Escola de verão

Ivan Lavander Candido Ferreira

Ivan com a inglesa Becky no laboratório Profa Yonath – Bolsista de 2010

Biólogo pela Universidade de São Paulo

Em 2012, no Instituto Butantan, identificou mais de 40 toxinas do veneno da aranha de jardim que possuem o potencial para o desenvolvimento de fármacos. Esse trabalho foi o principal destaque universitário no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia do mesmo ano. Próxima etapa: doutorado em Oxford.

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Depoimento:

Tendo sido bolsista do Amigos do Instituto Weizmann em 2010, a experiência em Israel continua influenciando minha carreira como biólogo. Naquele ano, enquanto calouro no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, fui selecionado para participar junto à dois outros paulistanos e um mineiro na delegação brasileira. Algum tempo depois, estávamos imersos num programa extremamente multicultural, mutidisciplinar, com cerca de 80 alunos do mundo todo que permanecem como amigos até hoje.

Os dois anos anteriores ao de embarcar para Israel passei trabalhando num projeto pré-universitário de pesquisa, sob orientação do Dr. Pedro Ismael da Silva Júnior no Instituto Butantan. Meu objetivo geral era de identificar compostos naturais que fossem úteis para o desenvolvimento de antibióticos. Nesse contexto, foi óbvia minha escolha em estagiar num dos laboratórios mais conceituados do mundo: da Prof. Ada E. Yonath, laureada com o Prêmio Nobel em 2009 por ter descrito a estrutura 3D do ribossomo, o principal alvo celular da maior parte dos antibióticos utilizados clinicamente.

Mas não só isso: o trabalho da Prof. Yonath sobre e estrutura do ribossomo tornou possível se entender a evolução da vida, dentro de uma teoria que sugere que a primeira molécula essencial seria o RNA. “Ver” o ribossomo por dentro é mais ou menos como cortar uma árvore pela metade para verificar os anéis de crescimento. Assim como nos anéis, a informação contida no RNA que compõe o ribossomo permite inferir em quais condições o ribossomo apareceu, quais foram as pressões seletivas que o estruturam, e, de quebra, identificar regiões que causam resistência aos antibióticos – um dos principais problemas médicos atuais.

Como o estágio em Israel foi tão impactante na minha visão de mundo, nos anos futuros puxei para meu trabalho essa intersecção, tão evidente no trabalho da Prof. Yonath, entre ciência básica e aplicada – especificamente, entre evolução e desenvolvimento de fármacos. Ao invés de fazer o screening de milhares de moléculas sintéticas para se identificar drogas potenciais, como é feito na indústria farmacêutica, por que não utilizar substâncias que evoluíram selecionadas naturalmente? Em 2012, através do meu trabalho no Instituto Butantan, identifiquei mais de 40 toxinas do veneno da aranha de jardim Nephilengys cruentata que possuem o potencial para o desenvolvimento de fármacos neuroimunomoduladores. Com a identificação destes componentes também foi possível se sugerir qual “caminho” evolutivo selecionou a diversificação destas toxinas. Como reconhecimento do impacto para o entendimento da evolução de toxinas e seu uso medicinal, este trabalho foi o principal destaque universitário no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia do mesmo ano.

O estágio no Weizmann também foi essencial para quebrar diversos preconceitos sobre o país multifacetado que é Israel. Não só Rehovot como todos os lugares que visitamos eram marcados pela multiculturalidade e multipolaridade ideológica, como também não viviam sob tensões religiosas. Também me mostrou que ultrapassar fronteiras – geográficas, políticas, econômicos, sociais e culturais – é essencial para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, de forma colaborativa, interseccional e disruptiva, algumas das marcas de Israel.

Terminando o curso de biologia, o potencial de romper barreiras para desenvolver minha capacidade intelectual me levou à dois outros programas similares: em 2013, embarquei para Áustria, tendo sido selecionado para estagiar com uma bolsa tão generosa quanto do Amigos do Instituto Weizmann no Instituto de Patologia Molecular em Viena, um dos epicentros na área de regulação gênica. Em seguida, me mudei para Inglaterra, onde continuei a expandir minha experiência em regulação gênica na Universidade de Oxford, sob supervisão da Prof. Tatjana Sauka-Spengler, com suporte do governo federal brasileiro e da Sociedade Britânica de Genética.

