidamente percebi que queria ser um físico teórico na área de partículas
elementares. Estudar os menores constituintes do Universo era meu objetivo.”

Após a graduação, que concluiu no Instituto de Física da Universidade de São Paulo
(IFUSP), veio o mestrado na mesma instituição e o doutoramento nos EUA na Universidade de Chicago em 1990, dedicando-se ao estudo teórico do bóson de Higgs, que seria descoberto só em 2012 no CERN. Seguiram dois anos na Universidade da Califórnia em Los Angeles e mais dois anos na Universidade de Northeastern, em Boston. Depois de 9 anos nos EUA, Rosenfeld voltou ao Brasil e foi contratado no Instituto de Física Teórica (IFT) da UNESP, em São Paulo, onde é professor até hoje e atualmente é vice-diretor do ICTP South American Institute for Fundamental Research (ICTP-SAIFR).

Professor de professores, quando fala da sua área de pesquisa, as partículas elementares e cosmologia, Rosenfeld ainda tem o entusiasmo do menino Rogério, apaixonado pelos livros de divulgação. “É fascinante perceber que as menores partículas da Natureza afetam o comportamento de suas maiores estruturas! O microcosmo e o macrocosmo estão intimamente relacionados.

Cheirando o bebê

  Cheirando o bebê

19.11.2021

Um novo estudo realizado por pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências descobriu que uma molécula excretada por humanos, e talvez particularmente por bebês, desempenha um papel social importante: regular a agressão em adultos.

O estudo, publicado na revista Science Advances traz evidências de que uma molécula encontrada em abundância na cabeça de recém-nascidos, reduz a agressão nos homens, mas aumenta-a nas mulheres. A HEX (hexadecanal) sem odor perceptível diminui a conectividade em partes do cérebro que regulam a tomada de decisões sociais em mulheres, enquanto nos homens aumenta essa conectividade. Essas diferenças cerebrais podem estar por trás dos diferentes desfechos comportamentais.

A descoberta está entre as primeiras a fornecer uma ligação direta entre o comportamento humano e uma única molécula captada através do olfato. Além disso, a diferença em mulheres e homens lança uma nova e surpreendente luz sobre o papel mediador do sexo na percepção olfativa e seus processos neurológicos resultantes.

Saiba mais: A Sniff of Aggression

 

O concerto improvisado do corpo

  O concerto improvisado do corpo

11.10.2021

Como os ciclos diurnos e noturnos do corpo são orquestrados entre diferentes órgãos, tecidos e células? Nossos relógios biológicos estão sincronizados como uma banda de jazz.

O ritmo circadiano é o que mantém o corpo humano ajustado no ciclo dia-noite. Anteriormente, os cientistas pensavam que havia no cérebro um relógio biológico mestre regendo os de todos os outros órgãos. Porém nos últimos anos, estudos têm mostrado que os relógios de órgãos periféricos nem sempre estão em sintonia com o do cérebro. Um novo estudo do Instituto Weizmann de Ciências, revela que existem “ritmos cruzados” dentro desse grupo, e que os relógios se comportam como uma banda de jazz, na qual diferentes instrumentos tocam em seus próprios ritmos, com alguns sintonizados com o padrão rítmico dominante, outros ignorando-o completamente, e alguns ainda marcando batidas fortemente acentuadas.

A descoberta pode ser relevante para esclarecer as causas de um aumento da incidência de doenças em trabalhadores de turnos noturnos, desvendar os efeitos das dietas que alteram o tempo das refeições, como o jejum intermitente, e até fornecer conhecimento sobre doenças metabólicas.

Saiba mais: The Body’s Daily Jam Session

Prof. Rogério Rosenfeld ganha a Erna and Jakob Michael Visiting Professorship

 Prof. Rogério Rosenfeld, do Instituto de Física Teórica da UNESP  ganhou a Erna and Jakob Michael Visiting Professorship in the Department of Particle Physics and Astrophysics at the Weizmann Institute of Science para o período de Fevereiro a Julho de 2022.

Meu nome é Rogério Rosenfeld e sou paulistano. Durante o colegial tive a influência de bons professores de Física e comecei a ler livros de divulgação sobre o assunto.

Em particular, um livro do físico russo George Gamow sobre a história da Física (Biografia da Física) me deixou entusiasmado para seguir os estudos. Naquela época, havia uma universidade recém-criada, a Unicamp, que estava contratando cientistas do mundo inteiro. César Lattes, um dos maiores físicos brasileiros, montou lá seu laboratório.

Para surpresa de meus pais, decidi que queria estudar Física na Unicamp. Depois de uma pequena resistência inicial, me deram apoio total e fui morar em uma república em Campinas.

Com 17 anos, ainda não sabia bem o que era ser Físico mas rapidamente percebi que queria ser um físico teórico na área de partículas elementares. Estudar os menores constituintes do Universo era meu objetivo. O grupo do Lattes trabalhava com física experimental e dois anos depois decidi voltar para São Paulo, pois no Instituto de Física da USP (IFUSP) havia um grupo na área teórica.

