Neurociência

Mutações que protegem o cérebro da ELA

  Mutações que protegem o cérebro da ELA

31.03.22

Mutações em mais de 25 genes aumentam o risco de desenvolver esclerose lateral amiotrófica (ELA). Agora, uma equipe de pesquisa liderada pelo Prof. Eran Hornstein no Departamento de Neurociência Molecular e Genética Molecular, identificou um novo gene que parece desempenhar um papel defensivo na doença.

O avanço foi obtido após analisar os genomas de mais de 6.000 pacientes com ELA e de mais de 70.000 pessoas que não têm a doença. Os cientistas concluíram que as mutações recém-identificadas reduzem o risco de desenvolver ELA em quase cinco vezes. Para confirmar as descobertas, os pesquisadores usaram a tecnologia de edição de genes para introduzir as mutações protetoras em células-tronco de pacientes com ELA. O gene está localizado na parte do genoma, uma vez chamado de “DNA lixo”,  e que agora se sabe que serve para determinar se outros genes serão “ligados ou desligados” para gerar proteínas.

Publicado na Nature Neuroscience, estudos futuros podem verificar se a modulação desse caminho pode ter um efeito positivo nos pacientes.

A pesquisa teve apoio do Weizmann-Brazil Center for Neurodegeneration Research.

Saiba mais: Mutations in Noncoding DNA Protect the Brain from ALS

Neurociência na bat-caverna

 Neurociência na bat-caverna

Um túnel de 200 m construído para morcegos no campus do Weizmann, permitiu revelar um novo código neural da percepção espacial.

Os pesquisadores desenvolveram e montaram na cabeça dos morcegos um dispositivo que registra, enquanto eles voam, a atividade dos neurônios na região cerebral responsável pela memória, incluindo a memória espacial. Uma série de antenas mais precisas do que o GPS, permitiram a equipe do Prof. Nachum Ulanovsky’s,  adicionar uma peça significativa ao quebra-cabeça da cognição espacial. Publicado na Science, as descobertas permitem entender melhor a percepção espacial dos mamíferos, talvez até dos humanos.

 

Saiba mais: Right Off the Bat: Navigation in Extra-Large Spaces

Carta Retrospectiva 2020

Retrospectiva 2020

O que aprendemos com a pandemia?

Adaptabilidade, resiliência e solidariedade. Da comunidade Weizmann para o mundo.

 

“A pandemia não cortou nossas asas. Saímos voando mais rápido e mais alto”,
Prof. Alon Chen,
Presidente Instituto Weizmann de Ciências

Nada ficou como era. O mundo agora olha para a ciência com outra expectativa e confiança, e o Instituto Weizmann de Ciências e os apoiadores do mundo todo continuam à altura do desafio.

Assim que a pandemia teve início, o Weizmann foi além da pesquisa em ciência básica que o caracteriza. Mais de 60 laboratórios se puseram a buscar soluções urgentes contra a Covid-19 e investigar formas de prevenção, diagnóstico e tratamento para combater o impacto do vírus.

“A pandemia não cortou nossas asas. Saímos voando mais rápido e mais alto”, assinalou o presidente do Instituto, prof. Alon Chen.

Há múltiplas provas que sustentam a afirmação. Umindicativo da relevância do Instituto Weizmann de Ciências é que ele foi colocado na 8ª posição mundial na prestigiosa classificação de Leiden de qualidade em pesquisa. O que mesmo durante a pandemia, ingressaram novos cientistas com a missão de dirigir laboratórios e aumentaram os pedidos para estudos de pós-graduação vindos de outros países. Neste ano foi assinado também o histórico Memorando de Entendimento com a Universidade Mohamed bin
Zayed de Inteligência Artificial, (MBZUAI) dos Emirados Árabes Unidos. Os dois institutos agora trabalham em conjunto para promover o desenvolvimento e a utilização da inteligência artificial.

Também a pesquisa biomédica colaborativa alcançou um novo patamar com  a criação do Centro Schneider-Weizmann de Pesquisa em Saúde da Criança e do Adulto, parceria com o maior serviço de saúde de Israel, o grupo Clalit Health Services.

No Brasil
Todo mundo ficou em casa, mas se aproximar foi mais importante do que nunca.