Tanto a experiência na Áustria (2013) quanto na Inglaterra (2014) definitivamente foram resultado do impacto positivo do verão que passei em Israel. No entanto, a chave de ouro resultante do estágio em Israel apareceu recentemente. Enquanto me formava na USP, participei da seleção para a pós-graduação no exterior. As entrevistas para seleção trataram justamente da minha experiência em Israel. Perguntas como “O que fez do Instituto Weizmann uma instituição de sucesso?” foram recorrentes. Por isso, hoje embarco para a próxima etapa da minha carreira, o doutorado em Oxford, sem esquecer das “lições” acadêmicas que aprendi em Israel – como a importância da ciência básica para a sociedade – e vou com a certeza de que cheguei lá por experiências tão enriquecedoras e impactantes como a que me foi proporcionada pelos Amigos do Instituto Weizmann.

 

Depoimento do Ivan Ferreira para a Febrace na qual ressalta o estágio no Weizmann

David Schlesinger

Bolsista de 1998

CEO e co-fundador da Mendelics, o principal laboratório de genômica da América Latina.

“A experiência do ISSI foi uma excelente oportunidade de conhecer incríveis cientistas e futuros cientistas. O programa abriu meus horizontes para maneiras diferentes de se fazer ciência, da integração de diversas áreas, desde matemática até biologia molecular”.

André Sapoznik

Bolsista de 1989

Hoje: Diretor no Itaú Unibanco

“A tal curiosidade cientifica, me ajuda, porém, em sempre tentar entender processos, mecanismos e tendências de forma ampla”.

Participei do Dr. Bessie F Lawrence International Summer Science Institute no Weizmann em 1989. Foi uma experiência incrível, que me deu a oportunidade de interagir com outros jovens do mundo todo e conhecer como se faz ciência de ponta. Os projetos de que participávamos eram fascinantes, já que acabávamos contribuindo com estágios de pesquisas que poderiam de fato florescer em avanços relevantes em matemática, física, química, biologia… Além disso, foi muito especial poder conhecer Israel em profundidade… Um “pequeno grande pais”!

Embora eu sempre tenha mantido minha curiosidade cientifica, acabei não seguindo carreira de cientista. Depois da faculdade (Eng de Produção na Poli), fiz um MBA em Stanford e hoje sou diretor no Itaú Unibanco. A tal curiosidade cientifica, me ajuda, porém, em sempre tentar entender processos, mecanismos e tendências de forma ampla.

Alicia Juliana Kowaltowski

alicia kowaltowski

Bolsista de 1992

Formada em medicina pela UNICAMP em 1997, realizou o doutorado em Ciências Médicas pela UNICAMP com estágio na University of Maryland e pós-doutorado na Oregon Graduate Institute. Atualmente é professora titular no Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo onde coordena um grupo de pesquisa dedicado ao estudo de metabolismo energético. Recebeu fellowship da Guggenheim Memorial Foundation e o Prêmio Elsevier-CAPES, dentre outras premiações.

Faz parte do Comité Científico dos Amigos do Weizmann do Brasil.

“Participei do programa em 1992, quando era primeiro-anista de medicina na UNICAMP. Foi uma oportunidade fantástica trabalhar em laboratório de pesquisa de ponta, visitar instalações laboratoriais de primeira qualidade nas mais diversas áreas e ter contato com jovens de todo mundo que, como eu, tinham um interesse em Ciência. Ao voltar, fui procurada por um laboratório no Brasil para fazer pesquisa durante a minha graduação, devido a minha experiência no Weizmann. Foi o início de minha atual carreira. Sou hoje professora titular do Departamento de Bioquímica da Universidade de São Paulo, onde coordeno um grupo de pesquisa dedicado ao estudo de metabolismo energético.”

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Rui Vogt Alves da Cruz

rui

Bolsista de 1997

Hoje: Diretor Global de Pesquisa e Desenvolvimento. The Dow Chemical Company, Freeport, TX, EUA.

 

Minha participação no programa de verão do Instituto Weizmann foi uma das melhores experiências científicas e pessoais da minha vida. Ainda lembro do dia em que recebi a carta da Academia de Ciências do Estado de São Paulo convidando para a prova de seleção e da emoção em receber a notícia, várias semanas depois, que tinha sido aprovado após as entrevistas. As semanas de trabalho no laboratório em projetos relevantes contribuíram muito para a minha paixão por ciência, mas sem dúvida a interação com os outros participantes selecionados foi um dos pontos mais importantes. Fiz grandes amizades – algumas das quais mantenho até hoje – com outros alunos apaixonados por ciência que depois se espalharam por escolas de ponta em todo mundo. A exposição a vida acadêmica em Rehovot e as excursões para conhecer as regiões e cultura de Israel também foram extremamente enriquecedoras.

