Alterando uma única conexão dos circuitos neurais, vermes machos se comportam como fêmeas

Alterando uma única conexão dos circuitos neurais, vermes machos se comportam como fêmeas

 

Alterando uma única conexão dos circuitos neurais, vermes machos se comportam como fêmeas

22/11/2022

Em uma façanha de engenharia molecular, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências inseriram uma conexão neural ausente no circuito da detecção de perigo em vermes machos, de modo que imitasse o das fêmeas.

Com a sinapse artificial, os machos passaram a fugir do perigo rapidamente como as fêmeas, mas tornaram-se hesitantes na hora de se aproximar de parceiras em potencial.

O estudo mostra que alterar as sinapses, que têm a mesma arquitetura básica dos vermes aos humanos, pode levar a uma mudança comportamental. O cérebro humano é muito mais complexo, e exigiria uma escala diferente de sinapse artificial para este resultado.

Inverteram uma conexão em um circuito neural, e os machos se comportaram como fêmeas.

Alterando uma única conexão dos circuitos neurais, vermes machos se comportam como fêmeas.

É esperado que diante de uma ameaça iminente e com uma rota de fuga aberta que qualquer animal fuja. Mas, quando vermes microscópicos, Caenorhabditis elegans, enfrentaram um sinal ameaçador, apenas as fêmeas fogem imediatamente e os machos ficam parados até o sinal ficar muito mais forte.

Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências simularam os circuitos de detecção de perigo de fêmeas e machos deste verme, usando modelos matemáticos que identificaram uma diferença potencialmente responsável pelo comportamento distinto entre os sexos. Dois neurônios estavam conectados nos vermes femininos, mas não nos masculinos.

Em uma façanha de engenharia molecular, inseriram a conexão ausente no circuito de detecção de perigo dos vermes machos. E conforme o modelo havia previsto, os machos equipados com a sinapse sintética passaram a fugir do perigo rapidamente como as fêmeas, mas tornaram-se hesitantes na hora de se aproximar de parceiras em potencial, precisando de um tempo dez vezes maior do que os machos inalterados.

As sinapses dos humanos têm a mesma arquitetura básica do que este verme transparente de um milímetro de comprimento. Mas, obviamente, nosso  cérebro com seus trilhões de sinapses, em comparação com os 5.000 do verme, é muito mais complexo.

Quer saber mais? Acesse: Down to the Synapse: Connecting Brain Circuits to Behavior

A origem da vida recriada nos laboratórios do Weizmann

A origem da vida recriada nos laboratórios do Weizmann

14.09.2022

 

Há vários bilhões de anos, quando na Terra já existiam muitos compostos químicos, mas a vida ainda não tinha emergido, uma minúscula máquina molecular de RNA revelou-se perfeitamente adequada para criar ligações entre aminoácidos, os blocos de construção de proteínas futuras. É um ponto de virada na história do planeta: a síntese de proteínas, moléculas biológicas essenciais para a vida, agora pode começar.

A Profa Ada Yonath e sua equipe do Instituto Weizmann de Ciências recriaram aquele momento no laboratório, mostrando como isso poderia ter acontecido. Quanto à máquina primordial de fabricação de peptídeos, eles descobriram que ela ainda está presente em praticamente todas as células de todos os organismos vivos.

A teoria por trás do projeto da equipe nasceu há cerca de 20 anos a partir de descobertas surpreendentes feitas no laboratório da Profa. Yonath no curso das pesquisas que lhe renderia o Prêmio Nobel de Química de 2009.

Saiba mais: Origin of Life – In an RNA Pocket

1o programa de residência para artistas do Weizmann

1o programa de residência para artistas do Weizmann

13/10/2022

Os laços entre arte e ciência nem sempre são evidentes, tangíveis ou óbvios. Mas os artistas, assim como os cientistas, buscam o desconhecido, têm insights a partir do erro e são guiados pela curiosidade.

