Ciência

1o programa de residência para artistas do Weizmann

1o programa de residência para artistas do Weizmann

13/10/2022

Os laços entre arte e ciência nem sempre são evidentes, tangíveis ou óbvios. Mas os artistas, assim como os cientistas, buscam o desconhecido, têm insights a partir do erro e são guiados pela curiosidade.

 Conheça os três artistas selecionados para o 1o programa de residência para artistas do Braginsky Center para a Interface entre Ciência e Humanidades do Instituto Weizmann de Ciências.

Saiba mais: Art Meets Science: The First Artist Residency at the Weizmann Institute of Science

Biópsia líquida

Biopsia
Biópsia líquida

8.9.22

 

Exames de sangue simples prometem se tornar o próximo grande marco no diagnóstico de câncer, mas até agora a maioria desses testes, apelidados de biópsias líquidas, não são confiáveis o suficiente para uso generalizado.

Uma nova abordagem desenvolvida no Instituto Weizmann de Ciências pode levar a um teste que diagnosticará câncer com precisão sem precedentes usando menos de 1 ml de sangue. E devido ao nível de detalhe revelado na análise, os resultados deste exame também podem avançar na medicina personalizada, sugerindo os melhores tratamentos para cada paciente. A abordagem ainda pode servir para diagnosticar doenças autoimunes ou doenças cardíacas.

Os pesquisadores conseguiram uma prova de conceito bem-sucedida, que foi publicada na Nature Biotechnology. Agora precisa ser confirmada em ensaios clínicos .

 

Saiba mais: Putting Liquid Biopsies on Solid Ground: Cancer Diagnosis from a Milliliter of Blood

Tem colite ulcerativa ou doença de Crohn?

Tem colite ulcerativa ou doença de Crohn?

04.08.22

Seu próximo remédio pode ser um cocktail de vírus. Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências demonstraram a viabilidade de uma terapia que mata as bactérias intestinais causadoras de inflamação. A terapia usa um cocktail de vírus denominados bacteriófagos, que as infectam de forma específica sem danificar os microrganismos saudáveis. Os ensaios clínicos da fase 1 já mostraram que é seguro.

“É a primeira abordagem ‘bala de prata’, que promete uma supressão precisa de micróbios intestinais causadores de doenças, sem prejudicar o microbioma circundante.”- disse o Prof. Eran Elinav, do Departamento de Imunologia de Sistemas do Weizmann, que chefiou a equipe de pesquisa. “Nossa visão é, eventualmente, desenvolver terapias personalizadas para uma variedade de distúrbios, nos quais serão identificadas em cada paciente as cepas das bactérias intestinais causadoras de doenças e depois será definido o coquetel de vírus bacteriófagos que mata apenas essas cepas”, diz Elinav.

Os estudos para estas doenças inflamatórias intestinais foram realizado em colaboração com outros pesquisadores incluindo o BiomX Inc., uma empresa que investe em terapias para bactérias patogênicas com base na pesquisa do WIS,  sob licença de Yeda Research & Development Company Ltd., o braço de transferência de tecnologia do Instituto Weizmann de Ciências.

Saiba mais: The Viruses That Fight Disease

Como funciona o CEP dentro das células

Como funciona o CEP dentro das células

26/07/2022

Cada célula vive de acordo com instruções emitidas pelo seu DNA na forma de moléculas de RNA, mas ainda não se sabe bem como.  Agora pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências descobriram um sistema que funciona como “código postal” celular e tem até moléculas que servem como funcionários cujo trabalho é vincular-se às moléculas de RNAs, “ler” o CEP e remeter os RNAs para que cheguem ao lugar certo, bem na hora.

Os cientistas investigaram cerca de 8.000 segmentos genéticos e descobriram que algumas dúzias deles realmente servem como códigos postais. Um mesmo CEP envia o RNA a um local diferente, dependendo se é linear ou circular.