 

Roger Chammas

Bolsista de 1983

Hoje, Coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e Membro da Academia de Ciências dos Estados Unidos

Faz parte do Comité Científico dos Amigos do Weizmann do Brasil

 

“No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, que sedia a Disciplina de Oncologia da Universidade de São Paulo, interagimos com o grupo de Rony Seger, do Departamento de Regulação Biológica do Weizmann já há alguns anos, com projetos financiados pela CAPES e FAPESP. A experiência do grupo de Seger na área de comunicação entre células, e como os sinais químicos modificam o comportamento das células normais e tumorais é de grande interesse para nós. Além disto, este grupo é pioneiro numa forma de combinação de tratamentos que pode ter um grande impacto para o controle do melanoma, tipo de câncer de pele que estudo com meu grupo aqui em São Paulo.

Uma aluna de doutorado de meu grupo fez parte de sua tese no Weizmann, e atualmente uma pós-doutoranda do grupo de Deborah Schechtman do Instituto de Química da USP, com quem colaboramos neste projeto, trabalha no grupo de Seger. Colaboramos nesta abordagem de inibição dos sinais que mantém células cancerosas vivas.

Voltamos ao Weizmann há dois anos atrás para um Simpósio entre Weizmann e grupos brasileiros. Fomos muitíssimo bem recebidos, conversamos sobre nossos interesses comuns; e, visitamos alguns locais em Israel, ao mesmo tempo que alinhavamos estudos em colaboração. A atmosfera não mudou – os mesmos valores de respeito à Educação e à Cultura estavam presentes. Todas as conversas fluíam com muita facilidade e eram muito produtivas. A atividade científica ultrapassa a técnica; é um veículo para a mais alta diplomacia.

Tenho vívidas lembranças do programa, que deu contornos mais reais ao interesse que tinha na época em Bioquímica e Biologia Celular. Minhas escolhas subsequentes tiveram clara influência da experiência vivida no Weizmann, que me mostrou que aquilo que eu idealizava sobre a atividade de pesquisador/cientista era atingível. Hoje sou pesquisador; e, continuo trabalhando para ser cientista.

Em 1982, cursava o 3o ano científico no Colégio Dante Alighieri. Meus pais sempre estimularam nossa aprendizagem nas áreas de Ciências e Matemática. Professores ligados à Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Remate Watanabe e Shigueo Watanabe) organizavam grupos de estudo de solução de problemas de Matemática, e nos estimulavam a participar das Olimpíadas, que começavam a se tornar populares nesta época. Numa destas atividades, meu pai soube do concurso para participação no 15th Dr. Bessie Lawrence International Summer School e estimulou minha inscrição. O concurso foi organizado pela Federação Israelita e pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo.

A seriedade com que o concurso foi organizado e como as etapas de preparação para nossa ida ao Weizmann foram conduzidas deixou-nos muito clara a prioridade dada à Educação e à Cultura que o grupo da Federação Israelita defendia. Conhecia de fato muito pouco da cultura judaica até então, ouvia pelos meus colegas e interessava-me pela forma de organização da sociedade. Ficava impressionado como se produzia em termos gerais em Israel, apesar das adversidades e estado de tensão, por conta das lutas armadas, que imaginava existir.  

Ao chegar em Rehovot, tive uma impressão muito, muito mais vívida sobre a valorização dada à Educação e à Cultura. Fiquei impressionado pelo respeito à multiculturalidade e a liberdade às diferentes religiões. O valor dado ao trabalho que imaginava existir foi confirmado, e o uso intensivo da tecnologia mostrou um lado das ciências que as tornavam ainda mais fascinantes para mim. Para minha surpresa, não havia a tensão no dia-a-dia que imaginava existir. O grupo, formado por 66 jovens de diferentes países do mundo e de diferentes religiões, mostrava na prática o valor dado à multi culturalidade e o respeito às diversas religiões. 