Os Amigos do Weizmann participaram de diversas atividades virtuais que tiveram início quando a Profa. Regina P. Markus, Vice-Presidente do grupo e professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e o Prof. Luiz Vicente Rizzo, Diretor Superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, ofereceram um panorama sobre como a ciência estava atuando e responderam a dúvidas do grupo.

Em um outro encontro virtual, o Vice-Presidente do Instituto Weizmann de Ciências, Prof. Roee Ozeri, trouxe uma atualização sobre como os cientistas perceberam e atuaram de forma imediata onde a sua expertise podia fazer diferença. Mas adaptabilidade e resiliência não são nada sem solidariedade e muitos projetos internacionais foram pensados para que as colaborações fossem não apenas rápidas e eficientes, mas sob o modelo de ciência aberta, o que significa sem patentes nem royalties. Em outra oportunidade foi possível  ouvir sobre a situação da pandemia na voz do próprio Prof. Gabi Barbash,  diretor Emérito do Ministério da Saúde de Israel e do Programa Bench to Bedside do Instituto Weizmann de Ciências.

Mesmo sem colocar o pé em Israel, foi possível fazer vários tours virtuais pelo Instituto Weizmann de Ciências com os próprios cientistas dando as boas-vindas e mostrando alguns dos laboratórios especiais.

Do lado dos homens e mulheres de ciência, a distância nunca foi um empecilho. Ainda que distantes a dez mil quilômetros, três grupos de pesquisadores do Brasil e de Israel foram selecionados no segundo edital do programa Weizmann – FAPESP, que teve parceria com Instituto Serrapilheira,  para trabalharem juntos. E depois do distanciamento físico imposto ainda no Brasil e de uma quarentena de 14 dias, Camila Pinto da Cunha, a cientista que conquistou a primeira bolsa de pós-doutorado exclusiva para brasileiros  The Paulo Pinheiro de Andrade Fellowship, já está trabalhando no campus.

Outros foram e voltaram. Como Gabriela S. Kinker, que fez o doutorado no Instituto de Biociências da USP mas realizou no Weizmann um estudo com tecnologia de ponta ainda pouco utilizada no Brasil.  Assim, a equipe internacional conseguiu identificar potenciais barreiras ao sucesso no tratamento contra o câncer e que promete revolucionar a forma como se estudam os tumores.  Retornou também, logo antes das fronteiras fecharem, a Profa. Ana Claudia Trocoli Torrecilhas, que esteve no Weizmann três meses como parte de um programa de estímulo a internacionalização das instituições de Ensino Superior brasileiras (Programa Institucional de Internacionalização – PrInt). A Profa. Ana Claudia, professora associada na UNIFESP, agora  fala de Israel com paixão. A nação Startup mudou a sua cabeça: “Ao lado do Instituto Weizmann há um prédio inteiro de startups de área biológica. Fiquei impressionada. Para os cientistas brasileiros, fazer co-working com startups de Israel poderia ter um desdobramento muito positivo”.

Outros brasileiros permaneceram em Israel, mas não por isso estão longe. Desde Rehovot, o doutorando Rafael Stern participou  do Weizmann Live Talks com o tema “Florestas: uma solução climática?” e o pós doutorando Emilio Tarcitano  foi um embaixador do Weizmann no  bate-papo organizado pela Associação dos pós graduandos do IVB USP falando do tema: “Oportunidades e desafios na vida acadêmica”.

Em novembro, em uma janela de oportunidade quando a curva de contágio estava em queda tanto em Israel quanto no Brasil, Dany Schmit, CEO para América Latina do Weizmann, veio de Israel para São Paulo. Cercado de todas as medidas protetivas, foi possível por alguns dias vivenciar o reencontro com amigos e o trabalho lado a lado num planejamento de atividades e projetos que nos desafiam ainda mais nesse cenário onde é preciso se reinventar.

A ciência é urgente, não espera e não pode parar.