Além de lançar uma nova luz sobre o funcionamento do genoma, essas descobertas podem ser úteis na concepção de terapias baseadas em RNA. Na natureza, apenas uma pequena porcentagem de RNAs são circulares, mas são cada vez mais utilizadas no design de terapias.

Saiba mais: “Zip Codes” Tell RNA Where to Go

 

Novos dados revelam que mudanças climáticas podem ser mais rápidas do que o previsto

 Novos dados revelam que mudanças climáticas podem ser mais rápidas do que o previsto

26.05.2022

 

 

 

 

A equipe de cientistas liderada pelo Dr. Rei Chemke, do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias do Instituto Weizmann de Ciências, revelou uma intensificação das tempestades de inverno no Hemisfério Sul, e que os níveis projetados para ocorrer em 2080 já foram alcançados. A pesquisa em colaboração com a Universidade de Princeton e o MIT foi publicada na revista Nature Climate Change, e concluiu que as mudanças climáticas podem ser mais rápidas do que o previsto.

O Dr. Chemke pesquisa os mecanismos físicos subjacentes às mudanças climáticas. “Descobrimos um parâmetro para o qual a sensibilidade dos modelos precisa ser ajustada“. Neste estudo, descrevem o processo físico por trás da intensificação das tempestades e mostram que, nos últimos 20 anos, elas  têm se intensificado mais rápido do que se pode ser explicado apenas pelo comportamento climático natural.

 “Optamos por nos concentrar no Hemisfério Sul porque a intensificação da tempestade registrada lá foi mais forte do que no Hemisfério Norte”, diz Chemke

O estudo mostra que não apenas as projeções climáticas para as próximas décadas são mais graves do que as avaliações anteriores, mas também sugere que a atividade humana pode ter um impacto maior no Hemisfério Sul do que o estimado anteriormente. Isso significa que é necessária uma intervenção rápida e decisiva para deter os danos climáticos nesta região.

Saiba mais: New data reveals climate change might be more rapid than predicted

Eles têm uma outra explicação da origem da vida

 Eles têm uma outra explicação da origem da vida

03.02.2022

Quando e como se originou a vida, não é uma questão totalmente resolvida pela ciência! Os pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, Amit Kahana, Svetlana Maslov e o Prof. Doron Lancet (e-d). nadam contra a corrente ao divulgar evidências abrangentes de que a vida pode ter se originado em partículas lipídicas. Atualmente, a principal hipótese dentro da comunidade científica é que a vida foi desenvolvida a partir de moléculas de RNA.

O Prof Lancet já tinha desenvolvido o modelo, mas até agora, era  uma teoria em busca de apoio experimental. Eles apresentam pela primeira vez, um compêndio convincente de dados experimentais que apoia o novo modelo da origem da vida.

“Formas de vida que se originam em diferentes planetas provavelmente serão muito diversas”, diz Lancet,“mas acreditamos que começos mais humildes, exemplificados por micelas, podem ser comuns à vida em muitos locais em nosso sistema solar”.  Agora, resta esperar o nascimento de um consenso dentro da comunidade científica.

 

Saiba mais: The Primordial Soap

Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

 Covid-19: eles observaram os anticorpos de um ângulo diferente e o resultado foi surpreendente

01.03.2022

No início da pandemia do COVID-19, o Dr. Rony Dahan, cuja principal área de pesquisa no Instituto Weizmann de Ciências, é a imunidade e a imunoterapia relacionadas ao câncer, usou a expertise desenvolvida em seu laboratório para entender melhor a interação entre o vírus recém-descoberto e o sistema imunológico. Ele estava particularmente interessado nos anticorpos produzidos em resposta ao SARS-CoV-2. Embora a maioria dos estudos tenham abordado principalmente o efeito neutralizante dos anticorpos contra o vírus, Dahan e sua equipe decidiram abordar o tema de um ângulo diferente: focando no papel dos anticorpos como mediadores da comunicação com outros elementos da resposta imune, que acontece através de uma parte do anticorpo localizado em sua “cauda”.