Durante o programa, uma venezuelana, um canadense e eu estagiamos num laboratório de Diferenciação Celular, liderado por Michael Jaffe. Nosso objetivo era acompanhar como se dava o processo de reorganização do núcleo das células que se diferenciavam em fibras musculares. Trabalhamos três semanas no laboratório, entendendo a linguagem e delineando experimentos que nos permitiam acompanhar este processo celular, essencial para a vida dos seres compostos por células que se especializam e exercem diferentes funções. 

As atividades no laboratório eram acompanhadas de seminários e discussões com os demais participantes do curso de verão, todos ao final do ensino médio, e iniciando suas faculdades. Éramos estimulados a fazer perguntas, entender novos conceitos e acima de tudo a criticar nossas respostas. A interação era entre os alunos e tutores (3 para 1, em geral), que estimulavam a aprendizagem. 

Nos finais de semana, viajávamos com o grupo todo a diferentes áreas de Israel- Jerusalém, Negev, Galileia, visitando seus pontos turísticos e entendendo um pouco mais da história do povo judaico. O respeito que sentia pelos valores do povo judeu que conhecia se consolidaram. 

O curso de verão mostrou-me um pouco sobre o que era a atividade de pesquisa; e, como esta atividade é fascinante. Éramos estimulados a fazer perguntas e tentar respondê-las, com o tipo de experimento necessário. Foram pouco mais de cinco semanas, muito intensas, que me mostraram que caminho seguir ao longo do curso superior: busquei cursos em outras unidades de USP, onde estava matriculado, para completar minha formação em Biologia Celular e Molecular, fiz Iniciação Científica, como monitor do Departamento de Patologia da Faculdade, trabalhando no Laboratório de Oncologia Experimental. 

Fico satisfeito de saber que lideranças científicas nacionais de altíssimo valor têm conduzido o processo de seleção anual para jovens participarem desta incrível experiência que é o curso de verão do Instituto Weizmann. O curso desperta vocações; desmistifica a atividade de pesquisa científica, reforça o que é mais importante na atividade de investigação: a crítica.  Será muito interessante seguir cada um destes universitários que foram selecionados e participaram do curso de verão. Acima de tudo, um grande capital humano. 

 

Larissa Valdemarin Bim

Larissa Valdemarin

Bolsista de 2008

Hoje: Biomedicina UNIFESP

“Passar um mês em Israel…. Apesar de eu já ter sido selecionada, isso não parecia muito real. E no começo eu ainda estava um pouco apreensiva, tinha medo de não corresponder às expectativas de todos, mas tudo mudou a partir do momento em que chegamos lá.

O Instituto é um lugar muito bonito, todo arborizado, fomos muito bem cuidados, os dormitórios eram ótimos e as refeições também. Tudo era muito bem organizado e programado e era esperado que tivéssemos responsabilidade suficiente pra cumprir nossos deveres e horários.

Os dias que passamos no laboratório foram muito produtivos. Como era a primeira vez que eu efetivamente trabalhava em um laboratório eu pude aprender muitas coisas novas, tanto no lado da ciência como no lado da dinâmica de uma vida dentro de um laboratório. Meu mentor foi um fator muito importante, porque ele foi muito paciente e atencioso comigo em todos os momentos, sempre explicando tudo com muita clareza e me ensinando muitas coisas que estavam além do necessário ao meu projeto. O fato é que ele realmente gosta do que faz e isso é sempre contagiante. Fazer o relatório foi um desafio pra mim, não que eu nunca tivesse feito isso antes, mas eu estava sozinha (minha dupla havia trocado de projeto logo no primeiro dia), e demorei bastante pra escrever as 6 folhas pedidas, novamente meu mentor me ajudou muito, ele explicava as coisas pra mim de jeitos diferentes pra ficar mais fácil de entender, e também me ajudava a achar o melhor jeito de explicar os procedimentos toda vez q eu empacava no inglês. Quando eu terminei e imprimi meu relatório eu olhei pra ele e me deu uma sensação de orgulho muito grande, eu pensei “Nossa… fui eu que fiz!” – foi muito legal! – A apresentação foi muito tranquila, como eu sempre tive problemas com públicos eu já estava nervosa antes de começar, mas na hora que eu subi lá eu me surpreendi com o fato de eu estar bem menos nervosa do que eu achei que ia estar e apresentei bem melhor do que o esperado (pelo menos pra mim). O clima ajudou bastante, era bem descontraído, apesar de a coordenadora de biologia ser bastante rigorosa.