Na mídia
Como é habitual, as pesquisas do Instituto Weizmann de Ciências tiveram este ano bastante divulgação na mídia brasileira e não apenas pelos avanços relacionados a covid-19 que marcaram o noticiário.  Nas últimas semanas do ano, por exemplo, ao tempo que Jornal do Brasil informava que  cientistas do Weizmann descobriram que no pico da infecção pelo vírus SARS Co-V2 um doente pode transportar com ele até  cem bilhões de partículas virais, o jornal Folha de São Paulo e a revista Veja noticiavam uma pesquisa  do Prof. Ron Milo que aponta que o total de objetos construídos pela humanidade acaba de superar, pela primeira vez, a massa somada de formas de vida na Terra.

Cuidando do Futuro
Fato inédito em 52 anos, a participação na Escola de Verão (Dr. Bessie Lawrence International Summer Science Institute -ISSI) não foi presencial. Mas mesmo sem viajar, os selecionados pela Banca examinadora dos Amigos do Weizmann, Júlia Oscar Destro
(Osório – RS), João Pedro Torres (São Paulo – SP), Lúcio L. F. Neto (Belo Horizonte – MG) e Gabriella Arienne (Mesquita – RJ) tiveram a oportunidade de conhecer melhor o Instituto. Foram organizados para eles seminários online e sessões de breakout virtual. Os jovens participaram de um projeto de pesquisa e seis alumni brasileiros da Escola de Verão, entre eles a renomada Prof.  Alicia Kowaltowski, atuaram de mentores. Assim, como os mais de 80 bolsistas anteriores, eles criaram laços com estudantes e cientistas do
Weizmann e dos outros países.

Ser alumni é fazer parte da família Weizmann para sempre. Compartilhamos com eles as alegrias e ficamos felizes de ver nossa ex-bolsista da Escola de Verão do Weizmann 2018, Maria Vitória Valoto, ser escolhida entre os vinte brasileiros perfilados em um especial de VEJA “20 jovens brasileiros para acompanhar”.

Mas os jovens cientistas do futuro não precisam ter passado pelo campus para estar no nosso foco. Este ano o Instituto Davidson de Educação Científica, braço educacional do Weizmann, lançou um novo site: Stuck at Home?, disponível em inglês, que oferece um
conjunto de atividades de ciência digital para toda a família e o programa gratuito Window to the future, que promoveu ao longo de 5 domingos encontros entre alunos de 14 a 18 anos do mundo todo e os principais cientistas do Weizmann. Mais de 60 estudantes
brasileiros participaram dos encontros!

A reunião anual do International Board  aconteceu como sempre no mês de novembro. As apresentações das iniciativas científicas com maior impacto potencial na humanidade e o
reconhecimento de figuras inspiradoras não acontece presencialmente no campus, mas foi seguido no mundo todo de forma virtual. Foram apresentadas três iniciativas de projetos tão audaciosos quanto necessários e urgentes no cenário científico mundial, em Inteligência Artificial, em Neurociências (a criação do Institute for Brain and Neural Sciences), e o Projeto Frontiers of the Universe, que lançarão o Weizmann em uma odisseia em direção ao futuro da neurociência e da  física, respectivamente.

O acúmulo mundial de conhecimento em torno do coronavírus, ao lado das descobertas derivadas dos projetos de pesquisa relacionados ao coronavírus no Instituto já está incrementando nossa compreensão geral das doenças infecciosas e do sistema imunológico. É o futuro Institute for Infectious Disease Research do Instituto Weizmann de Ciências integrará insights dessas investigações e avançará em pesquisas de outros vírus transmitidos por animais e os desafios adicionais como a resistência
a antibióticos.

2020 não foi um ano fácil, exigiu adaptabilidade, resiliência, solidariedade. Os cientistas do Weizmann trabalharam com excelência trazendo grandes avanços para enfrentar o novo coronavírus sem descuidar da pesquisa básica e fundamental, fazendo mais perguntas e procurando as respostas para as grandes questões científicas que movem as fronteiras do conhecimento – tudo isso para tornar nossa vida mais sustentável, longa, com qualidade, facilidade e saúde.

Em meio a todos estes desafios, nos dá muita satisfação saber que estivemos juntos! Que venha #2021.

Carta Retrospectiva 2019

Caros Amigos,

Estamos fechando 2019 – o ano em que o Weizmann ficou no #2 lugar no mundo e o que o Brasil teve presença mais marcante, façamos juntos uma retrospectiva!