 Conheça os três artistas selecionados para o 1o programa de residência para artistas do Braginsky Center para a Interface entre Ciência e Humanidades do Instituto Weizmann de Ciências.

Saiba mais: Art Meets Science: The First Artist Residency at the Weizmann Institute of Science

Biópsia líquida

Biopsia
Biópsia líquida

8.9.22

 

Exames de sangue simples prometem se tornar o próximo grande marco no diagnóstico de câncer, mas até agora a maioria desses testes, apelidados de biópsias líquidas, não são confiáveis o suficiente para uso generalizado.

Uma nova abordagem desenvolvida no Instituto Weizmann de Ciências pode levar a um teste que diagnosticará câncer com precisão sem precedentes usando menos de 1 ml de sangue. E devido ao nível de detalhe revelado na análise, os resultados deste exame também podem avançar na medicina personalizada, sugerindo os melhores tratamentos para cada paciente. A abordagem ainda pode servir para diagnosticar doenças autoimunes ou doenças cardíacas.

Os pesquisadores conseguiram uma prova de conceito bem-sucedida, que foi publicada na Nature Biotechnology. Agora precisa ser confirmada em ensaios clínicos .

 

Saiba mais: Putting Liquid Biopsies on Solid Ground: Cancer Diagnosis from a Milliliter of Blood

Fungos, a nova marca do câncer

Fungi (pink) inside the cells of a human ovarian tumor (cell nuclei are in blue). Image credit: Deborah Nejman and Nancy Gavert

Fungi (pink) inside the cells of a human ovarian tumor (cell nuclei are in blue). Image credit: Deborah Nejman and Nancy Gavert:

Fungos, a nova marca do câncer

29.09.2022

Estudando mais de 17.000 amostras de tecidos e sangue retirados de pacientes com 35 tipos de câncer, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências e da Universidade da Califórnia, descobriram fungos “escondidos” dentro das células cancerosas ou em células imunes dentro dos tumores.

“A atividade fúngica é uma nova e emergente marca do câncer”, diz o Prof. Ravid Straussman, do Departamento de Biologia Celular Molecular de Weizmann, co-líder do estudo. Ele pensa que essas descobertas vão levar a “reexaminar quase tudo o que sabemos sobre o câncer através de uma ‘lente de microbioma.’

O estudo, publicado na revista científica Cell, pode ter implicações para a detecção de câncer através de um exame de sangue, assim como para o tratamento.

Saiba mais: Human Tumors Are Prized Real Estate for Fungi, Study Finds

Dispositivo para “vestir” e monitorar hematomas no cérebro

Dispositivo para “vestir” e monitorar hematomas no cérebro

 

Nova tecnologia de monitoramento desenvolvida no Instituto Weizmann de Ciências, incorpora uma combinação de modalidades híbridas de radiofrequência e óptica (RFO) em um dispositivo para vestir que faz o monitoramento contínuo do hematoma subdural. Este acúmulo do sangue no cérebro é uma das condições neurocirúrgicas mais comuns, e ocorre principalmente como resultado de um trauma.

 As tecnologias de imagem existentes, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, não fornecem monitoramento contínuo em tempo real, são caras e podem ser utilizadas apenas em centros médicos. Este dispositivo é uma ferramenta segura, não invasiva e fácil de usar que permite fornecer informações em tempo real à equipe de saúde.

Saiba mais:  Multimodel Transcranial Optical Vascular Assessment

Novo estudo mostra que o cérebro é muito mais dinâmico do que se pensava

Novo estudo mostra que o cérebro é muito mais dinâmico do que se pensava

24.08.2022

Como lidam os circuitos cerebrais com mudanças abruptas de comportamento, como por exemplo um obstáculo na trajetória? Um estudo do Instituto Weizmann de Ciências em morcegos, sugere uma resposta que não se encaixa no pensamento clássico sobre a função cerebral.