Diferentes combinações de pequenas moléculas de açúcar ao longo da cauda moldam o resultado de sua comunicação. Os pesquisadores descobriram que os anticorpos antivirais diferiam entre pacientes leves e graves, e entre indivíduos em recuperação e vacinados e as características das caudas pareciam afetar a quantidade, qualidade e modo de proteção alcançados pela vacinação, em comparação com a imunização natural.

Os dados publicados no periódico Cell Reports serão levados em conta no futuro para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos.

 

Saiba mais: Following the Sugarcoated Tails of Antibodies

Diversidade no Instituto Weizmann, um passo à frente.

Diversidade no Instituto Weizmann, um passo à frente.

13.03.2022

Um novo programa na Escola de Pós-Graduação Feinberg do Instituto Weizmann de Ciências traz a inclusão e diversidade um passo à frente. O programa The Young Weizmann Scholars Diversity and Excellence Program, oferece  uma oportunidade única a graduandos de alto desempenho de setores tipicamente sub-representados na academia.  A inclusão dessas populações muitas vezes negligenciadas – árabes, etíopes, ultraortodoxos –  diversifica a próxima geração de cientistas em Israel, como também promove a diversidade no campus e nos laboratórios.

No último ano, 17 participantes foram cuidadosamente selecionados entre 180 candidatos. Entre eles  Yonatan Schweiger, 32 anos, um pai ultra-ortodoxo, casado com  três filhos que cresceu em uma comunidade fechada e não teve acesso ao conhecimento científico ele estudou e lecionou em uma yeshiva (escola para estudo talmúdico) até os 28 anos. Mazal Faraj, que cresceu em Nazaré Illit, filha de pais que não cursaram o ensino superior, hoje é estudante do terceiro ano de graduação do Instituto de Tecnologia Technion-Israel. Meklit Berhe, que imigrou para Israel da Etiópia aos cinco meses de idade, e Fadi Khateeb, da aldeia árabe de Deir Hanna, no norte de Israel.

“Os avanços científicos quase sempre acompanham a capacidade de olhar para problemas difíceis de diferentes ângulos – ângulos que lançarão uma nova luz sobre os fatos existentes”, disse o Prof. Perez, reitor de Feinberg. “Acreditamos que uma variedade de opiniões, culturas, abordagens e estilos de pensamento crítico são essenciais para o trabalho científico, tanto aqui no Instituto quanto em geral.”

 

Saiba mais: Summertime Science

 

 

Abordagem terapêutica inovadora pode trazer nova esperança na batalha contra COVID-19

 Abordagem terapêutica inovadora pode trazer nova esperança na batalha contra COVID-19    

18.08.2021

Em um novo estudo publicado na Nature Microbiology, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, juntamente com colaboradores do Instituto Pasteur, França, e do Instituto Nacional de Saúde (NIH), nos EUA, oferecem uma nova abordagem terapêutica para combater o coronavírus. Em vez de atingir a proteína viral responsável pela entrada do vírus na célula, a equipe de pesquisadores abordou a proteína na membrana de nossas células que permite essa entrada. Usando um método avançado de evolução artificial desenvolvido por eles, os pesquisadores geraram uma “super rolha” molecular que obstrui fisicamente essa “porta de entrada”, impedindo assim que o vírus se prenda à célula e entre nela.

A maioria das terapias potenciais e vacinas atuais para SARS-CoV-2 tem como alvo a chamada proteína de pico encontrada no envelope externo do vírus. Essa proteína, no entanto, é propensa a mutações que corroem a eficácia dos tratamentos. “Como o vírus está em constante evolução, temos nos focado no receptor humano não evolutivo chamado ACE2, que atua como o local de entrada para o vírus”, diz o Prof. Gideon Schreiber, do Departamento de Ciências Biomoleculares do Weizmann, que supervisionou o novo estudo. Essa abordagem não é suscetível a novas variantes emergentes do vírus, que é um dos principais desafios no combate à pandemia.