O Instituto Weizmann de Ciências ficou em segundo lugar no mundo no ranking de qualidade científica Nature Index normalizado. Isso significa que, da sua produção científica total, o número de artigos publicados em revistas de alta qualidade foi tão impressionante que perdeu apenas para o laboratório Cold Spring Harbor de Nova Iorque. Este ranking ilumina os institutos menores que estão, proporcionalmente, superando as potências de pesquisa. O Instituto Weizmann de Ciências também se classificou como número 1 em Israel.

Cientistas do Weizmann alcançaram grandes êxitos. A lista é longa, mas para citar apenas alguns, a pesquisa que relacionou os microrganismos do intestino com a progressão da Esclerose lateral amiotrófica, o desenvolvimento de uma bactéria que  “come” CO2, de grande importância para o meio ambiente, e a liderança, junto à Agência Espacial de Israel no projeto internacional ULTRASAT, para procurar explosões cósmicas e buracos negros.

Foi também o ano em que dois cientistas foram agraciados com o prêmio EMET, de grande prestígio em Israel. Os dois pesquisadores, aliás, já estiveram no Brasil: Profa. Michal Schwartz e o Prof. Yair Reisner. Em 2019 muitos cientistas do Weizmann vieram ao Brasil: Prof Josef Yarden, referência internacional em pesquisa em câncer (São Paulo), Prof. Tamir Klein, o cientista que demostrou pela primeira vez a transferência de carbono e outros nutrientes entre árvores de diferentes espécies (Curitiba). O Prof. Ilan Koren, do Departamento das Ciências da Terra e Planetárias do Instituto, veio a convite da USP e da FAPESP, para um curso com o objetivo de reunir os cientistas jovens do Brasil com os pesquisadores referentes na sua área no mundo todo. A lista de cientistas passando pelo Brasil é extensa, inclui ainda Prof. David Margules, Prof. Avigdor Scherz, Profa. Michal Neeman, e o Prof. Israel Bar Joseph, que durante seus 13 anos como VP do Weizmann, visitou o Brasil inúmeras vezes estreitando laços científicos com o Brasil.

Muitas novas colaborações científicas Brasil-Weizmann se estabeleceram, dando-se destaque ao apoio da FAPESP e Instituto Serrapilheira. O trânsito de cientistas entre Brasil-Weizmann é intenso, o que nos enche de alegria e orgulho. Colaborações autônomas também florescem a todo momento, onde os próprios cientistas utilizam seus grants para viabilizar a pesquisa conjunta: é o caso da Profa. Ana Claudia Trocoli Torrecilhas (UNIFESP), que após muitas idas e vindas, está passando três meses no laboratório da Dra. Neta Negev-Rudski. Elas juntam expertise em doença de Chagas e malária, para avançar ainda mais as fronteiras do conhecimento.

O Weizmann Brazil Tumor Bank foi inaugurado no mês de novembro. A celebração aconteceu durante a visita da maior delegação brasileira da história no International Board Meeting que comemorou os 70 anos do Instituto. Mario Fleck, presidente dos Amigos do Weizmann do Brasil, foi agraciado durante o encontro com a maior honraria concedida pelo Instituto Weizmann de Ciências para pessoas com ideais e valores compartilhados pela instituição, tais como excelência, dedicação para melhorar a condição da humanidade e profunda paixão impulsionada pela curiosidade. Recebeu o título de doutor em filosofia honoris em cerimônia emocionante que também outorgou o título ao presidente de Israel, Reuven Rivlin, e a outras personalidades igualmente notáveis. Eles se juntaram a uma lista que inclui personalidades como Shimon Peres, Elie Wiesel, Zubin Metha, Marc Chagall, François Jacob, Severo Ochoa e Morris Kahn.

Um dos programas consolidados dos Amigos do Weizmann é o envio anual de jovens talentos para passarem o mês de julho imersos em ciência no Weizmann. A Escola de Verão – Bessie F Lawrence International Summer Science Institute – uma experiência de vida fantástica.

A cada ano o número de candidatos se multiplica – este ano foram 680, que vieram de todos os Estados, com exceção do Acre – e a qualidade dos estudantes, nos impressiona.

