Ivan Loureiro

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Bolsista de 2012

Depoimento:

“Já no início de 2012, quando li o e-mail do Amigos do Weizmann falando sobre a escola de verão, percebi que esta era a oportunidade perfeita. Algum tempo depois, a minha alegria ao descobrir que fui selecionado para esse programa foi indescritível.  Deixaria o Brasil pela primeira vez, e só por isso essa viagem teria um significado especial para mim. Conhecer um país, uma universidade, e pessoas do mundo todo… sabia que tudo isso seria maravilhoso. Mas foi ainda mais… muito mais. Digo sem dúvida nenhuma que essas férias em Israel foram o melhor mês que já passei na minha vida até hoje.

Tenho que admitir que, acima de tudo, as pessoas que conheci em Israel foram a melhor parte desta viagem. Estar num ambiente com pessoas falando as mais diversas línguas, e fazer amizades com israelenses, americanos, mexicanos, canadenses, ingleses, alemães, franceses, suíços, chineses, catalães (não espanhóis), cazaquistaneses… isso simplesmente não tem preço. Pude aprender um pouco de cada língua, e ensinar os gringos a falar português também. Farei todo o possível para não perder o contato com meus amigos e amigas, pois mesmo nesse tempo curto eles conseguiram se tornar muito importantes para mim.

Além disso, Israel é um país maravilhoso. Uma vez que a maior parte das notícias que circulam na mídia são sobre conflitos no local, muitas pessoas têm uma imagem do país que não condiz (em nada) com a realidade. Viajar por Israel foi inesquecível. Jerusalém, Tel Aviv, Caesarea, Eilat, os desertos, o mar morto… todos esses lugares são demais. A sensação de se estar no deserto (o que basicamente quer dizer no meio do nada) é extremamente reconfortante: não se vê nenhum sinal de civilização, nada se movendo, nada interferindo. Numa das noites em que acampamos, podíamos ver o céu perfeitamente… inclusive satélites podiam ser vistos. Olhar fixamente para o céu limpo nos traz uma sensação diferente de tudo do que estamos acostumados, e tive a oportunidade de fazê-lo várias vezes no deserto. A sensação de boiar no mar morto também é única… só procure não deixar a água cair no seu olho (experiência própria).

Quanto à parte científica, pude estar próximo de grandes mentes e aprender tudo o que foi possível. Assistimos a várias palestras muito interessantes, inclusive uma com Ada Yonath, a Nobel de química de 2009 (foi também muito bom almoçar a algumas mesas de distância dela… é estranho você estar comendo, olhar para o lado e a Nobel estar logo ali, a 20 metros de você). Tivemos contato com laboratórios equipados e pessoas apaixonadas pelo que fazem. A ciência é muito trabalhosa e cansativa, e é realmente admirável como essas pessoas são capazes de repetir experimentos semelhantes todos os dias, em busca de algo novo, sendo que em 99,9% dos casos tudo dá errado. Uma das coisas que aprendi por lá é que fazer ciência não é para qualquer um.

A experiência que tive é inestimável, e tenho certeza que os próximos participantes sentirão algo semelhante.

Por ora, agradeço o Amigos do Weizmann apenas em palavras. Espero, de verdade, que um dia eu possa retribui-los de forma mais apropriada por tudo que eu aprendi com seu apoio.”