O receptor ACE2, ligado à membrana das células epiteliais pulmonares e outros tecidos, é uma enzima importante para regular a pressão arterial. Portanto, por mais tentador que seja simplesmente bloquear este receptor para impedir a entrada do SARS-CoV-2, qualquer estratégia desse tipo não deve interferir na função do ACE2. Prof. Schreiber, cujo laboratório é especializado em estudar interações entre proteínas, se propôs a desenvolver uma pequena molécula de proteína que poderia se ligar ao ACE2 melhor do que o SARS-CoV-2, e sem afetar a atividade enzimática do receptor.

Liderados pelo Dr. Jiří Zahradník, um pós-doutorando do grupo de Schreiber, os pesquisadores começaram identificando o domínio de ligação do SARS-CoV-2: a sequência relativamente curta da proteína de pico que se liga fisicamente ao ACE2. Usando o próprio domínio de ligação receptora do vírus como arma contra ele, Zahradník realizou várias rodadas de “evolução no tubo de ensaio”, em uma cepa de levedura geneticamente modificada. Como a levedura pode ser facilmente manipulada, Zahradník foi capaz de estudar rapidamente milhões de mutações diferentes que se acumularam no curso desta evolução artificial, um processo que imita a evolução natural em um ritmo acelerado. Em última análise, o objetivo era encontrar uma pequena molécula que seria significativamente “mais pegajosa” do que a versão viral original.

A equipe do Prof. Schreiber também forneceu fortes evidências a favor da hipótese de que o SARS-CoV-2 se torna mais contagioso quando as mutações melhoram seu ajuste ao ACE2. Os pesquisadores descobriram que logo após a primeira rodada de seleção, as variantes produzidas em laboratório com maior capacidade de ligação ao ACE2, tinham mutações semelhantes às variantes do SARS-CoV-2 mais contagiosas, como a Alfa, Beta e Gama. Surpreendentemente, a agora difundida variante Delta, é diferente. Para ser mais infecciosa evita parcialmente a detecção pelo sistema imune.

Finalmente, Zahradník isolou um pequeno fragmento de proteína com uma capacidade de ligação 1.000 vezes mais forte do que a original do qual evoluiu. Essa “super rolha” não apenas se encaixava perfeitamente ao ACE2, como permite conservar a atividade enzimática do ACE2 – exatamente como os pesquisadores pretendiam. Além disso, devido à forte ligação, concentrações muito baixas da molécula recém-projetada foram necessárias para alcançar o efeito de bloqueio desejado.

Para desenvolver um potencial método de administrar a molécula como medicamento, o Prof. Schreiber e sua equipe, tiveram a colaboração de outro departamento do Instituto Weizmann de Ciências, o de Ciências Terrestres e Planetárias! Juntos, eles criaram um spray que permitiria que a molécula desenvolvida fosse administrada por inalação aos pacientes.

Até agora, testes em hamsters infectados com SARS-CoV-2, obtiveram resultados preliminares indicando que este tratamento reduz significativamente os sintomas da doença, e sugerindo que pode ser um medicamento potencial.

Leia mais: Putting a Super Cork on the Coronavirus

O Prof. Jacob Hanna, especialista em células-tronco do Instituto Weizmann de Ciências, está entre os The World’s TOP 50 thinkers 2021!

 O Prof. Jacob Hanna, especialista em células-tronco do Instituto Weizmann de Ciências, está entre os The World’s TOP 50 thinkers 2021!

 

Recentemente, a sua equipe provocou agito ao anunciar ter cultivado embriões de camundongos em vidros por 12 dias, ou seja, até a metade do período normal de gestação do animal. O feito inédito até então, abrirá portas para pesquisas em edição genética para doenças hereditárias e o cultivo de órgãos para transplantes, dentre outras.  

Saiba mais: The world’s top 50 thinkers 2021