Os quatro estudantes premiados esse ano foram: Constanza Maria Reis da Silva Mariano, Natalia Von Staa Mansur, Leonardo Azzi Martins e Patrícia Honorato Moreira. Já enviamos mais de 80 bolsistas brasileiros para esse programa, que comemorou este ano os primeiros 50 anos. O Programa Internacional Kupcinet Getz para estudantes de graduação também já conta com a nossa presença e envolvimento.

Importante destacar as oportunidades de pós-doutorado para brasileiros com o estabelecimento das bolsas Morá Miriam Rozen Gerber Fellowship e Paulo Pinheiro de Andrade Fellowship. Um crescente apoio para o intercâmbio imprescindível para o desenvolvimento da ciência do Weizmann e dos cientistas brasileiros.

O envolvimento do Brasil no estabelecimento do Instituto Integrativo para Pesquisa de Neurociência é uma nova iniciativa emblemática que visa acelerar a pesquisa em neurociência, montando e aprimorando a experiência e a infraestrutura de neurociência do Instituto, promovendo o espírito interdisciplinar e a proximidade física necessária para promover a colaboração em todos os níveis de pesquisa.

As boas notícias do 2019 são muitas, e podem ser acompanhadas através do site dos Amigos do Weizmann, assim como as redes sociais ( Facebook, Twitter, YouTube e Instagram). E possível também ouvir o novo podcast do Instituto Weizmann de Ciências Weizmann Voices!, um bate papo com cientistas, estudantes, alumni, e Amigos do Weizmann disponível em Soundcloud, Stitcher e Spotify (Inglês).

Cada um destes esforços globais, e a colaboração multidisciplinar e entre países acrescentou neste 2019 uma nova perspectiva para as contribuições do Weizmann ao mundo.

Está dando bons frutos, em benefício da humanidade.

Aproveitem a leitura do nosso último newsletter do ano, com as mais recentes notícias, e a cobertura do International Board Meeting 2019.

Como manipular o cérebro

Técnica usada por cientistas do Instituto Weizmann permite controlar o comportamento materno nas fêmeas e reduzir a agressividade nos machos.

As fêmeas instintivamente tomam conta dos filhotes, mesmo se elas mesmas ainda não foram mães. Os machos o fazem apenas por um período de tempo e só depois de ter copulado com uma fêmea. Isto era bem conhecido, porém nunca bem compreendido. Agora pesquisadores do Instituto Weizmann descobriram que isso acontece porque a mesma rede neural funciona diferente nos dois sexos. E até’ conseguiram manipulá-la, por enquanto em camundongos. A pesquisa de resultados surpreendentes foi publicada na revista Nature.

Dr Tali Kimchi e colaboradores do Departamento de Neurobiologia utilizaram novas técnicas de genética e neuroquímica para manipular uns neurônios determinados localizados na que seria algo assim como o área cerebral do instinto maternal (núcleo AVPV). Uns minutos de ativação neuronal e as femeas, tanto as mães como as ainda virgens, aumentavam o comportamento maternal ao ponto que se os pesquisadores deixavam os filhotes no canto da gaiola elas iam os pegar e os levavam para o ninho. O mesmo experimento também mudava o comportamento dos machos. No caso deles, diminuía a agressividade para filhotes desconhecidos e outros machos.

Os pesquisadores conseguiram isso manipulando apenas os neurônios da região que tem uma proteína TH (tirosina hidroxilasa) necesarias para a produção da dopamina, um dos mensageiros químicos do cérebro. Aumentavam e diminuíam a quantidade de esta proteína a traves de uma técnica que permite ativar as células de forma automática ligando uma luz (opto genética).

Os resultados são impressionantes. Se controlar a atividade de uns neurônios precisos altera o comportamento maternal e a agressividade, pontos importantes vão se esclarecer nas discussões sobre genro. A pesquisa pode ajudar também na compreensão e tratamento da depressão post parto e tal vez até do autismo.

 

Leia mais: Weizmann Wonder Wander

Artigo Original (Nature)

A sexually dimorphic hypothalamic circuit controls maternal care and oxytocin secretion

Nib Scott, , Matthias Prigge, Ofer Yizhar, & Tali Kimchi – Journal name: NatureVolume: 525,Pages: 519–522 Date published: (24 September 2015) DOI: doi:10.1038/nature15378

 

 

CONTATO:  Yivsam Azgad, Tel: 972-8-934-3856/2

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