Fora do laboratório tudo era festa. Pudemos conhecer muitas pessoas de várias partes do mundo, várias culturas, e o programa em si oferecia todas essas oportunidades, mostrando pra nós, nos dias livres, um pouco mais sobre a cultura e o estado de Israel. Essa foi uma parte que pra mim contou bastante, eram momentos de relaxamento (ou não, já que a gente não dormia durante a semana e menos ainda nos fim de semana – foi bem exaustivo, mas eu não faria diferente.), de interação, de diversão, sem nunca deixar de lado a aprendizagem, tanto com os guias sobre Israel, quanto com as outras pessoas sobre fatos diversos.

Posso dizer que eu voltei de Israel diferente, mais aberta a novas experiências, com mais vontade de aprender, descobri que eu gostei muito de trabalhar com imunologia e que talvez Biomedicina seja mesmo uma carreira pra mim. Foi com certeza uma viagem de aprendizados e superações em muitos aspectos – descobri que eu posso fazer muito mais do que eu achava ser capaz.

Muito Obrigada a todos que nos proporcionaram, direta ou indiretamente, essa experiência maravilhosa e com certeza única. Muito obrigada por confiarem e acreditarem em mim.”

 

Caio Marco Bego

caio

Bolsista de 2008

Ciências Moleculares, Universidade de São Paulo

O programa inteiro foi muito bem organizado. Sempre que houvesse necessidade havia alguém que nos pudesse auxiliar, academicamente ou não. Durante as viagens, estávamos acompanhados durante todo o tempo, e pudemos visitar todos os lugares de forma segura.

Aprendi muito durante o projeto, tanto em termos científicos como culturais. Fui muito bem instruído pelo meu mentor durante o projeto e, mesmo este sendo completamente teórico, visitamos um laboratório do instituto que trabalhava com computadores quânticos. As viagens foram todas muito prazerosas e também durante elas aprendíamos, ou sobre a cultura israelense, ou sobre a fauna e a flora locais.

Não só pude participar de um projeto de pesquisa interessante por um mês em um dos institutos mais renomados do mundo, como fiz amizades que levarei para sempre. Com certeza, a viagem para o Weizmann é uma das experiências que mudaram minha vida”.

O programa do Instituto Weizmann me enriqueceu de diversas formas, e vai deixar muitas saudades. Durante o mês em que o programa durou, não só pude participar da construção de conhecimento em um projeto pioneiro, mas também fiz muitas amizades. Posso dizer que a bagagem cultural com que voltei ao Brasil é inúmeras vezes mais pesada do que quando embarquei para Israel.

Ainda tenho nítidos na memória muitos momentos, e acredito que assim permanecerão mesmo com o passar das décadas. Não há como esquecer a vista da cidade velha de Jerusalém, com igrejas, mesquitas e sinagogas que podem ser registradas em uma única fotografia. O mesmo para os 72 participantes boiando nas águas salgadas do mar morto, observando as montanhas da Jordânia no horizonte, e a noite em que dormimos a céu aberto no deserto da Judéia.

A maior parte das bolsas para estudar no exterior são destinadas a pesquisadores da pós-graduação. Ainda estou na graduação, ainda não sou cientista e se não bastasse sou calouro na faculdade. Agradeço sinceramente aos amigos do Instituto Weizmann pela raríssima oportunidade. O mais interessante da experiência como um todo foi que, enquanto o projeto no laboratório confirmava minha vontade de seguir uma carreira acadêmica, aprendia muito sobre Israel e a cultura hebraica nas viagens de final de semana, o que foi simplesmente fantástico. Realmente espero que o programa continue por muitos anos para que outros também tenham o privilégio de vivenciar grande parte do que nós, os três participantes Brasileiros de 2008, vimos, sentimos e aprendemos.”

 

Lucas Virgili Filgueiras Leiro

lucas

Bolsista de 2009

Ciências Moleculares, Universidade de São Paulo

“Não creio que existam palavras para descrever a experiência de ter passado um mês em Israel, estudando no Instituto Weizmann. Viagens desse tipo são normalmente dadas a pós-graduandos e nós tivemos essa grande oportunidade para ampliarmos nossa visão do que é ser um pesquisador. Além disso, convivemos com diversas culturas, e praticamos nosso inglês. E mais, conhecemos ainda Israel e algumas de suas belezas, andamos pelo deserto e flutuamos no Mar Morto. Uma viagem inesquecível, sem dúvidas.”