Usando dispositivos em miniatura de gravação sem fio para monitorar os neurônios no cérebro de morcegos que tiveram que evitar colidir uns com os outros enquanto voavam em direção contraria ao longo de um túnel a (soma das velocidades) 50 quilômetros por hora, o novo estudo mostrou a maneira como o cérebro lida com as necessidades.

O estudo liderado pelo Prof. Nachum Ulanovsky e publicado na revista científica Nature sugere que os neurônios não são programados para uma única tarefa, como se pensava, mas que, em resposta a uma rápida mudança nas necessidades, os neurônios se alteram para a realização de uma função totalmente nova. As mudanças acontecem em uma décima de segundo. “Mostramos em nosso novo estudo que o cérebro é muito mais dinâmico do que se pensava.” – disse Ulanovsky

Adoçantes afetam o corpo humano de maneira inesperada

Adoçantes Adoçantes afetam o corpo humano de maneira inesperada

18.08.2022

Ao contrário do que se acreditava, adoçantes não são inertes: eles têm efeito sobre os trilhões de microrganismos que vivem em nosso intestino de uma forma que pode mudar os níveis de açúcar no sangue de uma pessoa. A pesquisa  foi realizada com voluntários que consumiam sacarina, sucralose, aspartame ou stevia, e grupos controle.

A pesquisa teve uma outra etapa, na qual se transplantou microbioma intestinal dos participantes em camundongos.

O estudo demonstrou que os efeitos que os adoçantes produzem variam muito entre pessoas diferentes.

O estudo liderado pelo Prof. Eran Elinav do Departamento de Imunologia de Sistemas do Instituto  Weizmann de Ciências, foi publicado na revista Cell.

Saiba mais: Sweetness That Comes at a Price: Sugar Substitutes May Affect the Human Body in Unanticipated Ways

Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, visita o Brasil e destaca a importância dos investimentos em ciência

Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, visita o Brasil e destaca a importância dos investimentos em ciência

“A ciência nunca pode parar, movida pela curiosidade e pelo investimento. Cada dólar investido em pesquisa gera 10 para a sociedade”, destacou Alon Chen, presidente do Instituto Weizmann de Ciências, que esteve no Brasil entre os dias 31 e 3  de agosto.

Acompanhado do CEO para a América Latina Daniel Schmit, ele participou de diversas reuniões e encontros com a proposta de estreitar laços, firmar colaborações científicas e de dar visibilidade à bolsa integral de pós-doutorado “The Weizmann-IDOR Pioneer Science Fellowships”.

A  “The Weizmann-IDOR Pioneer Science Fellowship”, está com inscrições abertas e resulta de uma parceria do Weizmann com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). Trata-se de uma bolsa integral de pós-doutorado exclusiva para brasileiros das áreas de Matemática, Física, Química e Biologia que desejem desenvolver projetos de pesquisa com interfaces com as Ciências da Vida e da Saúde.

As bolsas têm duração de três anos no campus do WIS, em Rehovot, Israel, onde há estudantes de cerca de 45 países e o inglês é o idioma predominante. A ideia é promover o treinamento avançado de jovens cientistas no exterior e  oferecer condições atraentes de carreira  para os pesquisadores que optarem por retornar ao Brasil após a conclusão do treinamento. As inscrições vão até 14 de outubro e podem ser feitas pelo site do Instituto Weizmann, que também traz mais detalhes sobre o programa:

Weizmann-IDOR Pioneer Science Fellowship Program

Uma das atividades de sua agenda no Brasil foi o encontro com  os  Amigos do Weizmann Brasil  (associação brasileira sem fins lucrativos que visa apoiar o Instituto Weizmann de Ciências) promovido pelo Instituto Oncoclínicas. Bruno Ferrari recepcionou o Prof. Alon Chen que brindou os convidados com um panorama sobre o Instituto Weizmann, mencionando alguns projetos e áreas de atuação que vêm ganhando foco, como meio ambiente e sustentabilidade, inteligência artificial, imunologia, e a pesquisa do cérebro com o a criação do novo Instituto do Cérebro e Neurociências. Ele destacou o desenvolvimento do primeiro computador quântico de Israel e as pesquisas em câncer que oferecem benefícios aos pacientes, além do projeto espacial “Fronteiras do Universo”.