Terminei minha graduação e parti para um mestrado no IFUSP nessa área. Depois do mestrado, obtive uma bolsa da CAPES para fazer meu doutoramento na Universidade de Chicago nos EUA.

O assunto do meu doutorado foi o estudo teórico do bóson de Higgs, que foi descoberto em 2012 no CERN, um grande laboratório internacional na Suíça. Defendi meu doutorado em 1990 e consegui dois estágios de pós-doutoramento, passando 2 anos na Universidade da Califórnia em Los Angeles e 2 anos na Universidade de Northeastern em Boston. Depois de 9 anos nos EUA, voltei ao Brasil em 1994 e fui contratado no Instituto de Física Teórica (IFT) da UNESP, em São Paulo, onde sou professor até hoje.
Trabalho em Física das Partículas Elementares e nos últimos 15 anos tenho também me dedicado à Cosmologia. Cosmologia é o estudo científico da estrutura, composição e evolução do Universo. É fascinante perceber que as menores partículas da Natureza afetam o comportamento de suas maiores estruturas! O microcosmo e o macrocosmo estão intimamente relacionados.

Em 2012 passei um ano sabático no CERN, onde conheci o professor Gilad Perez do
Instituto Weizmann. Na época não trabalhei diretamente com ele mas interagimos
bastante no grupo de teoria do CERN. No início de 2020 participei de um grupo da UNESP que fez uma visita à Universidade de Haifa e aproveitei para conhecer o Instituto Weizmann.

Estava planejando um outro ano sabático para 2021, após meu mandato na presidência da
Sociedade Brasileira de Física. Encorajado por Gilad, me candidatei a uma posição de
professor visitante no Instituto Weizmann. Fiquei muito contente em receber a Erna and Jakob Michael Visiting Professorship no Departamento de Física de Partículas e Astrofísica para o período de Fevereiro a Julho de 2022. Pretendo continuar minhas
pesquisas envolvendo Física de Partículas e Cosmologia, interagindo com o grupo do
professor Perez.

O Weizmann, continua a ser uma das principais instituições de pesquisa do mundo

 O Weizmann, continua a ser uma das principais instituições de pesquisa do mundo

O Instituto Weizmann de Ciências mantém seu status como uma das principais instituições de pesquisa do mundo. Ficou novamente em 8º lugar no mundo pelo desempenho científico (Leiden Ranking) e foi classificado entre os 25 melhores institutos de pesquisa ou universidades do mundo por seu impacto científico (citações) e patentes concedidas pela U-Multirank 2021, uma iniciativa da Comissão Europeia.

O Instituto Weizmann está no topo do Ranking Leiden 2021, juntamente com instituições como Harvard, Stanford, Princeton, Berkeley, Rockefeller, MIT e Caltech. É também uma das duas únicas instituições fora dos Estados Unidos no top 10 – a outra é a École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), Suíça, ocupando o nono lugar. O Ranking Leiden é quantitativo, e os dados englobam o número de publicações, citações e informações sobre o tamanho das instituições. O ranking atual indica um aumento significativo na qualidade da pesquisa no Instituto Weizmann de Ciência nos últimos anos – do 17º lugar há pouco mais de uma década, para o oitavo lugar no ranking atual.

Outros números do Ranking Leiden 2021:

19% dos artigos de autoria dos cientistas do Instituto Weizmann foram classificados entre os 10% mais importantes para o impacto científico.

Mais de 20% dos artigos de autoria dos cientistas do Instituto Weizmann nas Ciências Biomédicas e da Saúde foram classificados entre os 10% mais importantes para o impacto científico.

2,5% dos artigos científicos dos cientistas do Instituto Weizmann estavam no percentil superior dos artigos de impacto científico, e 65% deles estavam na metade superior dos artigos com maior impacto.

 A U-Multirank, publicada anualmente desde 2014 de acordo com inúmeras variáveis, tem como objetivo promover a transparência e auxiliar os alunos na aplicação nas universidades para estudos e pesquisas.

O Instituto Weizmann de Ciências, classificado pelo segundo ano consecutivo entre as dez maiores instituições de pesquisa do mundo, é um instituto de pesquisa multidisciplinar que abrange uma ampla exploração das ciências naturais e exatas. O Instituto oferece mestrado e doutorado em cinco faculdades. Cientistas do instituto estão avançando na pesquisa sobre o cérebro humano, inteligência artificial, ciência da computação e criptografia, astrofísica e física de partículas, doenças como o câncer, e abordando as mudanças climáticas através das ciências ambientais, oceânicas e vegetais.

Saiba mais:

The Weizmann Institute of Science Ranked Eighth in the World for Scientific Performance

Leiden Ranking 2021

UMultirank

« Página anteriorPróxima página »