Alon ChenNeurocientista, ele também falou a respeito de  suas pesquisas  sobre  estresse e  ansiedade. Seu trabalho  estuda como os mecanismos de resposta são ativados em diversas desordens psiquiátricas.  Prof. Chen e seus colegas descobriram genes, proteínas e circuitos de processamento da informação no cérebro ligados a ansiedade, depressão, transtornos de alimentação e síndromes metabólicas. Na palestra explicou como a pesquisa básica, ligada à ciência de dados, é cada vez mais eficiente e rápida em provocar mudanças, por exemplo no desenvolvimento de novas drogas ou na seleção das melhores terapias para cada paciente. Chen também destacou a interdisciplinaridade e a liberdade que permeia a filosofia do Instituto. “Fazemos ciência em prol da humanidade. Nossos cientistas têm total liberdade acadêmica”.

No Instituto Weizmann de Ciências, a grande maioria dos pesquisadores mora com suas famílias no Campus (que conta com mais de 60 centros multidisciplinares  e  cerca de três mil cientistas). “Muitas parcerias entre cientistas de diferentes áreas acontecem até mesmo no tanque de areia enquanto as crianças brincam”,  complementou o professor.

Ao final do evento, Alon Chen agradeceu o importante trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Amigos do Weizmann, capitaneado por Mario Fleck, que aproveitou para convidar todos os apaixonados por ciência e saúde a se tornarem Amigos do Weizmann.

Saiba mais sobre o Weizmann

O Instituto Weizmann de Ciências é um dos principais institutos multidisciplinares do mundo, contando com mais de 3.000 cientistas, técnicos de laboratórios e estudantes. A instituição possui uma cultura internacional vibrante. Há mais de 70 anos reúne esforços que incluem a busca por novas formas de combater doenças e proteger o meio ambiente através do conhecimento e da inovação tecnológica.

Siga os Amigos do Weizmann em:

Site: www.amigosdoweizmann.org.br

Facebook: Amigos do Weizmann – Brasil

Instagram: weizmann_brasil

Twitter:@doweizmann

Tem colite ulcerativa ou doença de Crohn?

Tem colite ulcerativa ou doença de Crohn?

04.08.22

Seu próximo remédio pode ser um cocktail de vírus. Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências demonstraram a viabilidade de uma terapia que mata as bactérias intestinais causadoras de inflamação. A terapia usa um cocktail de vírus denominados bacteriófagos, que as infectam de forma específica sem danificar os microrganismos saudáveis. Os ensaios clínicos da fase 1 já mostraram que é seguro.

“É a primeira abordagem ‘bala de prata’, que promete uma supressão precisa de micróbios intestinais causadores de doenças, sem prejudicar o microbioma circundante.”- disse o Prof. Eran Elinav, do Departamento de Imunologia de Sistemas do Weizmann, que chefiou a equipe de pesquisa. “Nossa visão é, eventualmente, desenvolver terapias personalizadas para uma variedade de distúrbios, nos quais serão identificadas em cada paciente as cepas das bactérias intestinais causadoras de doenças e depois será definido o coquetel de vírus bacteriófagos que mata apenas essas cepas”, diz Elinav.

Os estudos para estas doenças inflamatórias intestinais foram realizado em colaboração com outros pesquisadores incluindo o BiomX Inc., uma empresa que investe em terapias para bactérias patogênicas com base na pesquisa do WIS,  sob licença de Yeda Research & Development Company Ltd., o braço de transferência de tecnologia do Instituto Weizmann de Ciências.

Saiba mais: The Viruses That Fight Disease

« Página anteriorPróxima página »